Japão | Número de mortos após sismo subiu para 202

Desde 2011, aquando do sismo que desencadeou o acidente nuclear de Fukushima, que o país não era assolado por um abalo que causasse tantas vítimas. Mais de 3000 pessoas continuam isoladas à espera de auxílio, e 102 estão desaparecidas

 

O sismo de 01 de Janeiro no centro do Japão matou 202 pessoas, sendo que 102 ainda estão desaparecidas, segundo um novo balanço provisório divulgado ontem pelas autoridades de Ishikawa, onde ocorreu o desastre. O último balanço oficial do sismo na península de Noto dava conta de 180 mortos, 565 feridos graves e 120 desaparecidos, sobretudo nas cidades de Wajima e Suzu.

As equipas de socorro continuam as operações de busca pelos desaparecidos, cujo número tem variado devido às dificuldades de contagem em zonas isoladas, com acesso dificultado pelo corte de estradas danificadas no sismo. Mais de três mil habitantes da península continuam isolados do mundo enquanto aguardam socorro, atrasado pela chuva, neve e deslizamentos de terra.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, pediu ontem aos ministros que “resolvam” o problema das comunidades ainda isoladas na península de Noto e “continuem tenazmente as operações de resgate”. Cerca de 28 mil pessoas continuam deslocadas e mais de 15 mil residências estão ainda sem energia, quando os termómetros marcam temperaturas negativas nas áreas afectadas, levando as autoridades a pedir atenção a possíveis situações de hipotermia.

O Governo do Japão está a tentar transferir os deslocados para centros fora das zonas de desastre, onde o fornecimento de bens de primeira necessidade não constitui um problema.

As autoridades nipónicas pediram ontem precaução redobrada devido ao temporal de chuva e neve nas zonas afectadas pelo sismo. A atividade sísmica continua a ser sentida na península de Noto e arredores cerca de uma semana depois do sismo de magnitude 7,6, tendo sido registados, até agora, perto de 1.248 abalos de intensidade mensurável, noticiou a televisão pública japonesa NHK.

Os serviços de geofísica japoneses consideraram que a atividade sísmica pode prolongar-se por cerca de um mês e pediram precaução, tendo em conta que o mau tempo pode causar aluimentos de terra e avalanchas ou o desmoronamento de edifícios e casas já instáveis.

Mais de seis mil militares japoneses integraram as equipas de socorro locais nas operações de resgate e também de abastecimento.

Milhões de socorro

O Governo japonês anunciou que vai destinar mais de 4,7 mil milhões de ienes (cerca de 30 milhões de euros) dos fundos de reserva para enviar ajuda humanitária para a península de Noto.

Numa reunião, o executivo de Fumio Kishida aprovou esta ajuda especial para despesas de primeira necessidade, incluindo comida, água e combustível, nas zonas mais afectadas pelo sismo

O Governo começou também a traçar planos de reconstrução, a meio e a longo prazo, e medidas de ajuda para as vítimas da catástrofe, disse a NHK. O sismo de 01 de Janeiro já é o mais mortífero no Japão desde 2011, quando um terramoto de magnitude 9,0 provocou um ‘tsunami’ que deixou mais de 20 mil mortos e desencadeou o desastre nuclear de Fukushima.

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