PolíticaResíduos | Si Ka Lon pergunta porque parou envio para o Interior João Santos Filipe - 8 Mar 20248 Mar 2024 O deputado ligado à comunidade de Fujian defende a criação do aterro de lixo ao largo das praias de Coloane, mas quer saber que tipo de problemas estão a bloquear os acordos para enviar lixo reciclável e carros abatidos para o Interior Numa altura em que o Governo pretende construir um aterro-lixeira ao largo das praias de Macau, o deputado Si Ka Lon questiona os problemas que impedem o envio de resíduo recicláveis para o Interior. O assunto é abordado numa interpelação escrita, quando se discute o aterro apresentado pelas autoridades como “Ilha Ecológica”. Na interpelação, o deputado ligado à comunidade de Fujian reconhece que houve uma consulta pública sobre o aterro, e que o problema do lixo em Macau é real, principalmente no que concerne à falta de espaço para guardar resíduos. Face a este assunto, defende que o Governo deve avançar para a construção do aterro, embora confie a escolha da localização para Executivo, depois de obtida a provação das autoridades centrais. Para o deputado, o mais importante é garantir que há espaço suficiente para guardar o lixo, porque o aterro planeado será uma solução a médio ou longo prazo. Si também indica que o aterro actualmente em funcionamento tem mais de 49 milhões de metros cúbicos de resíduos de construção guardados em blocos muito altos, o que a curto prazo “cria uma situação de alto risco” e uma “forte pressão”. Confrontado com este dilema, o membro da Assembleia Legislativa quer explicações do Governo sobre os problemas que impedem a implementação de dois acordos para levar parte do lixo que pode ser reciclado para o Interior. Os entendimentos entre as partes dizem igualmente respeito ao transporte de veículos abatidos para o Interior, onde podem ser reciclados. E os problemas? “Actualmente, os resíduos de Macau são exportados para países estrangeiros e apenas uma pequena parte é reciclada localmente. No entanto, devido aos ajustamentos na política de importação e exportação do Interior, a exportação de resíduos para o Interior não tem sido bem-sucedida”, escreve o deputado. “A fim de promover ainda mais a questão da reciclagem e do tratamento de resíduos em Macau, gostaria de perguntar à Administração quais são os pontos problemáticos dos acordos que são difíceis de aplicar e quais são as ideias para resolvê-los?”, questiona. Ao mesmo tempo, o deputado quer saber se além da construção do aterro-lixeira, e do possível envio de resíduos recicláveis para o Interior, se há mais planos para lidar com o desafio. “Tendo em conta que os aterros de resíduos de construção estão saturados há muito tempo, quando se prevê que atinjam o pico?”, pergunta o legislador. “E que outros planos de eliminação dos resíduos existem para aliviar a pressão sobre os aterros de construção […]?”, interroga. Actualmente, o Governo ainda está a concluir os estudos para “justificar” a localização do aterro-lixeira, para depois obter a aprovação final de Pequim. O projecto tem gerado polémica, com críticas deputados, como Lo Choi In, e a entrega de uma petição com mais de 1.600 assinaturas.