Manchete SociedadeImprensa | Polícia impediu gravações de acidente e ameaçou detenção João Santos Filipe - 6 Jan 2022 Um jornalista do Ou Mun foi ameaçado por um agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública por filmar o resultado de um acidente com uma viatura dos bombeiros. As autoridades pediram desculpa e prometem investigar o incidente Um jornalista do Ou Mun foi ameaçado com a possibilidade de ser detido por recolher imagens de vídeo de um camião dos bombeiros que havia capotado perto do edifício do jornal. O caso aconteceu na terça-feira à noite, depois de uma viatura dos bombeiros se ter virado quando fazia a curva na via que faz a ligação entre a Avenida de Venceslau de Morais e a Estrada da Bela Vista. Segundo o relato dos órgãos da comunicação social em língua chinesa, quando aconteceu o acidente os jornalistas deslocaram-se rapidamente para o local e começaram a gravar imagens. No entanto, um dos agentes do CPSP pediu ao jornalista do jornal Ou Mun que abandonasse o local. O repórter de imagem acedeu ao pedido do agente e deslocou-se para a entrada do jornal, sempre a filmar, com o polícia a bloquear a objectiva da câmara com as mãos. A pedido do polícia, posteriormente, o repórter identificou-se, mostrou o cartão do jornal e foi-lhe dito que tinha entrado num local proibido e que tinha de abandonar imediatamente o local, a entrada do jornal, caso contrário seria preso. O agente justificou a possível detenção com a captura de imagens ilegais, incluindo imagens que o poderiam identificar. Embora o polícia não tenha detido o jornalista, não deixou, de acordo com o jornal Ou Mun, de apreender a câmara de filmar. Investigação interna As imagens do agente activamente a impedir o trabalho do jornalista do Ou Mun tornaram-se virais e o jornal apresentou queixa às autoridades. Em seguida, o CPSP tomou uma posição e, pelas 20h40, pediu desculpa pelo incidente. De acordo com a mensagem, o agente agiu com a intenção de “manter a ordem e garantir a segurança pública” e assegurar que havia espaço livre para que as operações de socorro fossem realizadas. Contudo, o CPSP reconheceu que os procedimentos adoptados foram “inadequados”. O CPSP frisou ainda “respeitar sempre a liberdade de imprensa” e “manter uma boa relação de cooperação com os média”, e prometeu fornecer orientações conduta aos agentes para locais de acidentes e investigar eventuais violações. Sem feridos O acidente que bloqueou durante mais de três horas o viaduto entre a Avenida de Venceslau de Morais e a Estrada da Bela Vista aconteceu ontem por volta das 18h30. O veículo pesado seguia em marcha de emergência, o condutor perdeu o controlo numa curva e a viatura ficou virada em cima do separador central das faixas de rodagem. Nenhum dos cinco tripulantes sofreu ferimentos e todos conseguiram sair da viatura pelos seus meios. O caso vai agora ser investigado pelas autoridades, que informaram que o condutor do veículo tinha mais de 10 anos de experiência, entre os quais seis a guiar este tipo de veículos pesados, ou seja, os camiões com escadas de socorro com 68 metros. Segundo os primeiros indícios, as autoridades consideram que o veículo não estava em excesso de velocidade, contudo, o bombeiro foi suspenso das funções de condutor e colocado temporariamente noutra posição. Vai ser alvo de acompanhamento psicológico.