Theresa May demite-se devido ao fracasso do Brexit

[dropcap]A[/dropcap] primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou hoje que vai demitir-se da liderança do partido Conservador, desencadeando uma eleição interna cujo vencedor vai assumir a chefia do governo.

May mantém-se em funções até que o partido tenha eleito um novo líder, o que não deverá acontecer até ao final de Julho, incluindo durante a visita de Estado do presidente dos EUA, Donald Trump, entre 3 e 5 de Junho.

Enquanto primeira-ministra, não pode renunciar até que esteja em posição de dizer à rainha Isabel II quem esta deve nomear como sucessor. A demissão da liderança deverá tornar-se efectiva a 10 de Junho, iniciando os procedimentos, que passam, numa primeira fase, por uma série de votações dentro do grupo parlamentar que eliminam progressivamente os vários candidatos a apenas dois, que depois serão sujeitos ao voto de todos os militantes do partido.

May já tinha prometido em Março que iria sair, mas na altura pediu para “acabar o trabalho”, assumindo como missão implementar o resultado do referendo de 2016 que determinou o ‘Brexit’.

Mas a pressão sobre Theresa May aumentou nos últimos dias, incluindo dentro do Governo e de deputados até agora fiéis, devido à perspectiva de o acordo de saída da União Europeia (UE) ser chumbado no parlamento por uma quarta vez.

Apresentada na terça-feira, a nova proposta de lei para o ‘Brexit’ estava prevista para ser votada a 7 de Junho e incluía como novidade a possibilidade de voto sobre um novo referendo, o que desagradou a vários ministros.

As três anteriores propostas de ‘Brexit’ negociadas pela primeira-ministra britânica com Bruxelas foram rejeitadas por maiorias parlamentares, conduzindo a um impasse que obrigou Londres a prolongar o prazo de saída da União Europeia até 31 e Outubro.

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