Macau anuncia quarta dose da vacina para toda a população

A partir de hoje, está disponível a quarta dose da vacina contra a covid-19. Para grupos de risco, o reforço deve ser administrado três meses depois da última inoculação e seis meses depois para a população geral. Após o período de estabilização, que termina domingo, vão continuar a existir grupos-chave obrigados a testes regulares

 

O Governo anunciou que vai disponibilizar, a partir de hoje, a quarta dose da vacina contra a covid-19 a toda a população, com prioridade para as pessoas mais vulneráveis, nomeadamente idosos e doentes imunodeprimidos.

Num comunicado divulgado na noite de quarta-feira, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus revelou que, desde ontem, passou a ser possível agendar a toma da segunda dose de reforço da vacina contra a covid-19. Para os grupos de maior risco, o centro decidiu reduzir o intervalo mínimo entre a terceira e a quarta doses da vacina de seis meses para três meses.

Mais tarde, durante a conferência de actualização sobre a pandemia, a médica Leong Iek Hou detalhou que estes grupos de risco incluem idosos com mais de 59 anos, portadores de doença autoimune moderada ou grave com mais de 11 anos, incluindo cancro, pessoas que realizaram transplantes, doentes com SIDA e indivíduos que vivam em lares de idosos ou instituições de reabilitação. Para a população em geral, o intervalo mínimo entre a terceira e a quarta doses da vacina continua a ser de meio ano.

Lançando um novo apelo à vacinação, Leong Iek Hou sublinhou ainda que o nível de anticorpos daqueles que optam por levar doses de reforço é crucial para evitar “infecções galopantes” e casos mortais em grupos frágeis e entre os idosos.

 

Misturar é bom

Macau tem administrado vacinas de mRNA da BioNTech-Pfizer e vacinas inactivadas da chinesa Sinopharm. Ao anunciar a possibilidade de tomar a quarta dose, as autoridades de saúde recomendaram ainda aos que receberam duas doses da vacina da Sinopharm, que escolham a vacina mRNA como dose de reforço, uma vez que a “vacinação mista” pode resultar numa imunização mais eficaz.

“De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, caso tenham optado pela vacina inactivada, devem, na segunda dose de reforço, escolher uma vacina com outras especificações técnicas. Portanto, se a primeira dose for a inactivada, a dose de reforço pode ser a vacina mRNA. Com vacinas mistas é possível criar um maior efeito protector. Apelo à população para que se vacine porque, por enquanto, esta é a ferramenta mais importante e útil para prevenir a covid-19”, explicou Leong Iek Hou.

Foi ainda recordado que, todas as seis mortes registadas durante o mais recente surto de em Macau, dizem respeito a idosos com doenças crónicas, alguns dos quais não vacinados, sendo que o objectivo de disponibilizar a quarta dose da vacina contra a covid-19 passa por “minimizar o risco de outro surto de grande escala em Macau”.

 

Testes para alguns

Apesar de ter sido confirmado que, a partir de domingo, terminado o chamado período de estabilização, quem sai de casa para ir trabalhar deixa de estar obrigado a fazer testes à covid-19 a cada três dias, Leong Iek Hou admitiu que alguns grupos-alvo vão continuar a ter de fazer testes regularmente. Contudo, a responsável reservou para o futuro a identificação dos grupos-alvo.

“Se conseguirmos manter esta estabilização até ao fim-da-semana, na próxima podemos entrar numa fase de maior normalidade. Os trabalhadores que precisam sair de casa (…) já não têm de fazer o teste de ácido nucleico. Quanto aos grupos-alvo (…), ou seja, profissionais que nós entendemos que têm maior risco de ser infectados, vamos ter que pedir a estas pessoas para continuar a fazer testes regularmente”, começou por explicar a responsável.

“Vamos reavaliar os sectores para termos uma ponderação final em relação aos riscos (…) e ter como referência a experiência do Interior da China para fazer a nossa nova avaliação de risco. Depois anunciaremos ao público”, acrescentou.

 

 

Aeroporto | Reforço de pessoal pode atenuar esperas à chegada

A médica Leong Iek Hou admitiu haver “longos períodos de espera” para aqueles que chegam a Macau do exterior e precisam de aguardar por resultados dos testes de ácido nucleico antes de seguir para os hotéis de quarentena.

Está em cima da mesa a contratação de funcionários para trabalhar em circuito fechado, face ao aumento de passageiros e à falta de recursos humanos.

“Ultimamente, os residentes que vêm dos voos de Singapura (…) têm de esperar um período de tempo mais longo. Ontem, regressaram a Macau 78 pessoas no mesmo voo, o que é um número muito elevado”, começou por dizer. “Como temos três turnos, não conseguimos ter o número de trabalhadores suficientes para responder ao [maior] número de voos de Singapura (…) durante o Verão. Não queremos uma medida mais ágil que possa comprometer a segurança da comunidade (…), pelo que estamos a ver se é possível aumentar o número de trabalhadores no aeroporto (…) e introduzir tratamento informático”, acrescentou.

 

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