GP | Piloto irlandês diz que as estrelas internacionais não vão participar

A possibilidade de termos um 54.º Grande Prémio de Motos de Macau com as grandes estrelas do “road racing” internacional em 2022 parece, por agora, uma possibilidade remota, mas não quer isso dizer que a corrida mais ansiada do 69.º Grande Prémio de Macau não se venha a realizar

 

Michael Sweeney, que conta com seis participações na prova, levantou um pouco o véu do que se passa nos bastidores numa entrevista à publicação irlandesa “News Letter” na semana passada. O motociclista de 40 anos referiu que não irá participar na prova, pois considera que a longa quarentena, imposta pelas autoridades de Macau no combate à pandemia, hipoteca à partida uma viagem ao Oriente, e afirmou que os ex-vencedores da corrida, como Michael Rutter ou Peter Hickman, não têm planos para regressar ao Circuito da Guia este ano.

“Eu não vou [participar no Grande Prémio de Macau] porque tens uma quarentena de dez dias”, disse o popular irlandês, que esta temporada já venceu cinco corridas aos comandos da sua BMW S1000RR. “Não podem esperar que o pessoal vá até lá e passe aquele tempo todo em quarentena. Eu não acredito que [o Grande Prémio de Motos de Macau] vá acontecer, porque precisas de tempo para organizar voos, reservas e transporte”.

A prova motociclismo de estrada mais conceituada do continente asiático não se disputa desde 2019, mas este ano a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau parece empenhada em recuperar uma corrida que será sempre afectada pelas medidas restritivas de combate à pandemia. Em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau na pretérita semana, o presidente do Instituto do Desporto e Coordenador do Grande Prémio de Macau, Pun Weng Kun, reiterou que gostaria de ver em Macau equipas estrangeiras e que a maioria dos pilotos estrangeiros contactados pela organização concordaram em fazer quarentena para poderem participar na competição.

“Não sei qual o requisito mínimo para uma grelha para poderem realizar a corrida, mas todas as pessoas com quem falei – incluindo pessoas como o [John] McGuinness, o ‘Hicky’ [Peter Hickman] e o [Michael] Rutter, nenhum deles vai ficar em quarentena durante dez dias”, acrescentou à publicação de Belfast, sem, no entanto, deixar de mencionar que gostaria de voltar a competir na RAEM “no próximo ano, com certeza, mas quando [o evento] regressar em condições [sem quarentas obrigatórias]”.

No regulamento desportivo da última edição do Grande Prémio de Motos de Macau, podia ler-se que um “mínimo de 22 inscrições devem ser recebidas para a corrida se realizar”, porém, acredita-se que esse número será propositadamente reduzido este ano, precisamente para acomodar o número inferior de interessados em participar na prova.

Preparativos para a festa

Apesar do algum optimismo em redor da organização da prova, não há um único piloto que tenha confirmado publicamente a sua participação a dois meses do evento. Vários pilotos, alguns dos quais já apalavraram a sua presença em Macau, confirmaram ao HM que estão a trabalhar de forma a garantirem todas as condições para estarem à partida.

Um dos grandes problemas encontrados por aqueles que querem vir acelerar novamente ao território reside na dificuldade em arranjar mecânicos qualificados com disponibilidade e interesse para realizar esta longa aventura. Para além do esforço pessoal e financeiro dos intervenientes – convém lembrar que muitos deles não são sequer profissionais do desporto – e numa altura em que existe uma normalização em relação à doença no mundo ocidental, há ainda muitas dúvidas e receios sobre o que irá acontecer a quem acusar positivo à chegada a Macau ou mesmo durante o evento.

Por seu lado, a organização também vai alinhavando os preparativos. As motos e o equipamento das equipas serão transportados de avião para a RAEM através de um dos aeroportos de referência – Lisboa, Luxemburgo ou Londres – o que facilitará a logística, mas depois do evento regressará de barco como acontecia anteriormente.

O 69.º Grande Prémio de Macau irá decorrer de 17 a 20 de Novembro, devendo voltar ao formato anterior de quatro dias, em vez dos três dias dos últimos dois anos, para acomodar as seis ou sete corridas previstas para o programa.

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