Visita | PR guineense reafirma respeito por “Uma só China”

Umaro Sissoco Embaló enalteceu a iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota que, segundo o Presidente guineense, contribui para um futuro da humanidade mais partilhado, contrariando a lógica de segurança imposta pelo Ocidente que estimula o confronto entre as nações

 

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse ontem, em Pequim, apreciar o “valioso apoio de longo prazo da China” para o desenvolvimento do seu país e reafirmou o respeito pelo princípio ‘Uma só China’.

O princípio ‘Uma só China’ é visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte do seu território. China e Guiné-Bissau estabeleceram relações diplomáticas em 1974‚ mas estas foram interrompidas entre 1990 e 1998.

“A Guiné-Bissau respeita firmemente o princípio de ‘Uma só China’”, afirmou o chefe de Estado guineense, durante um encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, segundo um despacho difundido pela agência de notícias oficial Xinhua.

Sissoco Embaló disse ainda apoiar os “principais conceitos e iniciativas globais” lançados por Pequim, incluindo a “construção de uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade e a Iniciativa Faixa e Rota”.

A noção de “comunidade com um futuro partilhado”, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, visa contrariar a arquitectura de segurança erguida pelo Ocidente depois da Segunda Guerra Mundial. Pequim acusa a doutrina ocidental de estimular o confronto entre blocos e minar a estabilidade em diferentes partes do mundo.

Designado pelo Presidente chinês como o “projecto do século”, a Iniciativa Faixa e Rota foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa.

A aproximação entre Pequim e os países envolvidos abarca um incremento das consultas políticas e cooperação no âmbito do ciberespaço, meios académicos, imprensa, regras de comércio ou acordos de circulação monetária, visando elevar o papel da moeda chinesa, o yuan, nas trocas comerciais.

Mãos dadas

A Faixa e Rota envolveu também a fundação de instituições que rivalizam com agências estabelecidas como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional.

Citado pela Xinhua, Umaro Sissoco Embaló disse que a Guiné-Bissau “aprecia sinceramente o valioso apoio de longo prazo da China para o seu desenvolvimento económico e social”, e que “está disposta a reforçar ainda mais a cooperação prática com a China em vários domínios, como a economia, o comércio e a construção de infraestruturas”.

O primeiro-ministro chinês disse que Pequim está disposta a trabalhar com Bissau para “consolidar e aprofundar a confiança mútua política, expandir a cooperação mutuamente benéfica, alcançar melhor o desenvolvimento comum e trazer mais benefícios para os dois povos”.

“A China apoia o povo da Guiné-Bissau na exploração independente de um caminho de desenvolvimento adequado às suas condições nacionais e apoia a Guiné-Bissau na salvaguarda da sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”, afirmou Li Qiang, citado pela Xinhua.

O primeiro-ministro chinês disse ainda que a China está “disposta a importar mais produtos agrícolas de qualidade da Guiné-Bissau” e que o Governo chinês “incentiva as suas empresas a expandir o investimento na Guiné-Bissau”.

“A China espera que a Guiné-Bissau continue a fornecer conveniência e apoio” aos seus investimentos, frisou.

“A China está pronta a reforçar os intercâmbios interpessoais e a cooperação com a Guiné-Bissau em matéria de cuidados médicos, saúde e educação, e dá as boas-vindas a mais estudantes guineenses excepcionais para estudar na China.”

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