Cabo Verde | David Chow abandona posição de cônsul honorário

Com a demissão, o empresário avançou para o encerramento do consulado de Cabo Verde em Macau. Em causa, aponta o jornal A Nação, está o facto de David Chow sentir “um certo desagrado” com a forma como o seu investimento está a ser tratado

 

O empresário David Chow abandonou a posição de Cônsul Honorário de Cabo Verde em Macau, de acordo com a informação publicada na última edição do jornal A Nação. O pedido foi feito através de uma carta, enviada a 18 de Janeiro, e implica também o encerramento do espaço onde funcionava até agora o consulado.

De acordo com a publicação de Cabo Verde, a carta enviada pelo empresário nota “um certo desagrado”, “nas entrelinhas”, com a actuação do Governo do país insular, por entender que os seus investimentos têm sido desprezados.

Em causa, está o tratamento que outro investidor está a receber. Este investidor comprometeu-se a construir um empreendimento turístico na zona do Gamboa, onde Chow também está a investir, com um investimento de 250 milhões de dólares americanos.

“Apraz-me registar, entretanto, que o Governo de Cabo Verde acabou por conceder a um investidor local e cabo-verdiano a parte restante daquela praia, o que significa que, no futuro, toda aquela zona será considerada a joia de Santiago”, escreveu Chow, na carta citada pelo jornal A Nação. “Creio que, sendo um investidor/empresário cabo-verdiano, seria talvez menos árduo realizar um projecto desta envergadura”, acrescentou.

Ao mesmo tempo, o jornal aponta que o investimento da empresa Macau Legend, em Cabo Verde, está cada vez mais perto de se tornar num “elefante branco”. Isto porque o hotel, que inclui casino e marina, devia ter ficado concluído dentro de três anos após o início das obras. Entretanto passaram sete anos, e “só foram edificados um enorme prédio e a ponte que liga Gamboa ao Ilhéu de Santa Maria”.

Viagem de emergência

Segundo a publicação local, a decisão de David Chow “terá tido um grande impacto no Governo” de Cabo Verde, que se apressou a agendar uma viagem a Macau, para avaliar as consequências.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Rui Figueiredo, vai assim deslocar-se à RAEM, “para tentar minimizar os eventuais estragos” que podem ser provocados pelo encerramento do consulado. O jornal não indica a data da viagem.

Esta não é a primeira vez que David Chow e as autoridades de Cabo Verde têm problemas. No passado, o empresário tentou abrir um banco no país ilhéu, denominado Banco Atlântico.

No entanto, o banco central de Cabo Verde recusou o projecto, por considerar que o empresário tinha falta de “idoneidade bancária”. Na altura, João Serra era o governador da instituição.

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