Jogo | Davis Fong aponta necessidade de adaptação para atrair estrangeiros

O futuro do jogo em Macau passa pela adaptação da oferta para atrair apostadores estrangeiros. Este foi um dos caminhos apontados por Davis Fong que indica que o sector continuará a ser âncora da economia local. Por seu lado, Song Wai Kit encara as novas concessões como uma forma criativa para Macau sair da crise

 

A entrada de sete candidatos na corrida às seis concessões de jogo reflecte a forma como Macau ainda é um mercado atractivo, considera o ex-deputado Davis Fong, do Instituto de Estudos sobre a Indústria do Jogo da Universidade de Macau. O académico partilhou a sua visão sobre o futuro do sector e da economia local na edição de ontem do programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau.

Na próxima década, Davis Fong prevê que a economia de Macau não dependa exclusivamente da indústria do jogo, mas tenha por base múltiplos sectores impulsionados por políticas do Governo. “Ainda assim, a indústria do jogo continuará a ser o principal pilar da economia de Macau e um garante de estabilidade económica e financeira”, acrescentou o académico.

O presidente da Associação de Jogos com Responsabilidade de Macau, Song Wai Kit, também participou na conversa, destacando o papel preponderante para a retoma económica das exigências que o Governo fez para as novas concessões. “Os problemas da economia de Macau emergiram durante a pandemia e puseram a nu a dependência completa do território em relação à indústria do jogo. Estes problemas podem ser resolvidos com os elementos não-jogo exigidos para as novas concessões”, indicou.

Song Wai Kit referiu-se especificamente à lista de 11 requisitos obrigatórios para as futuras concessionárias: promover o turismo internacional, a indústria de exposições e convenções, entretenimento, organizar eventos desportivos de grande escala, apostar na arte e cultura, turismo de saúde, parques temáticos, destacar no plano internacional Macau como uma cidade gastronómica, desenvolver o turismo de base comunitária e o turismo marítimo.

Influenciadores externos

A atracção de turistas e apostadores estrangeiros é uma das condições essenciais no futuro dos casinos do território. Nesse aspecto, David Fong recordou que antes da pandemia, Macau era visitado por cerca de 3 milhões visitantes estrangeiros por ano, totalizando 7,8 por cento dos turistas que visitaram Macau em 2019, principalmente provenientes da Coreia do Sul, Japão e Filipinas.

Como tal, o académico defende que a cidade tem atributos únicos, fora do jogo, capazes de atrair turistas estrangeiros.

Ainda assim, face ao novo paradigma da indústria, Fong sugeriu aos microfones da emissora pública que o sector se deve ajustar, nomeadamente oferecendo novos jogos, zonas exclusivas para jogadores estrangeiros e funcionários da linha da frente fluentes em língua além do chinês. No fundo, adaptar a oferta para privilegiar o jogador estrangeiro.

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