EPM afirma que Português como Língua Não Materna continua a ser leccionado

Apesar das dúvidas que surgiram nas últimas semanas, a Escola Portuguesa de Macau (EPM) garante que o Português como Língua Não Materna (PLNM) vai continuar a ser ministrado. A garantia foi deixada junto da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EPM (APEP), que emitiu um comunicado para os seus associados com a posição da escola.

“O PLNM continuará a ser ministrado na EPM, de acordo com o que está previsto na legislação aplicável. Iremos desenvolver o projecto de apoio às línguas portuguesa e chinesa nos 1.º e 2.º anos do 1.º CEB [Ciclo do Ensino Básico], com o necessário envolvimento dos Pais e Encarregados de Educação”, é citado como resposta da escola à questão levantada nos últimos dias, a que o HM teve acesso. “Nenhum aluno deixará de ter o apoio necessário em todas as áreas, designadamente, aquela que condiciona todas as aprendizagens, o domínio da língua portuguesa, na medida em que o curriculum é o português”, foi acrescentado.

Recentemente, a TDM noticiou que a direcção da EPM instaurou um processo interno por considerar haver desvios no programa da disciplina do Português como Língua Não Materna. Em causa, estará o facto de haver alunos sem o português como língua materna que passam de ano, sem conseguir a aprovação necessária ao nível de proficiência do português, como exigido pela legislação aplicável.

A questão de um eventual facilitismo é também abordada na resposta à APEP. “Não obstante, não será tolerada a subversão, em nome de ‘pretensos bons resultados’, das regras”, foi indicado. “Iremos desenvolver todos os esforços, com o apoio da nossa equipa docente, para que os resultados académicos, sociais e humanos sejam os melhores”, foi frisado.

Receios fundados

O ensino do PLNM levantou várias preocupações nos últimos tempos, principalmente junto dos pais que terão inclusive colocado a circular uma carta aberta que foi enviada à direcção da escola. De acordo com o documento, citado pelo jornal Ponto Final, a disciplina do PLNM é tida como “essencial para uma educação inclusiva e equitativa, respeitando as diferenças linguísticas e culturais dos alunos”.

Os pais relatam também as dificuldades dos alunos de Macau em aprender português, porque “o chinês é a língua dominante na comunidade extracurricular em que se inserem” e “o inglês é a língua de comunicação entre os jovens alunos da EPM”.

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