Quatro países do Golfo visitam China em período de crise energética

Quatro países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) iniciaram hoje uma visita de cinco dias à China, num período de rápido aumento do preço do petróleo, do qual o país asiático é o maior importador do mundo.

A recuperação da economia mundial levou, nos últimos meses, a uma forte subida dos preços de todas as fontes de energia, em particular do gás e do petróleo.

Face ao aumento da procura global e às interrupções relacionadas com a pandemia de covid-19, a China está preocupada com o seu abastecimento.

A convite do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, os seus homólogos de quatro países do Golfo Pérsico – Arábia Saudita, Kuwait, Omã e Bahrein – estão na China até sexta-feira, segundo uma nota informativa da diplomacia chinesa. O comunicado divulgado não fornece detalhes sobre o programa.

As visitas de diplomatas estrangeiros à China nos últimos dois anos têm sido escassas, devido às medidas de prevenção contra a doença covid-19.

De acordo com o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, esta visita poderá permitir “avançar” nas discussões em torno de um acordo de livre comércio entre a China e o Conselho de Cooperação do Golfo.

O GCC (na sigla em inglês) é formado por seis países: Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Qatar. Nos últimos anos, a China tem procurado fortalecer os seus laços com os países do Golfo. Em 2014, o Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu mais do que duplicar o comércio com a região até 2023.

Esta visita ocorre numa altura em que os distúrbios no vizinho Cazaquistão, membro da OPEP + (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), levaram à subida dos preços do petróleo. Os investidores temem possíveis interrupções no fornecimento.

O país é o maior produtor de petróleo da Ásia Central, com a 12.ª reserva comprovada de petróleo do mundo, de acordo com a Agência de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA). O Cazaquistão produziu cerca de 1,8 milhões de barris por dia em 2020.

Em novembro, a China anunciou que estava a utilizar as suas reservas de petróleo para baixar os preços, acompanhando uma iniciativa lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

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