Corrupção | Detido presidente da Administração Nacional de Energia da China

A campanha anti-corrupção levada a cabo desde a chegada do Presidente Xi Jinping ao poder fez cair mais um “tigre”. Nur Bekri é acusado de ter recebido subornos, de abuso de poder e de levar uma “vida extravagante”

 

[dropcap]N[/dropcap]ur Bekri, o ex-governador da região de Xinjiang, extremo noroeste chinês, foi detido por alegadamente ter aceitado subornos, anunciaram ontem as autoridades chinesas, parte da mais persistente e ampla campanha anti-corrupção na história da China comunista.

O caso de Nur Bekri, que mais recentemente foi responsável pela agência de planeamento energético da China, transitou, entretanto, para as instâncias judiciais, após ter sido formalmente expulso do Partido Comunista Chinês (PCC).

Bekri foi inicialmente investigado pela Comissão Central de Inspecção e Disciplina do PCC, como sucede sempre em casos envolvendo funcionários do partido. Está acusado de usar a sua autoridade para colocar pessoas em posições-chave e a avançarem com negócios e empreendimentos no sector dos minérios, em troca de grandes quantias de dinheiro e propriedades.

O ex-governador terá ainda alegadamente abusado do seu poder, ao ter organizado passeios em veículos de luxo, com motoristas privados, e outros serviços, para seus familiares, enquanto levava uma “vida extravagante”.

Como governador de Xinjiang, região rica em recursos naturais, e no seu cargo mais recente, Bekri era um dos quadros mais altos da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur.

Na rede

A China castigou mais de um milhão e meio de funcionários públicos, (moscas), e investigou cerca de 500 altos quadros do regime, (tigres), parte da campanha anti-corrupção lançada há seis anos pelo Presidente chinês, Xi Jinping, segundo dados oficiais.

Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo Presidente Hu Jintao, Ling Jihua.

Antes de 2014, Bekri ocupou ao longo de três décadas vários cargos na região de Xinjiang.
Não há indicações de que a investigação esteja relacionada com a campanha repressiva lançada pelas autoridades sobre os uigures, que resultou na detenção de mais de um milhão de pessoas em campos de doutrinamento político no Xinjiang.

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