Casinos perdem 600 milhões de dólares todos os meses

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Em pleno confinamento parcial, e depois de dois anos a tentar reerguer um negócio que outrora rendeu milhões, as operadoras de jogo estão neste momento a perder cerca de 600 milhões de dólares americanos todos os meses, além de enfrentarem sérios problemas de liquidez, com grandes quebras de receitas.

Os valores avançados pela Reuters traçam o cenário do duro período que os casinos vivem devido ao prolongamento das medidas para lidar com a pandemia. O analista e director da consultora de jogo 2NT8, Alidad Tash, considera que os casinos ainda vão ter de “jogar um longo jogo”. “É apenas uma questão de recuperação quando tudo começar de novo. A parte triste é que vai demorar anos até que o negócio regresse ao que costumava ser”, frisou.

Para se manterem à tona e lidar com o concurso público que irá renovar as licenças de jogo, as concessionárias estão a pedir empréstimos às empresas parcerias. À Reuters, o analista DS Kim, da JP Morgan, prevê que a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) irá pedir um empréstimo no valor de cinco mil milhões de dólares de Hong Kong à Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM). O analista acredita que a SJM terá apenas dinheiro em caixa para um mês, caso os casinos permaneçam fechados.

Na segunda-feira a Sands China anunciou ter assegurado um empréstimo de mil milhões de dólares americanos à Las Vegas Sands. Isso dará, segundo a JP Morgan, capacidade de liquidez à Sands China para 15 meses. Em Junho, a Wynn anunciou o pedido de empréstimo de 500 milhões de dólares americanos à Wynn em Las Vegas.

O bom aluno

A Reuters escreve ainda que as operadoras de jogo têm tentado mostrar o seu papel social, mantendo trabalhadores e salários. Além disso, procuram também respeitar o papel em matéria de responsabilidade social corporativa, ao disponibilizar hotéis para quarentenas ou dar apoio a negócios locais. Questionadas pela Reuters, as operadoras não responderam às questões sobre esta matéria.

É também referida a questão do jogo VIP, seriamente afectado por casos como a detenção de Alvin Chau, ex-CEO do grupo Suncity, e a nova lei do jogo, que reduz as concessões de 20 para 10 anos e prevê que um contrato possa ser rescindido por questões de interesse público.

As contas feitas pela Reuters mostram que, desde 2002, as operadoras de jogo pagaram ao Governo um total de 160 mil milhões de dólares americanos em impostos.

Outro assunto elencado pela Reuters prende-se com as questões de segurança nacional levantadas pela nova lei do jogo, que assume agora uma posição importante na atribuição das licenças e da sua manutenção. “É uma questão de geopolítica e de segurança nacional, porque o panorama de norte-americanos dominarem 50 por cento da principal indústria económica de Macau é, provavelmente, um risco inaceitável em matéria de segurança nacional”, rematou Ben Lee.

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