Fronteiras | Mais de 200 doentes da especialidade acompanhados em Macau 

Um total de 223 pessoas estão a ser acompanhadas pelos Serviços de Saúde de Macau devido à impossibilidade de se deslocarem ao exterior para consultas de especialidade. A deputada Agnes Lam defendeu um corredor verde com Hong Kong só para estes casos, incluindo um nos correios para o envio de medicamentos, mas o Executivo diz que o Interior da China pode dar resposta

 

Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) têm acompanhado 223 pessoas que necessitam de cuidados médicos da especialidade mas que, devido às restrições entre fronteiras, não conseguem deslocar-se a Hong Kong. Numa interpelação escrita, a deputada Agnes Lam defendeu a criação de um corredor verde com Hong Kong apenas para doentes nesta situação, e nos correios para o envio de medicamentos, mas o Executivo parece descartar, para já, esta possibilidade.

“Todos os residentes de Macau que se deslocam a Hong Kong devem ser sujeitos a observação médica em isolamento. Quando houver necessidade de tratamento médico durante o período de isolamento, os residentes em questão podem solicitar junto do Governo da RAEHK a autorização de consulta médica, daí terem sido criadas enfermarias de isolamento pela Autoridade Hospitalar de Hong Kong destinadas a pessoas com essa necessidade”, explica o director dos SSM, Alvis Lo.

Na conferência de imprensa do Centro de Coordenação e Contingência do novo tipo de coronavírus, foi referido que o Interior da China pode ser a solução. “Hong Kong é um dos locais para onde temos transferido doentes, e como é impossível fazê-lo abrimos outros canais para o tratamento no Interior da China. Muitos casos conseguem ter tratamento em Cantão”, disse um responsável.

Relativamente às consultas de especialidade, Alvis Lo adiantou que foi criado um “serviço especial” para a sua marcação por parte dos SSM, que se destina “aos residentes que não conseguem receber tratamentos médicos nos hospitais do exterior devido ao impacto causado pela pandemia”. O director acrescentou também que “sempre que necessário os residentes também podem recorrer às instituições médicas locais para tratamentos”.

Na sua interpelação, a deputada diz ter recebido pedidos de ajuda de “muitos residentes de Macau que não conseguem deslocar-se a Hong Kong para consultas médicas”.

Caso a caso

Agnes Lam defendeu também a implementação de um canal verde nos correios apenas para o envio de medicação entre os dois territórios, uma vez que “os familiares e amigos [dos residentes] pediram aos médicos de Hong Kong para passarem as receitas médicas e comprarem os medicamentos prescritos em Hong Kong”.

No entanto, “muitos dos medicamentos estão sujeitos ao controlo de importação, por isso não podem ser enviados através do correio”. Também sobre esta sugestão os SSM garantem analisar “cada caso de forma individual e consoante as situações reais”.

“Apenas as fábricas, importadores e exportadores de medicamentos e grossistas podem solicitar aos SSM a importação de medicamentos. Todos os medicamentos enviados pelo correio sem licença de importação emitida pelos SSM são interceptados e apreendidos pelos Serviços de Alfândega (SA)”, frisou Alvis Lo, que assegura que os SSM têm mantido contactos estreitos com os SA para identificar casos relacionados com a medicação de residentes que não conseguem sair do território.

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