Sector acha que privados não serão afectados com habitação económica

Ontem abriram as candidaturas para 5.254 apartamentos de habitação económica que serão construídas nos cinco lotes da zona A dos Novos Aterros. Além das repercussões no volume da procura de casa, tanto o sector imobiliário, como as associações tradicionais, fizeram contas à vida.

Chong Sio Kin, presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, disse ao jornal Ou Mun que as casas que o Governo irá disponibilizar não vão influenciar o mercado privado, pelo menos a médio/longo prazo.

No entanto, considera que os privados podem sentir algum impacto a curto prazo, algo que não será imediato porque estes edifícios só devem ser inaugurados a partir de 2024 e as fracções podem demorar cerca de três anos a ser distribuídas. Assim sendo, Chong Sio Kin acha que a oferta destes 5.254 apartamentos será gradualmente absorvida por um sector específico da sociedade, que terá de cumprir os requisitos mais apertados da nova legislação, mas que pode ter um ligeiro impacto a curto prazo no sector privado.

O dirigente acabou mesmo por elogiar a oferta de habitação económica como uma política destinada a satisfazer o bem-estar da população, mas ressalvou que o Executivo deve acautelar o desenvolvimento saudável do mercado imobiliário e proteger os proprietários e o mercado de arrendamento.

O representante do sector imobiliário aproveitou a ocasião para sugerir ao executivo de Ho Iat Seng que flexibilize, ou elimine, algumas restrições na compra de imóveis, como os limites às hipotecas na primeira habitação, permitindo aos bancos regressar à liderança do mercado.

Chong Sio Kin gostaria de ver o estabelecimento de rácios hipotecários com base nas capacidades dos clientes e avaliações de risco, assim como a abolição do limite de idade para compra da primeira habitação.

Fadas do lar

O método de candidatura foi um dos destaques de Ma Io Fong, vice-presidente da Associação da Construção Conjunta de Um Bom Lar, que elogiou o pragmatismo e operacionalidade do sistema de candidaturas, que permite entrega de documentos online, e congratulou o Executivo por ter cumprido a promessa de abrir o concurso ainda este ano.

Além disso, o colega de Wong Kit Cheng concorda as alterações ao método de pontuação, em particular com a prioridade dada aos residentes que vivem há mais tempo em Macau.

O dirigente está também de acordo com a tipologia dos apartamentos colocados à venda, factor que pode funcionar como incentivo à natalidade, afirmando que parece que o Governo atendeu às sugestões da Associação do Bom Lar e teve em conta as necessidades de habitação das famílias.

A proporção de fracções multi-familiares aumentou para 95 por cento (as unidades de dois quartos e três quartos representaram 85 por cento e 10 por cento respectivamente), um aumento de 21 por cento em comparação com os projectos imobiliários 2019.

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