Soja | Aumento de compras à Rússia para “diversificar fornecedores”

O aumento da importação do cereal, vital no plano de alimentação da China, visa também garantir a segurança alimentar nacional

 

O primeiro carregamento de soja transportado através do Corredor Terrestre de Grãos, iniciativa sino-russa, chegou ontem à China, numa altura em que o país procura aumentar as importações de grãos russos, como forma de “diversificar fornecedores”.

A oferta de soja do país vizinho “vai aumentar consideravelmente” e mais de oito milhões de toneladas de cereais e grãos vão chegar todos os anos ao porto terrestre de Manzhouli, uma cidade chinesa que faz fronteira com a Rússia e que recebeu ontem o primeiro carregamento, de 271 toneladas de soja, segundo o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

Especialistas citados pelo jornal apontaram que as importações de soja oriundas da Rússia “não são apenas indicativas do reforço da cooperação mutuamente benéfica” entre os dois países no comércio de produtos agrícolas, mas também “fruto da necessidade de diversificar as fontes de abastecimento, por razões de segurança alimentar”.

A China depende de soja importada para alimentar o gado e produzir óleo alimentar, embora seja auto-suficiente no cultivo de soja para consumo humano.

Segundo dados oficiais, quase 60 por cento da soja importada pela China é oriunda do Brasil. Em 2022, o país sul-americano foi responsável por 22 por cento dos produtos do agronegócio importados pela China.

Os Estados Unidos são o segundo maior fornecedor de soja da China, compondo 32,42 por cento das importações chinesas, segundo dados oficiais.

“Esta nova rota comercial faz parte da necessidade premente de reduzir a dependência de um país específico, os Estados Unidos”, disse o director da Federação Chinesa de Logística, Kang Shuchun, citado pelo Global Times.

Restaurante internacional

A Rússia foi o parceiro comercial com o qual a China experimentou o maior aumento (+34,3 por cento) nas trocas denominadas na moeda chinesa, o yuan, ao longo de 2022, segundo dados oficiais.

Os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, proclamaram uma “nova era” nas relações bilaterais, em 2022, e assinaram um acordo que incluía, entre outras coisas, um aumento das trocas comerciais, para cerca de 250.000 milhões dólares, anualmente.

O país asiático alimenta quase 19 por cento da população mundial com apenas 8 por cento das terras aráveis do mundo e apenas 5 por cento da água disponível no planeta. Em comparação, o Brasil tem quase 7 por cento das terras aráveis para 2,7 por cento da população mundial.

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