SociedadeDois dos 59 envolvidos em apostas ilegais em prisão preventiva João Luz - 22 Jul 2024 O grupo de arguidos detidos no último fim-de-semana de Junho por suspeitas de operarem uma rede de apostas desportivas ilegais foram presentes a um juiz de Instrução Criminal, que aplicou a dois deles prisão preventiva enquanto os restantes 57 tiveram de prestar caução ou ficaram obrigados a apresentação periódica e a proibição de ausência. Segundo um comunicado divulgado na sexta-feira pelo Ministério Público (MP), as medidas de coação aplicadas tiveram como objectivo evitar a fuga dos arguidos (apesar de só dois terem ficado em prisão preventiva), a “perturbação do decurso do processo e a continuação da prática de actividade criminosa da mesma natureza”. Segundo o que as autoridades apuraram durante a investigação, “os 59 arguidos são suspeitos de terem constituído uma associação criminosa com vários indivíduos, os quais se dedicavam à exploração de jogo ilegal de apostas online em futebol e basquetebol, através de página electrónica e servidor estabelecidos no estrangeiro”. O esquema passaria por cativar jogadores para se registaram “em determinadas plataformas e colocarem aí as suas apostas”, valendo aos angariadores comissões. Os arguidos estão indiciados pela prática dos crimes de associação criminosa, que tem uma moldura penal até 10 anos de prisão, e exploração ilícita de jogo, que acarreta penas até 3 anos de prisão. Com história Os 59 arguidos em que foram detidos em Macau fazem parte de um grupo de 93 indivíduos apanhados pelas autoridades da RAEM, Hong Kong e da província de Guangdong numa operação conjunta que desmantelou a rede inter-regional. Segundo as autoridades, o grupo suspeito de associação criminosa operava desde 2016 uma rede de apostas desportivas ilegais, que terá movimentado cerca de mil milhões de patacas em apostas. Na altura da detenção dos suspeitos, agora arguidos, a PJ indicou ter capturado dois cabecilhas do grupo, além de nove membros essenciais para as operações do gangue. A meia centena de detidos em Macau trabalhava como taxistas, comerciantes, homens de negócios e operadores de jogo. Um dos detidos na RAEM, de 29 anos de idade, foi um agente dos Serviços de Alfândega. O MP afirmou na que “a exploração ilícita de jogo desenvolvida por associação criminosa tem um impacto negativo sério na segurança pública e na estabilidade do desenvolvimento económico de Macau”.