Manchete SociedadeCorrupção | Chef extorquiu 240 mil patacas a subordinados João Santos Filipe - 28 Mai 2024 Após contratar os trabalhadores do restaurante, o chef exigia o pagamento de uma taxa regular e pagamentos na altura de renovar os vínculos laborais O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) anunciou um caso que envolve um chef de restaurante indiciado pelo crime de corrupção, depois de alegadamente extorquir subornos dos subalternos. A informação, divulgada ontem, indica que a queixa partiu da empresa que contratou o chef. Os subornos terão sido superiores a 240 mil patacas. Segundo o relato do CCAC, o cozinheiro trabalhava para um restaurante de uma concessionária de jogo, que não foi identificada. No desempenho das funções, o chef terá começado a cobrar uma taxa sobre o salário dos subordinados, motivo que levou a empresa a apresentar uma queixa junto das autoridades. Quando começou a investigar o caso, o CCAC descobriu que o chefe de cozinha, dado estar numa posição de poder, tinha competências para “contratar, despedir e promover trabalhadores do seu departamento”. Foi através desses poderes que, entre Setembro de 2020 e Fevereiro de 2023, começou a exigir aos subordinados ofertas frequentes em dinheiro, de forma a mostrarem respeito pelo superior. Além disso, o cozinheiro exigia igualmente dos outros trabalhadores o pagamento de uma “taxa” pelo facto de terem sido contratados. Também na altura de renovar os contratos de trabalho, o chef exigia mais um pagamento. Através deste esquema, indica o resultado da investigação do CCAC, o cozinheiro conseguiu obter pagamentos superiores a 240 mil patacas. Crime de corrupção Como consequência, o cozinheiro foi despedido, e os factos foram remetidos para o Ministério Público. De acordo com o comunicado do CCAC, “o chefe de cozinha é suspeito da prática do crime de corrupção passiva no sector privado, previsto na Lei de Prevenção e Repressão da Corrupção no Sector Privado”. De acordo com a lei citada pelo CCAC, o cozinheiro arrisca uma pena de prisão que pode ir de 1 a 3 anos. Com a divulgação do caso, o organismo liderado por Chan Tsz King apelou à população para evitar actos de corrupção e cumprir a lei. “O CCAC apela à população em geral para a integridade e o cumprimento da lei, não desafiando a lei para obter benefícios ilícitos, bem como encoraja o pessoal das entidades privadas a apresentarem imediatamente denúncia ao CCAC assim que se deparem com actos ilícitos, nomeadamente actos de corrupção activa e passiva”, foi apelado.