Fórum Macau | Delegados destacam trabalho da secretária-geral Xu Yingzhen

Delegados representantes de países de língua portuguesa junto do Fórum Macau consideram que Xu Yingzhen, ex-secretária-geral, foi fundamental no trabalho de diplomacia económica sino-lusófona. A responsável deixou Macau com destino a Pequim este domingo

 

[dropcap]O[/dropcap]s delegados do Fórum de Macau de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe disseram ontem à Lusa que a ex-líder da entidade se destacou na promoção do comércio sino-lusófono nos quatro anos de mandato. “Destaco a promoção do comércio e investimento, bem como o fomento de parcerias industriais na nossa relação com a china”, afirmou o delegado de Cabo Verde no Fórum Macau, cujo nome oficial é Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. “Aumentou-se o nível de intercâmbio com Cabo Verde, desenvolveram-se algumas parcerias com províncias chinesas”, sublinhou Nuno Furtado.

A secretária-geral do Fórum de Macau, Xu Yingzhen, cessou as funções e regressou a Pequim no domingo, anunciou hoje a organização de cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

Nuno Furtado lembrou os bons resultados, ao longo dos quatro anos de mandato de Xu Yingzhen, ao nível do desenvolvimento de recursos humanos, que significaram, na prática, a formação, “anualmente, de 50 quadros cabo-verdianos”.

Na mesma linha, o delegado de São Tomé e Príncipe, Gika Simão, destacou a preponderância e a contribuição de Xu Yingzhen para o aumento das trocas comerciais China/Macau com aquele país africano.

As competências humanas, a capacidade de diálogo e a capacidade de trabalhar em equipa foram algumas das qualidades de Xu Yingzhen que os dois delegados destacaram.

“Como diplomata, sabe gerir muito bem os conflitos, sabe fazer as coisas acontecerem. Deixa saudades”, frisou Gika Simão, acrescentando que a ex-secretária-geral “aproximou o Fórum dos países de língua oficial portuguesa”. “O Fórum não visitava de forma permanente os países. Com a Xu, o Fórum passou a visitar todos os países [representados] uma vez por ano”, disse.

A liderar desde 2016

A China estabeleceu a RAEM como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum de Macau. Este Fórum tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Xu Yingzhen, que assumiu funções em Julho de 2016, presidiu a “uma série de eventos de grande importância”, como a 5.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, “a celebração do 15.º Aniversário da Criação do Fórum de Macau” e participou ainda às comemorações do 20.º aniversário da passagem da administração de Macau de Portugal para a China, em 20 de dezembro de 1999, lembrou o Fórum.

Xu Yingzhen iniciou as funções na mesma altura em que São Tomé e Príncipe integrou o Fórum de Macau, ajudando o país e criando condições para ficar “ao mesmo pé de igualdade que os restantes” membros, frisou Gika Simão. Também o delegado de Cabo Verde enfatizou o “trabalho que foi realizado num ambiente de muita cooperação e colaboração”.

“Tivemos uma secretária-geral com competência, capacidade de diálogo e habilidade para concretizar as medidas plasmadas nos planos de acção da 5.ª conferência inter-ministerial” que se realizou em outubro de 2016, afirmou Nuno Furtado. Já o secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, destacou, em declarações à Lusa, a “boa colaboração, profícua”, que existiu entre os dois.

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