h | Artes, Letras e IdeiasTratar da nossa saúde José Simões Morais - 22 Fev 2021 Isolar é a atitude indicada para prevenir o ser infectado por o Covid19, mas mesmo assim, este vai sempre um passo à frente. Daí, o remédio para combater as suas mutações, cujas vacinas trazem a esperança mas andam sempre um passo atrás, é investir na saúde, ter uma visão optimista e ser-se paciente, esperando o vírus desaparecer. A solução é tratar de fortalecer a saúde do corpo e da mente, para a qual é preciso criar um ambiente positivo, evitar tensões e conflitos, e abrir o espírito ao comum bem-estar interior. Segundo A. da Silva Tullio, o jornalismo francês foi inventado como remédio para a cura dos doentes em França, pelo Dr. Theophrasto Renaudot, médico do Rei de França Luís XIII (1610-43). A História começa com o trabalho de um seu amigo genealógico, Pedro de Hozier, que andava pelas províncias de França e outros países para redigir a História da Nobreza (publicada mais tarde). Com as histórias genealógicas e outras das suas viagens coligia notícias que ia mandando aos amigos, entre os quais o Dr. Theophrasto Renaudot. Este começou a ler algumas dessas notícias durante as visitas aos doentes e estes melhoravam a olhos vistos e assim começou a correr a fama do doutor das notícias. Aos doentes já não lhes chegava escutar as notícias, mas também as queriam ler. Com o aumento de doentes, o médico necessitou de contratar copistas e aumentando o formato, colocou também notícias suas. Estava-se em 1630 e a tiragem corria já para os milhares, o que mostra a corrida dos doentes para este médico. Daí lembrou-se, se esse remédio curava os doentes, porque não estender aos sãos e como era amigo do cardeal Richelieu, conseguiu facilmente a licença régia, saindo em 30 de Maio de 1631 o primeiro número da Gazeta, com oito páginas. Jornal que contou com colaboradores como Richelieu, tornou-se o diário oficial do governo e com o título Gazete de France chegou até ao século XX. O nome de Gazeta vem da moeda de cobre da República de Veneza, dos meados do século XVI, que era o custo de escutar as participações a relatar os avanços do cristianismo no teatro de guerra da Turquia. Em Portugal, considerado o primeiro jornal português, a Gazeta começaria em Novembro de 1641 e vendia-se mensalmente por dez reis, mas já muito antes havia papéis volantes, relações e notícias avulso. Desde 1604 existia a irmandade dos cegos papelistas, onde eram apenas admitidos doze irmãos com vista para guiar e ajudar os cegos, livrando-os assim da mendicidade. Imprimiam e apregoando, vendiam os papéis noticiosos pela rua. Como muitas notícias eram censuradas, os que tinham vontade de saber mais dirigiam-se para determinados lugares da cidade (por exemplo, em Lisboa, Luís de Camões gostava de ir ao adro de S. Domingos), onde as pessoas se reuniam a determinadas horas, para escutar as licitadas novidades. Eram notícias tanto do reino, como do estrangeiro e de alguidar. A Holanda teve desde 1605 uma publicação com as leis e ao mesmo tempo dava notícias da guerra e do comércio e a Inglaterra, no ano 1622 publicou a sua Gazeta semanal, política, comercial e literária. Voltando a Portugal, em 1755, o terramoto deu-se a um sábado e a Gazeta saia às quintas-feiras. Pois a 6 de Novembro, a folha saiu pontualmente em Lisboa e relatava: “O dia primeiro do corrente ficará memorável a todos os séculos pelos terramotos e incêndios que arruinaram uma grande parte desta cidade; mas tem havido a felicidade de se acharem nas ruínas os cofres da fazenda real e da maior parte dos particulares”. As informações em cima partilhadas são de A. da Silva Tullio e foram publicadas em 1903. Medicina preventiva A História do ser humano é uma incessante procura de conhecer a Natureza, para como espelho nela se rever, sendo o princípio básico, pertencermos ao todo energético que faz o Universo. Nessa unidade, cuja energia vital Qi tudo rege, é por exercícios físicos a combinar com a química glandular e de respiração que o corpo é nutrido por canais de energia, os meridianos e vasos sanguíneos, oxigenando-o e fazendo-lhe a limpeza. Outro método de purificar é trabalhar a respiração, prolongando lentamente o inspirar, primeiro enchendo os pulmões e daí levar o ar a preencher os espaços claviculares e seguir mais profundamente até ao estômago. Parecendo já completamente cheio, há sempre espaço para mais insuflar e na plenitude, conseguir fazer uma pausa com o maior momento alcançável. Atestado, agora em sentido oposto, com a mesma lentidão expelir até deitar fora todo o ar e repete-se esse ciclo do respirar. Este o melhor exercício para elevar a robustez energética do corpo e esvaziar a mente, método associado à meditação para assegurar a saúde e cultivar o Espírito. Outra natural terapia, para manter um corpo são em mente sã, é a ginástica praticada na antiga agricultura por quem com a Natureza trabalha e desde o plantar ao colher, todo o corpo é revitalizado. Após as colheitas, o festejar expressando emoções ao dançar com movimentos corporais a estimular a circulação do corpo, levando os dois braços para cima e num vira que vira, torna a rodopiar. Ao fim, os aplausos libertam foguetes de palmas e carregadas as energias, segue como novo. Em agradecimento à Natureza pelos produtos dados, as celebrações de oferecer sacrifícios ao Céu animam o espaço de Atenção, suspenso aos limites, a prestar respeito à unidade Universo. O ser humano, em tempos que andava, qual criança, à descoberta da Essência da Natureza, ainda sem as formatadas adultas planificações para controlar e produzir, qual animal intuía os melhores alimentos para comer e após ingeridos, iam-se encontrando os efeitos, transmitindo-os oralmente. Há cinco milénios, Shen Nong, um dos três Ancestrais Soberanos da China, ensinou a ferver a água antes de ser bebida e ingeria plantas selvagens para classificar quais as comestíveis e as venenosas. Contase ter sido num só dia envenenado 72 vezes, mas salvo por umas verdes folhas de um arbusto com flores brancas, o chá, que o desintoxicou. Utilizou as ervas medicinais como cura para muitas maleitas e melhorou as artes da agricultura, daí Deus da Agricultura. Já no Livro dos Poemas (Shi Jing) do século XII a.n.E., um sem número de plantas estavam classificadas. O quotidiano caminhar é outra terapia, em marcha não molenga nem a correr, com herança ancestral à longa caminhada de peregrinação, massajando os pés, naquele tempo descalços, nas jornadas por calhaus redondos, ou anguladas pedras, quais agulhas pressionando as plantas dos pés, porta para trabalhar o corpo e seus órgãos, num exercício de libertar as tensões dos canais energéticos. Daqui evoluiu para as massagens e acupunctura, esta já praticada entre 6000 e 5000 anos antes da nossa Era por tribos neolíticas chinesas. O problema do vírus só será resolvido quando tivermos o corpo nutrido com saúde para conseguir repelir todos os ataques a que quotidianamente está sujeito, pois segundo os mestres de Medicina Tradicional, não há doenças, apenas doentes.