Educação | Estudantes universitários vão ter aulas sobre burlas

As autoridades procuram responder ao número crescente de burlas que visam alunos, principalmente os estudantes oriundos do Interior da China. Segundo Sit Chong Meng, director da PJ, as vítimas tendem a ser os alunos socialmente mais isolados

 

Com o aumento das burlas em que são usadas novas tecnologias, o Governo propôs às universidades locais a introdução de conteúdos lectivos sobre formas de prevenção deste tipo de crime. O anúncio foi feito na sexta-feira por Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), numa conferência de imprensa organizada em conjunto com a Polícia Judiciária.

Segundo as explicações do director da DSEDJ, as autoridades estão em comunicação com as universidades locais, para que conteúdos para prevenir e identificar burlas sejam leccionados aos alunos que começam a frequentar o ensino local.

“Vamos utilizar as disciplinas de educação geral para fornecer aos alunos este tipo de educação. A Polícia Judiciária (PJ) vai disponibilizar os materiais para as aulas, assim como testes, que vão ser realizados”, afirmou Kong Chi Meng, citado pelo Jornal All About Macau.

De acordo com Kong, os testes vão ainda poder ser utilizados para que as autoridades identifiquem os alunos “em risco”, para que possam receber assistência personalizada.

Nos últimos anos têm disparado em Macau os casos de burla, cometidos através de aplicações de conversação, como o WeChat, em que os burlões se fazem passar pela polícia do Interior e exigem transferências bancárias milionárias, para investigarem alegações falsas. Face a estes desenvolvimentos, a PJ tem distribuído vários materiais nas universidades a alertar para a existência de burlas. Contudo, foi agora decidido que é necessário aumentar as campanhas de prevenção.

Novo programa

O Programa de Vacina Antiburla no Campus foi apresentado na sexta-feira por Sit Chong Meng, director da Polícia Judiciária. No âmbito do programa vão ser adoptadas 10 medidas, como, por exemplo, o envio de materiais a alertar para as burlas, quando os alunos recebem a carta a informá-los que foram admitidos nas universidades de Macau.

Segundo Sit Chong Meng, o problema é mais grave no que diz respeito aos estudantes do Interior da China, que são as principais vítimas. “Alguns estudantes do Interior não se integram activamente na vida do campus universitária nem na vida social da universidade, por isso, não têm o hábito de obter informações locais, o que faz com que não se lembrem das medidas de prevenção contra burlas, quando são contactados”, indicou o director da PJ.

Sit reconheceu também que a maior parte dos alunos burlados admitiu ter tido contactos anteriores com materiais a avisar para a existência de burlas. De acordo com as estatísticas criminais, no primeiro trimestre deste ano houve 96 fraudes telefónicas, entre as quais 40 visaram estudantes, o que significa uma proporção de 42 por cento. Além disso, as fraudes levaram a perdas de 26 milhões de yuan.

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