Metade dos jovens não pensa casar e receia custos de natalidade

Cerca de metade dos jovens com idades entre 18 e 34 anos não tem planos para casar nos próximos cinco anos. A conclusão faz parte de um inquérito realizado em Abril, a 925 residentes, pela Associação Geral das Mulheres. O estudo teve por objectivo avaliar os planos de casamento e de procriação em Macau.

De acordo com os resultados apurados, o principal motivo que afasta a vontade de casar prende-se com questões financeiras, assim como os gastos que surgem não só com a festa do matrimónio, mas também ao longo da vida pós-matrimónio. Este motivo foi indicado por cerca de 49 por cento dos inquiridos.

Os outros factores mais mencionados para justificar o desinteresse para contrair matrimónio foram as dificuldades em encontrar um parceiro compatível, em termos de hábitos e valores, referido por 25 por cento dos inquiridos, assim como o plano de vida individual que não prevê um parceiro, indicado por 19 por cento dos entrevistados.

Em relação à probabilidade de virem a ter filhos, os inquiridos darem pontuações de 1 a 10 pontos à possibilidade, em que 10 era muito provável e 1 muito pouco provável. Apurados os resultados, a média das respostas ficou-se pelos 4,76 pontos, ou seja, os inquiridos consideram mais provável não ter filhos.

Em relação aos inquiridos com filhos, os principais obstáculos a aumentar a família as despesas com educação, comida e outros custos, a falta de espaço em casa, assim como a falta de tempo, devido a compromissos profissionais.

Muita pressão

Por sua vez, os inquiridos sem filhos responderam que não planeiam ser pais devido ao foco na vida profissional, à despesa com filhos, assim como à pressão com a educação das crianças.

Quando questionados sobre eventuais políticas que os fizessem mudar de opinião e ser mais propensos à natalidade, mais de 60 por cento dos inquiridos apontaram a necessidade de mais apoios económicos e medidas para facilitar a vida familiar.

Face aos resultados, a deputada da associação, Wong Kit Cheng, considerou que os resultados mostram que as novas gerações têm uma perspectiva muito diferente de casamento e desejo de ter filhos, em comparação com as gerações anteriores. Wong admitiu também que a tendência para o futuro deverá levar a que menos pessoas queiram casar ou ter filhos, a não ser que sejam criados mais incentivos.

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