Portugal | Governo quer reforçar ligações aéreas com a China

[dropcap]O[/dropcap] Governo pretende reforçar as ligações aéreas com Pequim e alargá-las a outras cidades chinesas, afirmou ontem o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, em Lisboa, num seminário empresarial.

Classificando o restabelecimento de ligações aéreas entre Lisboa e Pequim, em 2019, como “um momento importante” e de “um grande significado político e diplomático”, o governante manifestou o desejo de reforço das ligações, durante um Seminário de Comunicação e Cooperação Financeira Internacional, organizado pelo Bank of China num hotel em Lisboa, no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”.

“Queremos reforçar no futuro próximo, com outras ligações ao território chinês, e em particular da nossa capital, Lisboa, a Pequim”, disse Eurico Brilhante Dias.

Num discurso que destacou os desenvolvimentos da relação económica entre Portugal e China em 2019, o secretário de Estado referiu também o início da venda de carne de porco para o país asiático como um marco importante.

“Finalmente, podermos ter tido a possibilidade de desbloquear o famoso caso, praticamente com uma década, da exportação da carne de porco de Portugal para Pequim”, foi um dos pontos sublinhados pelo governante, que o classificou de “símbolo” da relação entre os dois países.

Eurico Brilhante Dias salientou ainda a “cooperação na área financeira, em particular no contributo que Portugal procura dar para a internacionalização da moeda chinesa”, referindo-se à emissão de 260 milhões de euros de dívida nacional em renmimbi, que classificou de “grande sucesso”.

Feito e por fazer

Numa perspectiva de futuro, o governante afirmou haver “muito que fazer” em duas dimensões diferentes, referindo-se ao setor agroalimentar e à supressão do défice, do lado português, da balança de bens.

Eurico Brilhante Dias realçou ainda “os novos protocolos firmados com os operadores de comércio electrónico da República Popular da China, como a Alibaba e a gd.com”, como um exemplo de um “esforço” feito pelo Governo com o “contributo inegável da Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal [AICEP]”.

O governante apontou ainda à cooperação com países terceiros, e referiu que o memorando de entendimento assinado aquando da visita de 2016 do primeiro-ministro, António Costa, à China, “precisa de um novo impulso”.

“Esse impulso permite, em Lisboa, que portugueses, chineses, e amigos dos países de língua portuguesa possam cooperar de forma trilateral, e essa cooperação é decisiva para podermos continuar a desenvolver a economia dos nossos países”, defendeu o secretário de Estado.

Eurico Brilhante Dias afirmou que a cooperação fomenta o relacionamento entre as economias, de forma a “ultrapassar barreiras que ultimamente se têm levantado no quadro do comércio internacional”.

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