Supermercados admitem falta de produtos e aumento de preços devido à guerra

A presidente da Associação dos Merceeiros e Quinquilheiros de Macau, Leong Weng Sao, admitiu haver escassez de fornecimento de alguns produtos nos supermercados de Macau e que, em cima da mesa, está a possibilidade de os preços dos bens continuarem a aumentar até ao final do ano, devido à pandemia e à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Isto, tendo em conta que devido ao conflito e aos constrangimentos gerados pela pandemia de covid-19, os fornecedores continuam a aumentar os preços das mercadorias, sobretudo devido aos custos associados às operações logísticas, que podem subir entre 15 e 20 por cento a cada trimestre.

Ao jornal Ou Mun, Leong Weng Sao mostrou-se pouco optimista em relação ao futuro a curto prazo, apontando não ser possível excluir a possibilidade de os preços continuarem a aumentar até ao final de 2022, caso os efeitos do conflito e da pandemia continuem a ser sentidos.

“É impossível vendermos produtos a preços inferiores aos custos. Não há alternativa ao aumento dos preços”, explicou.

Com o aproximar de uma nova ronda de cartões de consumo, e a possibilidade de alguns supermercados e outros estabelecimentos aproveitarem a ocasião para aumentarem intencionalmente os preços de venda ao público, Leong Weng Sao admitiu o problema, mas garantiu que a associação tudo fará para “estabilizar os preços” dos bens essenciais.

Além disso, a responsável alertou ainda que o facto de muitos supermercados serem inconstantes no que toca ao lançamento de promoções, poder induzir os clientes a pensar que os preços dos bens essenciais aumentaram, após deixarem de estar sujeitos a qualquer desconto.

Caso suspeitem de práticas abusivas por parte dos supermercados, Leong Weng Sao sugere que os residentes verifiquem os preços dos bens através da aplicação do Conselho dos Consumidores (CC), denominada por “Posto de Informações de Preços de Macau”.

Perdas e desafios

Falando de forma abrangente sobre os efeitos da pandemia, a presidente da Associação dos Merceeiros e Quinquilheiros de Macau vincou que o sector continuou a operar sem que houvesse necessidade de despedir funcionários ou reduzir salários.

No entanto, aponta, para além de o negócio ter caído 10 por cento em termos anuais no primeiro trimestre de 2022 e 30 por cento nos meses de Março e Abril, o sector tem estado debaixo de “stress” durante a pandemia.

Sobretudo, tendo em conta que, a tempos, os supermercados têm vindo a suportar custos associados à desinfecção de mercadorias provenientes de Hong Kong e ao pagamento dos testes de ácido nucleico dos seus funcionários.

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