China / ÁsiaChina | MNE acusa relatório do CCEC de “enganar o público” Hoje Macau - 3 Mar 2021 O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China respondeu ontem às críticas do Clube de Correspondentes Estrangeiros na China (CCEC), que elaborou um relatório segundo o qual tem existido um “declínio da liberdade de imprensa dos jornalistas internacionais” e a expulsão de profissionais norte-americanos. Segundo o porta-voz Wang Wenbin, o governo chinês nunca reconheceu o CCEC. “Este suposto relatório, repleto de preconceitos ideológicos e calúnias contra a China, foi criado para fins de detecção de falhas. Um autodenominado ‘clube de correspondentes estrangeiros na China’ não pode de forma alguma falar em nome dos quase 500 jornalistas estrangeiros, mas apenas transmitir as ideias paranóicas de um punhado de jornalistas ocidentais. É um exemplo típico de reportagens injustas e tendenciosas. O relatório confunde preto e branco na tentativa de enganar o público”, afirmou. Wang Wenbin entende que “a China dá sempre as boas-vindas às agências e jornalistas de outros países para fazerem reportagens e oferece conveniência e assistência para trabalharem e morarem aqui”. Como exemplo, Wang referiu a ajuda prestada durante o surto de COVID-19. “O governo ajudou mais de 100 jornalistas estrangeiros e as suas famílias, retidas no exterior, a regressarem, facilitou o seu acesso ao mercado de Xinfadi e locais de vacinação em Pequim para entrevistas, coordenou e auxiliou entrevistas da media estrangeira sobre P&D de vacinas e com pessoal do Instituto de Virologia de Wuhan”, entre outros aspectos. “Há uma única palavra neste suposto relatório sobre toda essa facilitação e assistência, concretas e bem documentadas, que a China forneceu aos media estrangeiros?”, atirou o porta-voz. Wang insurgiu-se ainda contra as pretensões dos jornalistas expressas no relatório da CCE. “Todos os chineses e estrangeiros na China devem cumprir os regulamentos de quarentena. Até mesmo os especialistas da OMS em visita à China foram sujeitos a uma quarentena de 14 dias. Por que razão alguém pensaria que os jornalistas não precisavam obedecer a esses regulamentos de controlo epidémico? O relatório denegriu as medidas anti-epidémicas da China como restrições aos jornalistas e fez especulações maliciosas sobre a boa vontade da China. Não passam de manchas inescrupulosas para confundir o certo com o errado.” Quanto à expulsão de jornalistas americanos, o porta-voz passou o ónus da culpa para os EUA. “Culpar a China pela expulsão de jornalistas é uma acusação completamente falsa. Foram os EUA que suprimiram, primeiro e desenfreadamente, os media chineses. A China tem sido forçada responder de forma legítima. Desde 2018, os EUA têm pedido aos media chineses nos Estados Unidos que se registem como ‘agentes estrangeiros’ e se listem como ‘missões estrangeiras’. No ano passado, atrasaram sem justa causa ou negaram visto a mais de 20 jornalistas chineses e limitaram drasticamente o visto para jornalistas chineses a uma estadia máxima de 90 dias. Diante de tal repressão, o lado chinês exerceu grande moderação”, explicou. E Wang foi mesmo mais longe, afirmando que a China ainda não retaliou realmente. “Ainda não retaliámos a medida dos EUA de limitar o visto a todos os jornalistas chineses a um máximo de 90 dias. Por que razão o relatório falha em apresentar toda a história fielmente e apenas ataca a China?” Finalmente, Wang Wenbin acusou, por seu lado, o CCEC, referindo que não é apenas na China que enfrenta problemas. “Essa suposta organização tem sido tendenciosa e distorce os factos há muito tempo. Também ouvimos falar do seu mau comportamento em outras partes do mundo. O que nos opomos é ao preconceito ideológico contra a China, notícias falsas sob a capa da liberdade de imprensa e violação da ética profissional”.