Bélgica “preocupada” com risco de espionagem chinesa nas universidades

[dropcap]A[/dropcap] Bélgica está “preocupada” com o risco de espionagem nas suas universidades, dando conta da presença de estudantes chineses em áreas como a Tecnologia de Defesa, suscetíveis de fornecer às Forças Armadas de Pequim “todas as informações” que obtêm.

A inquietação é evocada no último relatório anual da Segurança de Estado, os serviços se informações civis da Bélgica, hoje divulgado.

“Os estudantes de diversos institutos de investigação militar (como os da Universidade Nacional de Tecnologias de Defesa da China) têm sido enviados para vários países da Europa Ocidental, entre eles a Bélgica, para adquirirem conhecimentos essenciais sobre vários desenvolvimentos militares”, sublinha-se no relatório.

No documento, que reporta a 2019, refere-se que as universidades belgas ligadas à investigação são vistas como uma “mina de ouro” nos temas em questão.

“Os estudantes e os investigadores entregam, depois, todas as informações e conhecimentos adquiridos nas universidades belgas ao exército do seu país. Atualmente, são várias as dezenas desses estudantes militares que estão activos nas universidades belgas”, acrescenta-se no relatório.

A Segurança do Estado não avança com quaisquer dados precisos sobre a presença de estudantes chineses no país, mas o “número dois” dos serviços de informações civis, Pascal Pétry, reconhece, intrinsecamente, que “deve ser dada uma atenção particular” à Bélgica, lembrando que acolhe as principais instituições da União Europeia (UE).

“O interesse da China é o de estimular os jovens investigadores a penetrar em instituições interessantes na Bélgica e felicitá-los no regresso ao seu país se tiverem obtido informações úteis”, assegurou Pétry, em declarações ao diário La Libre Belgique.

“Os participantes nesses programas estão na origem de uma perda da propriedade intelectual que tem repercussões no financiamento da investigação científica no nosso país”, sublinhou o “número dois” da Segurança do Estado belga.

Para remediar o problema, os serviços secretos belgas criaram um programa de sensibilização destinado a ajudar o mundo académico a garantir uma melhor proteção do potencial de pesquisa científica.

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