Excursões | Turistas trancados durante duas horas em joalharia

Após a divulgação do caso num portal do Interior, a agência de viagens negou qualquer ilegalidade e afirmou ter apenas cumprido o contrato. Os Serviços de Turismo estão a averiguar o que dizem ser “rumores”

 

Um grupo de excursionistas do Interior ficou trancado durante duas horas numa joalharia em Macau, sem poder sair e contra a vontade de muitos dos turistas. A notícia foi revelada no sábado, pelo portal Jiupai, que pertence ao grupo do Diário Changjian, com sede em Hubei, no Interior da China.

Segundo o relato apresentado, os visitantes pagaram 2.880 renminbis por uma excursão que incluía paragens em Hong Kong, Macau, Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai. No entanto, quando chegaram à RAEM foram levados para uma loja de venda de ouro, onde ficaram trancados, sem possibilidades de sair. A situação causou grande desagrado, até pela falta de condições do espaço.

“Disseram-nos que não éramos obrigados a comprar nada, mas que também não podíamos sair. Só que a loja era muito pequena e não nos deixaram sair”, afirmou a turista com o apelido Bian, ao portal Jiupai. “Também o guia só nos levou a esta loja de jóias, e não a outras, onde também devíamos ir. A situação fez com que algumas pessoas mais velhas ficassem muito ansiosas e zangadas com toda a situação”, acrescentou.

Bian revelou igualmente que comprou dois colares na loja, no valor de 3 mil renminbis. Porém, nem depois das compras teve autorização para sair do estabelecimento.

O portal Jiupai contactou a agência de viagens responsável pela excursão, cuja identidade não foi revelada, que se defendeu ao afirmar que apenas cumpriu o contrato assinado pelos excursionistas. “Também temos de dar hipótese aos vendedores de fazerem negócio”, foi justificado.

A empresa terá igualmente clarificado que levou os turistas a mais locais no território, com a visita a, pelo menos, mais uma loja. Além disso, argumentou que com a venda da excursão era apresentado um contrato, onde constava que seriam passadas duas horas dentro de uma loja. A excursionista de apelido Bian admitiu não ter visto esta informação explicada de forma clara na altura de assinatura do contrato.

Defender a imagem

Após a divulgação do caso no Interior da China, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e o Conselho de Consumidores (CC) admitiram ter instaurado um processo de averiguação sobre o sucedido, embora sem conclusões.

“Relativamente a rumores recentes de que algumas excursões foram obrigadas a fazer compras, a DST e o CC deslocaram-se de imediato aos locais de venda envolvidos para se inteirarem da situação e procederem a inspecções.

A DST e o CC estão a acompanhar de perto a situação e vão tomar medidas para proteger os direitos e interesses dos visitantes”, foi escrito. “Ao mesmo tempo, manter-se-á uma comunicação estreita com a indústria turística, a fim de assegurar a realização ordenada das actividades de compras das excursões e criar um ambiente saudável para o turismo”, foi acrescentado.

Além disso, foi ainda destacado que “os serviços interdepartamentais continuam a inspeccionar os locais onde as agências de viagens organizam compras para grupos de excursionistas do Interior da China, a fim de fiscalizar o funcionamento dos estabelecimentos”.

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