Torre de Macau | Instalação de grafitti e dança a partir de sábado

O projecto “Curioser & Curioser” está de volta à Torre de Macau para apresentar uma instalação do grafitter Pat Lam e espectáculos de dança e luz coreografados por Chloe Lao, inspirados em mais um capítulo da obra de Lewis Caroll, “Alice no País das Maravilhas”. Para a curadora da iniciativa, o objectivo é que o público explore os limites da imaginação e fique com “uma sensação de vitória”

 

A partir de sábado, o átrio inferior da Torre de Macau irá acolher a iniciativa “A Curious Race with Alice”, um projecto da “Curioser & Curioser” que inclui uma instalação astística de grafitti que pode ser visitada em permanência, performances de dança e ainda espectáculos de luz.

Inspirado uma vez mais na obra literária “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Caroll, a iniciativa que estará patente até 18 de Julho, e propõe-se a explorar o terceiro capítulo da obra em que o dodo sugere fazer uma corrida para que, tanto os outros animais como Alice, se secarem da água do mar.

No entanto, conta Mel Cheong, curadora da iniciativa, o resultado final “derivou bastante da ideia da corrida”, apesar de ter ficado a preocupação de manter “a sensação final de que todos, incluindo os visitantes, venceriam no final”, através dos estímulos gerados pela instalação e pelos espectáculos de dança.

“Na história original todos ganham e eu queira que essa ideia passasse. Por isso, cheguei à conclusão que uma dança, onde cada um pode fazer a sua parte, a sua própria dança, para que todos desfrutem. Nos últimos cinco minutos da performance convidamos o público a vir ter connosco e fazer tudo aquilo que lhes apetecer, tirar fotografias, falar e, se quiserem, dançar”, explicou ao HM.

A instalação artística que dá o mote à iniciativa ficou a cargo do grafitter Pat Lam (PIBG) que, segundo a curadoria, procurou explorar o lado emocional da Alice, nomeadamente o facto de esta ter sido abandonada no final da corrida, ficando sozinha com os seus pensamentos e sonhos, apesar de estar aparentemente aborrecida. Além disso, numa alusão ao filme de animação “Toy Story”, serve também para transmitir a sensação de ser algo que “as crianças também podem fazer”.

“Após falar com o Pat, ele lembrou-se logo que depois da corrida, toda a gente se foi embora e a Alice ficou sozinha. Depois disso ele foi por aí e não quis saber propriamente da corrida, só se preocupou com as emoções da Alice. Este projecto é feito com base no desenvolvimento de várias ideias em simultâneo”, acrescentou Mel Cheong. A instalação artística de Pat Lam pode ser visitada em permanência até ao dia 18 de Julho.

Dança dos elementos

O espectáculo de dança propriamente dito está a cargo de Chloe Lao, coreógrafa e directora criativa da Associação de Dança Ieng Chi e será exibido nos dias 13, 20 e 27 de Junho e no dia 4 de Julho entre as 15h e as 16h. Segundo a artista, a iniciativa resulta de “um processo de pingue-pongue”, que a levou a explorar a ideia da solidão, da descoberta e dos limites da imaginação.

“Apesar de parecer solitária, a Alice continua a sonhar e a imaginar coisas na sua cabeça. Ela aparenta estar sonolenta e triste, mas o cérebro dela está a ir para muitos outros lugares”, começou por dizer.

“A performance tem quatro personagens que partem em busca de diferentes elementos existentes no espaço. A dançarina principal é uma rapariga muito curiosa que está sempre em busca dos seus sonhos. Mais tarde, numa alusão à terra, ao vento e à água, encontra três elementos diferentes, representados por mais três dançarinas”, apontou Chloe Lao.

A música que acompanha os espectáculos de dança foi criada de raiz pelo compositor Akitsugu Fukushima.
Os espectáculos de luz, a cargo do artista K. Tou, estão agendados para os mesmos dias das performances de dança, ou seja, para os dias 13, 20 e 27 de Junho e 4 de Julho. No entanto, acontecerão mais tarde, às 18h e as 19h.

“Sempre que tenho projectos deste género sinto que os artistas são quase como ilusionistas porque sempre que partimos numa determinada direcção, eles acabam por pensar de uma forma muito própria. É por isso que este projecto é tão interessante, pois não existem regras”, disse Mel Cheong, em jeito de remate.

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