Escola Pui Ching | Professor ameaça processar críticos após posts polémicos

Depois de publicar mensagens com teor e linguagem violenta, um professor da Escola Secundária Pui Ching ameaçou processar judicialmente um ex-aluno que o criticou. As publicações do professor referem-se à situação vivida em Hong Kong. Hoje, um grupo de ex-alunos entrega uma carta e petição na escola

 

[dropcap]O[/dropcap]s que concordam com os manifestantes são heróis, os que discordam são idiotas azuis. Todos os dias falam de 31.8 e de 18.9. Se detestam os polícias porque não usam AK47? Sinto nojo quando os vejo destruir lojas”. Este foi o conteúdo de uma das publicações de Facebook de um professor da prestigiada Escola Secundária Pui Ching que lançou a polémica nas redes sociais desde a semana passada.
Além desta publicação, o professor referiu-se ainda aos manifestantes como “baratas”, juntou um emoji coração ao mencionar bombas incendiárias, entre outras mensagens com teor e retórica violentas.

Um grupo de ex-alunos entrega hoje uma petição e carta a denunciar o comportamento do docente a “espalhar o ódio”, exigem um pedido de desculpas do professor e pedem que a escola lide com a situação, sem especificar de que forma.

“Não temos intenção de interromper o direito do professor de partilhar o seu ponto de vista político, mas temos de salientar que as posições e ideologias diferentes devem ser respeitadas. Comentários irracionais apenas fortalecem o ódio”. Lê-se na missiva que é hoje entregue à direcção da Escola Secundária Pui Ching e à qual o HM teve acesso. O HM contactou a escola no sentido de obter uma reacção, mas até ao fecho da edição não obteve qualquer resposta.

Batalha no Facebook

Depois da polémica online, o docente passou a insurgir-se contra quem o criticou. Em especial contra um ex-aluno, de apelido Leon, que assinou uma carta de repúdio à actuação pública do professor da escola que frequentou. Depois de publicar a missiva, Leon declarou que ele e a sua família foram pressionados pelo professor, nomeadamente através de chamadas e mensagens de texto a pressionar o ex-aluno a apagar a publicação da carta do Facebook. Segundo o jornal All About Macau, o docente terá escrito “se não retirares a carta, processo-te”.

Depois da pressão exercida, Leon apagou a carta e publicou uma declaração a referir que não tinha intenção de difamar ninguém e pediu desculpas se a missiva que escreveu trouxe consequências negativas para alguém. Leon especificou mesmo que esperava que o deixassem a si e à família em paz, sem deixar de enfatizar a veracidade do conteúdo da carta.

Leon não foi o único a manifestar-se contra o professor da Escola Pui Ching. Um internauta de apelido Cheong, ex-aluno da escola em questão, criticou a forma como o docente reagiu à polémica, em especial como actuou face à publicação de Leon. “Em vez de resolver o problema, calou a pessoa que o criticou. Não quero acreditar que este seja o estilo da minha alma mater. O professor é o modelo dos alunos em termos de comportamentos, publicou comentários extremos e molestou a família daquele antigo aluno, já foi ultrapassada a norma dum professor. Tenho também pena que a escola não tenha respondido”.

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