Fotografia | “Primeiras impressões de Macau” de Christophe Charpenel, a partir de amanhã na FRC

Christophe Charpenel é um fotógrafo francês com carreira reconhecida na área da fotografia de concertos e músicos de jazz que se aventurou numa residência artística de uma semana no território para capturar as primeiras impressões de Macau. O resultado vai estar exposto na Fundação Rui Cunha a partir de sexta-feira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fotógrafo Christophe Charpenel é o autor da exposição que vai estar patente a partir de sexta-feira na Fundação Rui Cunha. Conhecido pelo trabalho que tem desenvolvido a fotografar concertos e músicos, essencialmente na área do jazz, o fotógrafo francês aventurou-se em Macau e pela primeira vez, a descobrir “novas” imagens, revela o gestor de Assuntos Culturais da Alliance Française ao HM, Sa Ng.

Tudo começou em Xangai num encontro casual com responsáveis da Alliance Française, num festival de jazz, e em que Christophe Charpenel revelou que queria tentar “outros caminhos na fotografia”, além da música. Acabou por ser desafiado a visitar Macau durante uma semana e recolher as imagens inspiradas pelo território.

Depois de um dia a passear acompanhado, o fotógrafo pôs mãos à obra e o primeiro dia “oficial do projecto coincidiu com a abertura da Ponte HKZM o que acabou por ser interessante”, revela Sa Ng.

Imagens do desconhecido

As 24 imagens que integram a exposição mostram o percurso que levou o fotógrafo a descobrir Macau, enquanto “vagueava pela cidade, sozinho e livremente”, acrescentou o gestor de Assuntos Culturais da Alliance Française.

Mas o destaque deste trabalho vai para a humanidade que o conhecido fotógrafo de música quis captar. “Não é uma trabalho feito para registar a grandiosidade de algumas zonas de Macau, como por exemplo, dos casinos. Ele foi à procura da faceta humana”, aponta o mesmo responsável.

Fotógrafo do som

Christophe Charpenel é conhecido como “fotógrafo de música”, sendo também um apaixonado pelo jazz. Ao longo da sua carreira tem acompanhado vários artistas durante os seus processos criativos testemunhando ensaios, momentos de improvisação e concertos. Também músico, as suas imagens conseguem por em comunicação o som e a fotografia, talvez por “conseguir identificar momentos sonoros apenas acessíveis a quem tem estas ligações de forma muito vincada”, aponta a organização na apresentação do evento. “As suas fotos reflectem uma música interior e isto é o que é verdadeiramente único sobre o seu trabalho”, acrescenta a mesma fonte.

Charpenel nasceu em Lyon (França), durante a infância e adolescência, e influenciado por sua mãe e avô começou a dedicar-se à música, ao desenho e à fotografia. Em 1975, desenvolveu uma paixão pelo rock, tendo tocado baixo, teclas e guitarra. Foi em 1997 que o jazz apareceu e que se começou a dedicar ao género ainda enquanto intérprete. Pouco tempo depois, em 2000 começou a capturar as primeiras imagens de músicos de jazz num concerto na Opéra de Lyon, actividade que nunca mais abandonou e que o fez destacar-se no panorama internacional da fotografia ligada à música.

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