Economia | Evergrande cai 20% após anunciar que não emite novas obrigações

Após o anúncio da impossibilidade de emitir novas obrigações, o valor da gigante construtora Evergrande caiu 20 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong. O grupo adiou recentemente, pela terceira vez, reuniões com credores para negociar a reestruturação da dívida

 

As acções do grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, afundaram-se ontem 20 por cento, depois de a empresa ter anunciado que não pode emitir mais dívida.

O valor das acções da empresa – que voltaram a ser cotadas na Bolsa de Valores de Hong Kong no final de Agosto depois de terem estado suspensas durante quase um ano e meio – registava uma queda de 20 por cento a meio da sessão de ontem. A Evergrande já tinha perdido mais de 90 por cento do seu valor de mercado quando suspendeu a negociação das suas ações, em Março do ano passado. Após retomar as negociações em bolsa, a empresa voltou a afundar-se 80 por cento.

O subíndice Imobiliário do índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, registava uma queda de 2,58 por cento, a meio da sessão de ontem em Hong Kong.

A Evergrande anunciou em comunicado que não consegue cumprir os requisitos para a emissão de novos títulos de dívida, uma vez que a sua subsidiária Hengda Real Estate Group está a ser investigada pela Comissão Reguladora do Mercado de Valores Mobiliários da China.

O anúncio ocorreu poucos dias depois de a Evergrande ter dito que adiou pela terceira vez reuniões com os seus credores para discutir a reestruturação da dívida do grupo.

Efeito dominó

Em meados do mês, a polícia da cidade de Shenzhen, no sudeste da China, informou sobre a detenção de funcionários da subsidiária de gestão de fortunas Evergrande Wealth, embora o grupo tenha garantido que as detenções “não afectariam” as suas operações. Em Agosto passado, a Evergrande pediu falência nos Estados Unidos para proteger os seus activos dos credores enquanto continua a negociar uma reestruturação da sua dívida.

A posição financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas piorou depois de, em Agosto de 2020, Pequim ter anunciado restrições no acesso das construtoras ao crédito, após anos de forte crescimento assente em políticas agressivas de alavancagem.

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