China / ÁsiaHK | Filial de banco estatal reclama liquidação do promotor imobiliário Shimao Hoje Macau - 9 Abr 2024 A filial de Hong Kong do banco estatal chinês China Construction Bank apresentou nos tribunais da região um pedido de liquidação contra a promotora de imobiliário chinesa Shimao, informou ontem a empresa. O pedido é relativo a uma obrigação no valor de cerca de 201,8 milhões de dólares, detalhou o grupo. Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa informou que a referida filial, a CCB Asia, apresentou o pedido no dia 5 de Abril e disse que “opor-se-á vigorosamente” ao mesmo, enquanto continua a tentar chegar a um acordo de reestruturação com os seus credores ‘offshore’. Embora vários promotores chineses tenham enfrentado processos semelhantes, o caso da Shimao destaca-se por ser um banco estatal a iniciar as acções judiciais. Nos casos de gigantes do sector como a Evergrande ou a Country Garden foram os credores estrangeiros que iniciaram os processos. A Country Garden vai ter a primeira audiência a 17 de Maio, mas os tribunais de Hong Kong decidiram contra a Evergrande no final de Janeiro. Isto abriu um processo incerto para saber se a ordem de liquidação vai ser reconhecida na China continental, onde o grupo tem a maior parte dos seus activos, uma vez que o sistema judicial de Hong Kong é separado do da China. As acções da Shimao afundaram quase 15 por cento a meio da sessão de ontem na Bolsa de Valores de Hong Kong, aprofundando uma queda de 37 por cento desde o início do ano e de quase 99 por cento desde Agosto de 2020. Queda a pique A promotora anunciou há duas semanas que apresentou propostas aos credores para reestruturar 11,7 mil milhões de dólares de dívida emitida nos mercados internacionais através de quatro opções diferentes: obrigações de curto prazo, obrigações de longo prazo, títulos de capital convertível ou uma combinação destes instrumentos. O plano limitava a emissão de obrigações de curto prazo até seis anos a três mil milhões de dólares e a emissão de títulos de longo prazo até nove anos a quatro mil milhões de dólares. “A empresa acredita que a proposta representa uma solução razoável e realista para um acordo sobre a dívida ‘offshore’, tendo em conta as expectativas sobre as condições do mercado imobiliário na China e a posição de liquidez da empresa”, disse a Shimao na altura. O promotor entrou em incumprimento pela primeira vez em Julho de 2022, depois de ter registado uma queda anual de 72 por cento nas vendas nos primeiros cinco meses desse ano, face à crise do sector na China, o que teve grande impacto nas suas condições de liquidez e financiamento e o obrigou a lançar uma campanha de venda de activos para angariar fundos.