Jogo | Receitas ultrapassaram os 268mil milhões em 2017

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o ano de 2017 as receitas globais do jogo fixaram-se nos 268,01 mil milhões de patacas, o que representa um crescimento anual de 18,7 por cento, pondo fim à queda de três anos consecutivos, desde 2014. As receitas do jogo e dos serviços relacionados atingiram 267,86 mil milhões de patacas, ou seja, mais 18,7 por cento, destacando-se os aumentos anuais de 18,9 por cento nas receitas do jogo (266,54 mil milhões de patacas) e de 11,9 por cento nas da restauração (567 milhões de patacas), de acordo com os dados ontem divulgados pelos Serviços de Estatística e Censos (SEC).

Os juros recebidos corresponderam a 147 milhões de patacas, uma decréscimo de 10,9 por cento em termos anuais, justificado pela cominuição dos depósitos das empresas.
Também as despesas do sector aumentaram fixando-se nos 114,89 mil milhões de patacas, o que corresponde a um aumento homólogo de 18,5 por cento. De acordo com os SEC, as despesas em compras de mercadorias, comissões pagas e ofertas a clientes atingiram os 60,86 mil milhões de patacas (+23,0 por cento), representando 53 por cento do total. Entretanto, as despesas de exploração cifraram-se em 27,94 mil milhões de patacas (+16,7 por cento), gastos principalmente em bens e serviços proporcionados gratuitamente a clientes que atingiram 12,60 mil milhões de patacas – um aumento de 16,5 por cento em termos anuais.

O valor acrescentado bruto, que reflecte o contributo económico do sector, atingiu 179,07 mil milhões de patacas, correspondendo a um acréscimo homólogo de 17,6 por cento. O excedente bruto do sector alcançou 157,74 mil milhões de patacas, mais 19,1 por cento.
Por seu turno, a formação bruta de capital fixo deste sector situou-se em 949 milhões de patacas em 2017, descendo significativamente 87,2 por cento em relação a 2016 (7,43 mil milhões de patacas), justificado pela conclusão, durante o ano passado, de várias instalações do turismo e do jogo de grande envergadura.

11 Set 2018

Acidente | Homem caiu de varanda no Legend Palace

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m homem do continente, de 26 anos de idade, caiu da varanda de um quarto do Hotel Legend Palace situado na Avenida da Amizade. A queda foi de um sétimo andar para uma plataforma no terceiro andar, apontou o canal chinês da Rádio Macau. O Corpo de Bombeiros (CB) encontrou a vítima com uma fractura exposta no antebraço direito. O homem foi levado ao hospital para receber tratamento. Segundo fonte ouvida no local, citada pela Rádio Macau, o homem alegou que queria ir do sétimo andar para a plataforma no terceiro andar e acabou por cair.

11 Set 2018

Manifestações | CPSP cria nove postos para receber aviso prévio

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Corpo de Polícia de Segurança Publica (CPSP) criou nove postos para receber avisos prévios por escrito sobre o direito de reunião e de manifestação, divulgaram ontem as autoridades. Estes postos vão estar operacionais a partir do dia 13 de Setembro, segundo o previsto na alteração legislativa que determinou a mudança deste procedimento que antes era endereçado ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Os postos disponíveis na península são os comissariados 1, 2 e 3 do Departamento Policial de Macau, o Departamento de Trânsito do Comissariado de Trânsito de Macau, o Departamento de Operações – Divisão de Relações Públicos, e a Unidade Táctica de Intervenção da Polícia. Nas ilhas estão criados postos no Departamento Policial das Ilhas – Comissariado Policial da Taipa e de Coloane e na Divisão Policial do Aeroporto. Os formulários de aviso prévio encontram-se desde ontem disponíveis no website do CPSP.

 

 

11 Set 2018

Galgos | Alegados agentes da PJ “infiltram-se” em conferência da Novo Macau

A Novo Macau organizou uma conferência de imprensa após uma visita ao Canídromo que contou com a participação de dois homens, alegadamente agentes da PJ à paisana, que se fizeram passar por jornalistas. As autoridades não confirmam a presença dos agentes

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos dois homens, alegadamente agentes da Polícia Judiciária (PJ) à paisana, acompanharam, ontem, a conferência da Associação Novo Macau. O caso aconteceu à entrada do Canídromo, após uma visita de uma comitiva da Novo Macau ao espaço, que serviu para inspeccionar as condições de habitabilidade dos galgos que costumavam correr no recinto.

Actuando como se fossem jornalistas, mas sem nunca interromper ou causar qualquer distúrbio ao trabalho dos profissionais da comunicação social, os homens acompanharam de perto a conferência de imprensa. Enquanto um se resguardou mais para trás, o outro, vestido com uma camisola da selecção de futebol do Japão, tirou notas sobre o conteúdo da conferência, ao mesmo tempo que Sulu Sou discursava e respondia às perguntas dos jornalistas. No final, abandonaram juntos o local.

Segundo o que o HM conseguiu apurar, os dois indivíduos terão, alegadamente, informado os membros da associação que eram agentes da PJ.

“Acho que não é necessário termos agentes a seguirem as nossas actividades, mas já é algo que consideramos normal. Não concordamos com a postura, mas acontece há muitos anos”, disse Sulu Sou, deputado e membro da associação, quando questionado sobre este aspecto.

“Quando fazemos actividades mandamos os convites para os órgãos de comunicação social e eles normalmente têm sempre forma de saber quando acontecem as nossas actividades. Pessoalmente, considero que deveriam estar num outro local, onde pudessem ser mais úteis às pessoas”, acrescentou o legislador.

PJ não confirma presença

Após o evento, o HM entrou em contacto com uma porta-voz da PJ para confirmar a presença dos agentes e as razões para acompanharem a conferência de imprensa da Novo Macau. Porém, até ao fecho da edição, não foi recebida qualquer resposta das autoridades.

A presença de polícias à paisana em manifestações é a norma, embora o número de agentes nas operações nunca seja revelado. No que diz respeito à presença em conferências de imprensa e actividades públicas, a presença de agentes à paisana é praticamente nula.

No entanto, as autoridades tendem a acompanhar a acções da Novo Macau mais de perto. Já em Dezembro do ano passado, estalou a polémica, quando dois polícias à paisana se infiltraram entre os residentes que assistiam aos trabalhos da Assembleia Legislativa, sem qualquer tipo de identificação, a gravar as palavras de Sulu Sou, que respondia às questões dos jornalistas, após ter sido suspenso. O caso foi fechado com o presidente da AL, Ho Iat Seng, a vir a público assumir a responsabilidade da presença dos agentes.

Adopções mais rápidas

Em relação à visita ao Canídromo, Sulu Sou explicou que a ideia surgiu depois de ter tido recebido queixas quanto ao tratamento dos galgos.

“Recebemos fotos e informações de grupos de protecção de galgos que achavam que as condições não era muito boas. Havia uma grande preocupação. Por isso, a Associação Novo Macau enviou uma carta ao IACM para saber mais informações”, disse o deputado. “Cerca de um mês após as cartas, o IACM enviou-nos um convite para vermos as condições do Canídromo. De uma forma geral, o ambiente está melhor que no passado”, acrescentou.

Contudo, Sulu Sou mostrou-se preocupado com o facto dos procedimentos de adopção estarem parados e com o futuro dos cães, que vão ser mudados para Coloane. A Novo Macau recebeu queixas de moradores da zona, que se mostram preocupados com o inevitável barulho que a transferência dos animais irá acarretar.

11 Set 2018

Gravuras japonesas | Coutinho questiona custos de avaliação das obras

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado José Pereira Coutinho entregou uma interpelação escrita ao Governo onde questiona os custos de avaliação das obras de gravura japonesa sob alçada do Fundo de Segurança Social (FSS), que estão guardadas nos cofres do Banco Nacional Ultramarino (BNU). “Quais os custos de avaliação e que procedimentos foram adoptados pela empresa avaliadora contratada pelo Governo, a Castle Fine Arts, para chegar à conclusão que a colecção está avaliada em 16 milhões de patacas?”, questionou. Além disso, o deputado quer saber “qual o actual estado da colecção guardada pelo BNU, tendo em consideração os altos índices de humidade em Macau”. Pereira Coutinho quer também saber se as mesmas obras, por terem “uma extrema taxa de rentabilização”, podem ser utilizadas no pagamento de pensões de aposentação e de sobrevivência.

11 Set 2018

Canídromo | Sulu Sou quer acesso a estudo sobre uso do terreno

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Sulu Sou emitiu ontem um comunicado em que afirma ter enviado uma carta ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, onde exige o acesso ao relatório relativo ao estudo encomendado pelo Governo sobre o aproveitamento do terreno do Canídromo.

Na missiva, o deputado recorda que o estudo foi adjudicado à CCA – Planeamento, Engenharia e Consultores, empresa do também deputado José Chui Sai Peng, o ano passado. A 29 de Agosto deste ano, o estudo foi apresentado numa reunião do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU). Contudo, Sulu Sou considera que a parte que foi apresentada aos membros do CPU é muito vaga sem conteúdos específicos que possam dar informações suficientes à população.

Uma vez que a utilização do espaço que foi destinado ao Canídromo tem gerado grande debate junto da sociedade, Sulu Sou considera que está em causa o interesse público e que, por isso, essas informações contidas no estudo não devem ser confidenciais, pelo que exige ter acesso ao documento.

Em conferência de imprensa realizada ontem, Ho Iat Seng disse que ainda não teve acesso à missiva. “Quando um deputado me envia uma carta, esta não é directamente dirigida a mim. Em primeiro lugar, a assessoria jurídica tem de estudar e analisar este pedido e depois eu vou encaminhar a carta ao Chefe do Executivo [para pedir dados]. Até ao momento, ainda não tenho nas mãos este pedido. Depois de receber vou então encaminhar aos serviços responsáveis”, concluiu.

11 Set 2018

Segurança | Leong Sun Iok quer reconhecimento facial nos casinos e hotéis

O Governo deve implementar nos casinos e hotéis o sistema de reconhecimento facial que já existe nas caixas multibanco. A sugestão é do deputado Leong Sun Iok e tem como objectivo o controlo da criminalidade nestes espaços

[dropcap]O[/dropcap]deputado Leung Sun Iok pede ao Governo a aplicação do sistema de reconhecimento facial nos casinos. A medida tem como objectivo garantir a segurança destes espaços. Leong Sun Iok argumenta com os dados da criminalidade que apontam os casinos como os locais onde se praticam mais crimes no território. Para evitar essa situação, o deputado entende que o reconhecimento facial utilizado nas caixas multibanco deve ser alargado aos espaços de jogo. “Irão as autoridades referir-se a práticas relevantes para instalar um sistema de reconhecimento facial nos casinos e nas instalações dos hotéis em Macau para melhorar a sua segurança?”, lê-se em interpelação escrita.

Para justificar o pedido, o deputado recorda os dados da criminalidade divulgados recentemente pela secretaria para a Segurança. Nos primeiros seis meses do ano, verificaram-se seis casos de assaltos em casinos e 13 casos em hotéis, “números que representam um aumento na ordem dos 50 por cento em relação ao período homólogo do ano anterior”, aponta. No que respeita a casos de burla dentro de salas de jogo, registaram-se 93 casos, número que representa um aumento de 24 por cento em relação ao mesmo período em 2017.

Turistas atacados

De acordo com a secretaria para a Segurança, na primeira metade de 2018 houve um total de 2159 turistas do continente que durante a sua visita a Macau acabaram vítimas de actos criminosos tais como, ofensas corporais, furto, assalto e usura, que na sua maioria ocorreram em casinos, postos fronteiriços e zonas turísticas, refere Leong.
Por outro lado, Macau recebe mais de 30 milhões de turistas por ano, o que, considera, “traz muitas pressão à manutenção da segurança”, diz o deputado. Acresce ainda que a larga maioria deste turismo é destinado à indústria do jogo, onde “há muitos crimes envolvendo casinos e clientes estrangeiros”. Neste sentido, o Leong Sun Iok quer também saber se existe alguma lista negra para impedir os estrangeiros que cometeram ilegalidades de entrarem nas salas de jogo.

Melco pioneira

O sistema de vigilância através de reconhecimento facial já está a ser implementado pela Melco Crown Entertainment. O sistema utilizado é o FaceVACS-VideoScan, desenvolvido pela empresa de tecnologia Cognitec, sob a indicação da Melco Crown, apontava o jornal Ponto Final em 2016. Segundo a mesma fonte, tratava-se do primeiro sistema do género criado especialmente para a indústria do jogo.

O software utiliza tecnologia avançada de reconhecimento facial para detectar os rostos de clientes em imagens de vídeo captadas no local, comparando-os automaticamente com os dados contidos em bases de dados de pessoas banidas das salas de jogo.

11 Set 2018

Ho Iat Seng apoia nova Comissão de Defesa de Segurança do Estado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da AL, Ho Iat Seng, expressou ontem apoio à recém-anunciada Comissão de Defesa de Segurança do Estado, que entra em funcionamento no próximo mês. “A segurança nacional é muito importante”, afirmou, durante a conferência de imprensa de balanço da sessão legislativa, defendendo também que cada cidadão também tem o dever de “contribuir para [a] salvaguardar”.

“Está tudo conforme a Constituição [da República Popular da China] e a Lei Básica”, apontou o presidente da AL, que é também membro do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), afastando eventuais incompatibilidades relativamente às disposições da Lei Básica levantadas por juristas.

A Comissão de Defesa de Segurança do Estado, criada através de regulamento administrativo, tem como principal missão prestar apoio ao Chefe do Executivo na tomada de decisões. O cargo de presidente vai ser ocupado pelo próprio Chefe do Executivo, enquanto o de vice será exercido pelo secretário para a Segurança, estando previsto que reúna pelo menos de seis e, seis meses.

“Em toda a China, depois da lei de segurança nacional, cada província, distrito ou cidade tem de criar a sua comissão da segurança do Estado – [isso] decorre do regime”, argumentou Ho Iat Seng. “Não estamos isolados”, frisou. Para o presidente da AL também não há razão para eventuais receios relativos aos poderes do novo órgão. “Esta Comissão vai actuar ao nível de políticas e quando executa e lei tem de seguir as nossas disposições legais.”

Sessão legislativa em números:

Reuniões plenárias: 51
Reuniões de comissão: 166
– Comissão de Regimento e Mandatos: 3
– 1.ª Comissão Permanente: 45
– 2.ª Comissão Permanente: 38
– 3.ª Comissão Permanente: 56
– Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas: 9
– Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas: 9
– Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública: 9

Leis aprovadas: 13
Interpelações orais: 63
Interpelações escritas: 636
Intervenções no período antes da ordem do dia: 341

 

O deputado que mais faltou

Vítor Cheung Lup Kwan, eleito por sufrágio indirecto, foi o deputado que mais faltou aos plenários: participou em 39 de um total de 51. Isto sem contar com Sulu Sou, que apenas compareceu a 25, dado que o seu mandato como deputado esteve suspenso. O mesmo sucedeu no caso das comissões que integra: dado que o decano foi a duas reuniões realizadas pela 3.ª Comissão Permanente (de um universo de 56) e a outras tantas da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública (de um total de sete). Já intervenções no período antes da ordem do dia ou interpelações escritas e orais foram zero – tal como Chan Chak Mo, também eleito por sufrágio indirecto.

11 Set 2018

Chefe do Executivo | Chui Sai Cheong diz que Ho Iat Seng reúne condições para o cargo

O vice-presidente da Assembleia Legislativa e irmão do Chefe do Executivo, Chui Sai Cheong, afirmou que Ho Iat Seng reúne condições para desempenhar o cargo do topo da hierarquia executiva

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, apontado como um dos potenciais candidatos ao cargo de Chefe do Executivo, escusou-se ontem a comentar se pretende entrar na corrida de 2019. No entanto, o ‘número dois’ da AL, Chui Sai Cheong, não tem dúvidas de que Ho Iat Seng se encaixa no perfil para suceder ao seu irmão à frente do Governo de Macau.

“Por enquanto, ainda sou presidente da AL. Alguém vai despedir-me? Não sei. Alguém vai excluir-me? Não sei. Se vou ver o meu mandato suspenso? Não sei. Agora, por enquanto, ainda sou o presidente da AL. Não quero que haja nenhuma confusão”, afirmou Ho Iat Seng, sem ceder à insistência dos jornalistas.

Ho Iat Seng falava na tradicional conferência de imprensa de balanço da sessão legislativa, na qual marcou presença, pela primeira vez, o vice-presidente da AL. Instado a comentar a eventual candidatura de Ho, Chui Sai Cheong transmitiu uma mensagem de apoio, a primeira a um potencial candidato a Chefe do Executivo quando falta sensivelmente um ano para a escolha do próximo líder da RAEM.

Jogo da cadeira

“Acho que o senhor presidente já reúne todas as condições para ser Chefe do Executivo, mas cabe a ele decidir. Já completou 40 anos de idade [e] tem capacidade política”, afirmou Chui Sai Cheong, cujo irmão, Fernando Chui Sai On, deixa o cargo em Dezembro de 2019 após cumprir dois mandatos.

Relativamente à possibilidade de vir a ocupar o eventual lugar de Ho Iat Seng – caso este decida avançar com uma candidatura a Chefe do Executivo –, Chui Sai Cheong fechou-se em copas. “Acho que também não é o momento adequado para discutir essa questão”, disse aos jornalistas, antes de garantir que “nunca” ponderou a hipótese de ascender à presidência do hemiciclo.

11 Set 2018

AL | Presidente nega motivações políticas no afastamento de juristas

O presidente da Assembleia Legislativa (AL) nega motivações políticas para a saída dos juristas Paulo Cardinal e Paulo Taipa, mas persistem dúvidas sobre os fundamentos que levaram à não renovação dos contratos de dois dos mais experientes quadros da assessoria da AL. Ho Iat Seng relativizou o caso, afirmou que a rotatividade de pessoal é “normal” e desejou o melhor aos dois juristas portugueses

Foi a primeira reacção do presidente da Assembleia Legislativa (AL) desde que veio a público que Paulo Cardinal e Paulo Taipa vão deixar o hemiciclo a 31 de Dezembro. Ho Iat Seng garantiu que não houve motivações políticas nem relacionadas com a nacionalidade dos profissionais na decisão da Mesa da AL em não renovar os contratos de trabalho de ambos.

“Não há nenhuma razão política”, afirmou o presidente da AL, na conferência de imprensa de balanço da sessão legislativa, que ficou marcada pelo afastamento dos dois juristas portugueses. “Não houve nenhuma ponderação política – podem perguntar aos interessados. Nada disto está em causa. Espero que possam compreender. Se tudo estiver associado à política não há nenhuma explicação em concreto”, observou Ho Iat Seng.

“Não é um grande caso”, apontou o presidente da AL que, por diversas vezes, insistiu que a não renovação dos contratos é uma opção que assiste a ambas as partes. “Já estou na AL há quase nove anos e há sempre saída e entrada de pessoal. Acho que é normal haver alteração do pessoal”, sustentou Ho Iat Seng, elencando uma série de casos. Todos, porém, diziam respeito a assessores que deixaram a AL por iniciativa própria ou uma vez atingida a idade de reforma. O exemplo mais paradigmático é o de Liu Dexue que, após deixar o hemiciclo, assumiu o cargo de director dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ).

“Nem sempre [saem] porque trabalham mal. Aqueles que trabalham bem queremos que tenham melhorias e [para] aqueles que fazem bem então queremos o melhor futuro”, observou Ho Iat Seng.

“Queremos trabalhadores de boa qualidade e também com isto podemos deixar trabalhadores com boa qualidade desenvolver a sua vida lá fora. Também entregámos uma carta a elogiar os dois juristas. Será que temos de manter estes dois trabalhadores cá na AL a trabalhar até à reforma?”, questionou.

Para Ho Iat Seng, a saída da AL pode até mesmo ser uma oportunidade, dado que, a seu ver, ambos os juristas “estão na idade para criar o seu negócio ou a sua carreira”. No encontro com os assessores, eu e o vice-presidente da AL [Chui Sai Cheong] também lhes dissemos para nos convidarem para a inauguração se, no futuro, abrirem um escritório de advogados”, enfatizou.

Os únicos

Rejeitadas razões de cariz político ou relacionadas com a nacionalidade e dado que a competência profissional de Paulo Cardinal e Paulo Taipa nunca foi colocada em causa, mantêm-se as dúvidas quanto aos fundamentos que estiveram efectivamente na base da decisão de dispensa dos dois juristas. “Penso que o presidente [da AL] já respondeu claramente”, afirmou, por seu turno, o vice-presidente da AL, também presente na conferência de imprensa de balanço. Face à insistência dos jornalistas, Chui Sai Cheong sustentou que a atmosfera do encontro a quatro, que se seguiu ao envio da carta aos juristas a informar que os seus contratos não seriam renovados, “era boa” e escusou facultar mais detalhes, sustentando “não ser adequado” responder a perguntas sobre “um assunto privado”.

O presidente da AL confirmou que Paulo Cardinal e Paulo Taipa figuram como os únicos assessores da AL que vão ser dispensados – pelo menos por enquanto. “Neste momento, a Mesa da AL ainda não cancelou contratos de outros assessores porque são relativamente novos”, afirmou Ho Iat Seng.

Juristas em quantidade e qualidade

O presidente da AL também desvalorizou o impacto da saída de Paulo Cardinal e Paulo Taipa – com mais de duas décadas ao serviço da AL – , defendendo que há juristas suficientes e com capacidades. Tanto que, a breve trecho, a AL não tem planos para contratar novos profissionais para substituir dois dos seus mais experientes assessores, embora essa possibilidade não esteja posta de parte no futuro se a Mesa da AL assim o entender, sublinhou Ho Iat Seng. Isto apesar de a inesperada decisão ter sido justificada com uma ideia de reorganização dos quadros de assessoria jurídica do hemiciclo.

“Acho que há pessoal suficiente na área jurídica”, defendeu, puxando de números. Até 31 de Dezembro, o hemiciclo conta com 24 profissionais (dos quais nove assessores, seis técnicos agregados e nove técnicos superiores), a somar a quatro deputados também com formação na área.

“Os assessores da AL são de boa qualidade”, afirmou, realçando, em particular, que “conhecem bem a Lei Básica”, até “porque foi elaborada em primeiro lugar na língua chinesa”, antes de ser vertida para português. “Os nossos assessores têm bons conhecimentos sobre a Lei Básica – não se preocupem”, rematou Ho Iat Seng.

11 Set 2018

Xinjiang | Human Rights Watch denuncia campanha repressiva de Pequim

O mais recente relatório da Human Rights Watch diz que a repressão contra os uigures, uma minoria étnica chinesa oriunda de Xinjiang, atingiu níveis nunca antes vistos. Detenções arbitrárias de pessoas que não têm sequer registo criminal, videovigilância em campos de reeducação política e estadia forçada na casa de pessoas, a fim de se espalhar a propaganda do Partido Comunista Chinês são referidos no relatório

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch denunciou ontem “a violação sistemática” dos direitos humanos da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure, através de detenções arbitrárias, tortura ou vigilância permanente, na região de Xinjiang.

Num relatório intitulado “Erradicar vírus ideológicos: a campanha repressiva da China contra muçulmanos em Xinjiang”, a organização de defesa dos direitos humanos descreve como Pequim converteu o extremo noroeste do país num estado policial, com milhares de uigures a serem arbitrariamente detidos em campos de doutrinação política.

“O Governo chinês está a violar os direitos humanos em Xinjiang numa escala inédita no país nas últimas décadas”, acusa Sophie Richardson, directora para a China da HRW, no documento. Richardson considera ainda que a “campanha repressiva” da China é um “teste fundamental” à ONU e aos governos estrangeiros.

A China tem negado sempre a existência de “centros de reeducação” ou de “detenção arbitrária”, e argumenta tratarem-se de “centros de educação vocacional”. Os internamentos são justificados pelas autoridades chinesas pela necessidade de ajudar “os que foram enganados pelo extremismo religioso (…) através do reassentamento e educação”.

As autoridades chinesas insistem que são necessárias medidas duras para punir separatistas e extremistas religiosos na região, que concentra mais de 13 milhões de muçulmanos.

Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional. Desde então, as autoridades lançaram uma campanha repressiva, que foi reforçada a partir de 2016, quando o secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete.

De acordo com a HRW, centenas de milhares de uigures foram arbitrariamente detidos em campos de doutrinação política, onde são forçados a criticar o islão e a própria cultura, a aprender mandarim e a jurar lealdade ao PCC.

O relatório baseia-se em entrevistas com 58 ex-residentes na região, incluindo antigos detidos e 38 familiares de detidos, e estima que um milhão de uigures continua detido nos campos, onde os que resistem ou falham “na aprendizagem” são punidos.
Estes não têm direito a julgamento, nem acesso a advogados e familiares. As detenções podem ocorrer sob acusações como aceder a portais estrangeiros ou contactar familiares além-fronteiras, indica a ONG.

Fora dos campos, os uigures em Xinjiang são igualmente submetidos a fortes restrições, que de “muitas formas” tornam as suas “vidas parecidas” com as dos detidos, acrescenta.
A HRW descreve como uma combinação de medidas administrativas e postos de controlo restringem os movimentos dos membros da minoria étnica chinesa, que são também forçados a doutrinação política. “Através de níveis sem precedentes de controlo da prática religiosa, as autoridades efetivamente proibiram o islão na região”, refere a HRW. A organização descreve como as autoridades encorajam vizinhos a vigiarem-se uns aos outros e, através de sistemas de análise de dados, inteligência artificial ou controlo dos telemóveis, asseguram a monitorização constante da população.

Um outra medida inclui impor às famílias uigures que recebam funcionários públicos em casa. “É evidente que a China não prevê custos políticos significativos com a sua campanha abusiva em Xinjiang, em parte devido à influência que tem no sistema da ONU”, nota a HRW.

A organização defende que perante a evidência de violações graves em Xinjiang, os governos estrangeiros devem adoptar acções unilaterais e multilaterais.

Controlo dentro e fora

A HRW revela casos específicos contados por pessoas sujeitas a vários tipos de repressão e que não quiseram dar a cara em nome da sua segurança pessoal. Todos os nomes surgem como pseudónimos.

Rustam, que passou vários meses em campos de reeducação política, falou à organização em Maio deste ano. “Ninguém se pode mover porque somos observados através de câmaras de videovigilância, e depois, ao fim de um tempo, ouvimos uma voz num altifalante que nos diz que podemos relaxar durante alguns minutos. Essa voz também nos diz quando nos podemos mexer. Somos observados até mesmo quando vamos à casa de banho. No campo de reeducação política, estamos sempre sob stress”, contou.

Nur, que foi entrevistado pela HRW em Março deste ano, recordou as dificuldades por que passou ao ser colocado numa pequena cela. “Resisti às medidas que me impuseram. Colocaram-me numa cela solitária bastante pequena, num espaço de 2×2 metros sem me darem água ou comida. Tinha as mãos atadas atrás das costas e fiquei assim durante 24 horas sem poder dormir.”

Mesmo aqueles que não são detidos pelas autoridades enfrentam diariamente um forte controlo policial nas principais cidades da província.

“Um total de cinco polícias revezaram-se para me vigiar em casa. Tinham de documentar tudo o que viam e as fotos mostram-nos a ler documentos de propaganda política comigo ou mostram-me a mim a preparar a cama ou o sofá para que eles pudessem passar a noite em minha casa”, referiu Aynur, uma mulher que deixou Xinjiang em Maio deste ano.
Outro relato de oficiais presentes nas casas particulares das pessoas é feito por Ainagul, de 52 anos, que saiu da província o ano passado, tendo o seu filho ficado num campo de reeducação política.

“Desde meados de 2017, cerca de duas vezes por semanas, os polícias vinham, e no caso de algumas pessoas até passavam a noite nas suas casas. Os polícias falaram com o meu filho, os meus netos, tiraram-nos fotografias, sentaram-se na mesa e perguntaram onde é que estava o meu marido, onde é que ele tinha ido. Estava mesmo assustada e fingi estar ocupada a tomar conta dos meus netos. Estava preocupada porque, se falasse, poderia dizer que o meu marido já tinha ido embora [para o estrangeiro]. Então decidi ficar calada.”

Além do controlo que é feito dentro de fronteiras, quem é natural de Xinjiang afirma sentir-se perseguido fora da China. “Eles dão sinais de que mesmo que vivas num país estrangeiro podem ‘coordenar-te’. Estou assustado. Não aderi a nenhuma organização ou movimento terrorista contra a China. Não aderi a nenhum tipo de demonstrações públicas. Não exibi a bandeira do Turquestão. Não tenho qualquer registo criminal na China. Porque estão a fazer este tipo de coisas?”, questionou Murat, estudante de 37 anos, que vive fora do país e cuja irmã está actualmente num campo de reeducação política.

 

Maya Wang, investigadora sénior da HRW:“Governo não nos dá acesso à região”

O que está a acontecer em Xinjiang?

O Governo chinês está a levar a cabo uma campanha de repressão a larga escala contra os turcos muçulmanos, que são, na sua maioria, uigures e cazaques. As autoridades estabeleceram vários campos de reeducação política na província. Além de terem de aprender canções de propaganda e aprender mandarim, que não é a sua língua mãe, os turcos muçulmanos estão proibidos de dizer ‘As-Salaam-Alaikum’ [uma saudação muçulmana que significa ‘que a paz esteja convosco’] e devem antes dizer olá em mandarim. Se resistirem, ou se os oficiais acharem que estão a falhar nas suas lições, são punidos. Podem ser sujeitos a detenções em celas solitárias, serem proibidos de comer por um certo período de tempo ou ficar de pé durante períodos de 24 horas, entre outras punições. Os campos de reeducação política são apenas uma parte da repressão. Os turcos muçulmanos também são mantidos em centros de detenção e prisões. Os dados oficiais sugerem que as detenções formais triplicaram em Xinjiang nos últimos cinco anos. A repressão também tem um impacto fora da China, pois muitos uigures e cazaques vivem no estrangeiro, e a repressão tem vindo a separar muitas famílias. Alguns membros de uma família são mantidos em Xinjiang e não podem sair porque as autoridades confiscam os seus passaportes, ou são detidos enquanto os restantes membros da família continuam fora da China. A comunicação entre eles não é permitida.

Porque é que os turcos muçulmanos são enviados para os campos?

As autoridades chinesas têm dado atenção às pessoas com ligações a uma lista de “26 países sensíveis”, incluindo o Cazaquistão, Turquia e Indonésia. A título de exemplo, alguém que tenha visitado a Turquia durante duas semanas pode ficar marcado. Também têm debaixo de olho pessoas que comunicaram com o estrangeiro através de aplicações como o Whatsapp. Outros foram enviados para os campos de reeducação política por usarem barba, uma vez que o cabelo facial foi proibido. Mas não há uma justificação legal para estes campos e não houve qualquer tipo de acusação ou sentença. Os detidos podem passar vários meses nestes campos.

Como é que esta investigação foi elaborada?

Entrevistamos 58 pessoas, e cinco delas tinham estado detidas em campos de reeducação política ou centros. Mais de uma dezena deixou Xinjiang depois de Janeiro de 2017, o que significa que passaram pela repressão sob liderança do secretário do PCC em Xinjiang, Chen Quanguo. Outros têm membros da família presos e não podem sair do país porque têm os seus passaportes confiscados. Só falamos com pessoas que deixaram Xinjiang porque não queremos pôr em perigo as pessoas que continuam na região autónoma. O Governo chinês não permite o nosso acesso à região e tentar fazer entrevistas colocaria as pessoas em risco. Também analisamos muitos documentos oficiais e relatórios.

11 Set 2018

Sportinguista Alejandro Marque sobe a quinto na Volta à China em bicicleta

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ciclista espanhol Alejandro Marque (Sporting/Tavira) subiu ontem ao quinto lugar na Volta à China, com a 32.ª posição na terceira etapa vencida ao ‘sprint’ pelo italiano Marco Benfatto (Androni).

Apesar da chegada em grupo a Enyang, após 158 quilómetros desde Bazhong, Marque galgou seis posições, estando agora a 15 segundos do líder, o colombiano Juan Sebástian Molino (Manzana Postobon), que tem 12 segundos de avanço para os chineses Mingrun Chen (Hengxiang) e Yikui Niu (Mitchelton).

O primeiro pelotão de 73 ciclistas incluiu ainda Frederico Figueiredo (35.º), Valter Pereira (47.º) e o italiano Rinaldo Nocentini (54.º).

Francisco Figueiredo também avançou duas posições, para 20.º, aos mesmos 18 segundos do nono classificado, o mesmo tempo partilhado com Rinaldo Nocentini (33.º) e Valter Pereira (38.º).

No sentido inverso, Nicola Toffali caiu 46 lugares e agora é 62.º, a 17.6 minutos, enquanto David Livramento perdeu 31 posições para 85.º, a 23.24.

Na terça-feira disputa-se a quarta de sete etapas com 84,6 quilómetros entre Chongqing Liangping e Liangping.

11 Set 2018

Governo brasileiro cria medidas para gestão dos museus

O Governo Federal brasileiro publicou hoje duas medidas provisórias para promover uma alteração no modelo de gestão dos museus e estabelecer uma parceria com a iniciativa privada para captação de recursos.

O anúncio surge cerca de uma semana depois de um incêndio ter destruído grande parte do acervo do maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, fundado por D. João VI de Portugal, e que era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.

O Governo brasileiro pretende criar a ABRAM – Agência Brasileira de Museus, instituição sem fins lucrativos para gerir instituições museológicas e os seus acervos, e que vai ter sob a sua alçada a reconstrução daquele museu, devendo, para isso, constituir um fundo patrimonial para arrecadar receitas.

Contudo, o Museu Nacional continua a ser parte da estrutura da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Segundo uma nota de imprensa, a ABRAM será constituída sob a forma de serviço social autónomo, integrando entidades que não estão vinculados à administração pública, mas que são colaboradoras do Estado.

Entre as competências desta agência, está o desenvolvimento e execução de programas e ações que viabilizem a preservação, a promoção e a sustentabilidade do património museológico brasileiro, aumentando a sua capacidade de captação de recursos públicos e privados, através de parcerias com entidades nacionais e internacionais.

Acresce a execução de ações de segurança e proteção de acervos, com medidas para conservação, reforma e reconstrução de instalações existentes.

Sob a alçada da administração da ABRAM estão já instituições como o Museu da Abolição, o Museu Imperial, o Museu da Inconfidência e o Museu Nacional de Belas Artes.

Quanto a recursos financeiros, esta agência conta, além de recursos públicos, com receitas decorrentes de parcerias com entidades nacionais e internacionais, doações, legados e rendas decorrentes da prestação de serviços.

A segunda medida provisória publicada estabelece um marco regulatório para a captação de recursos privados, para apoiar instituições ligadas à educação, ciência, tecnologia, pesquisa e inovação, cultura, saúde, meio ambiente, assistência social e desporto, diz a nota.

O Museu Nacional do Rio de Janeiro foi destruído pelas chamas na noite de 02 de setembro. O edifício tinha sido residência da família real portuguesa e da família imperial brasileira.

Entre as peças do acervo estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no país, batizado de “Luzia”, com cerca de 11.000 anos.

11 Set 2018

Cristiano Ronaldo candidato ao melhor 11 da época pela FIFpro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] futebolista Cristiano Ronaldo é o único português na lista de 55 jogadores anunciados pela Associação de Futebolistas Internacionais (FIFpro) como candidatos ao ‘11’ da época 2017/18.

Numa votação de 25.000 jogadores de 65 países, a FIFpro avança com o nome de cinco guarda-redes, 20 defesas, 15 médios e 15 avançados.

No âmbito dos prémios da FIFA, os associados da FIFpro escolhem uma equipa com um guarda-redes, quatro defesas e quatro avançados, que se destacaram na época 2017/18 e que entram na eleição da equipa da época da FIFA.

Os vencedores serão conhecidos na cerimónia de prémios da FIFA em 24 de setembro, em Londres, durante a qual será também conhecido o vencedor do prémio The Best, de melhor jogador do mundo, ao qual concorrem Cristiano Ronaldo, Salah e Luka Modric.

Nas escolhas dos jogadores para o melhor 11 concorrem os guarda-redes Gianluigi Buffon, Thibaut Courtois, David De Gea, Marc André Ter Stegen e Keylor Navas.

Na lista são escolhidos 20 defesas: Jordi Alba, Dani Alves, Daniel Carvajal, Giorgio Chiellini, Virgil van Dijk, Diego Godin, Mats Hummels, Joshua Kimmich, Dejan Lovren, Marcelo, Yerry Mina, Benjamin Pavard, Gerard Pique, Sergio Ramos, Thiago Silva, Kieran Trippier, Samuel Umtiti, Raphaël Varane, Sime Vrsaljko e Kyle Walker.

Nos médios, Andrés Iniesta surge na lista pelo 12.º ano consecutivo, na qual se encontram também Casemiro, Sergio Busquets, Philippe Coutinho, De Bruyne, Eden Hazard, Isco, N´golo Kanté, Toni Kroos, Matic, Luka Modric, Paul Pogba, Ivan Rakitic, David Silva e Arturo Vida.

Na linha da frente, além de Cristiano Ronaldo são escolhidos pelos jogadores Karim Benzema, Cavani, Paulo Dybala, Antoine Griezmann, Harry Kane, Robert Lewandowski, Romelu Lukaku, Mario Mandzukic, Sadio Mane, Kylian Mbappe, Lionel Messi, Neymar e Mohammed Salah.

O extremo português, cinco vezes vencedor do troféu de melhor do Mundo, esteve em cada lista de 55 nomeados desde a primeira edição do 11 da época, em 2004/05, um recorde que partilha com o guarda-redes italiano ‘Gigi’ Buffon.

11 Set 2018

Federação Internacional de Ténis apoia árbitro português Carlos Ramos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Federação Internacional de Ténis (ITF) respaldou ontem a atuação do árbitro Carlos Ramos no incidente protagonizado pela norte-americana Serena Williams, na final feminina do Open dos Estados Unidos. Em comunicado, a ITF destaca o trajecto e a correra atuação do árbitro português, face à atitude daquela tenista, na final que veio a perder ante a japonesa Naomi Osaka.

“Carlos Ramos é um dos árbitros mais experientes e respeitados no ténis. As decisões (…) estavam de acordo com as regras pertinentes e foram reafirmadas com a decisão da organização do US Open em multar Serena Williams pelas três ofensas que fez”, refere o comunicado.

De acordo com a ITF, “é compreensível que este incidente grave e lamentável deva provocar um debate”.

“Ao mesmo tempo, é importante recordar que o senhor Ramos assumiu as suas funções como funcionário de acordo com o regulamento correspondente e atuou sempre com profissionalismo e integridade”, reforçou a ITF.

Serena Williams, recordista de títulos em Grand Slams (com 23), provocou um incidente polémico na final feminina, protestando de forma intensa e reiterada e insultou mesmo Carlos Ramos, a quem chamou “ladrão e mentiroso”.

No sábado, a japonesa Naomi Osaka conquistou o seu primeiro título do ‘Grand Slam’, ao vencer Serena Williams por 6-2 e 6-4, na final do Open dos Estados Unidos.

11 Set 2018

Portugal bate Itália por 1-0 e já lidera Grupo 3 da Liga A da Liga das Nações

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção portuguesa de futebol estreou-se ontem da melhor forma na Liga das Nações, nova competição da UEFA, ao vencer em casa a Itália por 1-0, em encontro do Grupo 3 da Liga A, que já lidera isolada.

Um golo de André Silva, o seu 13.º em 28 internacionalizações ‘AA’, aos 48 minutos, selou o segundo triunfo de Portugal em sete jogos oficiais com os transalpinos, mais de 61 anos depois do 3-0 no Estádio Nacional, a 26 de maio de 1957, na corrida ao Mundial58.

Com este triunfo, Portugal soma três pontos, contra um de Itália e Polónia, formações que haviam empatado 1-1 em solo italiano na sexta-feira.

Comentário: Portugal fintou história
Com este triunfo, no Estádio da Luz, em Lisboa, a equipa portuguesa alcançou a sexta vitória da sua história frente aos italianos, a primeira em jogos oficiais nos últimos 60 anos.

O único golo do jogo surgiu logo após o intervalo, aos 48 minutos, por André Silva, que marcou pela 13.ª vez, em 28 jogos pela equipa das ‘quinas’.

Portugal entrou bem na partida e logo nos minutos iniciais William Carvalho dispôs da primeira oportunidade de golo, com um cabeceamento que passou a rasar o poste, mas que o árbitro assistente viria a invalidar por fora de jogo.

A Itália equilibrou depois dos 10 minutos, com Zaza em destaque nas movimentações atacantes, mas Portugal voltou a criar perigo perto do quarto de hora, com André Silva a não conseguir faturar após boa desmarcação, a passe de Pizzi.

Aos 20 minutos, o avançado do conjunto luso voltou a estar em destaque, desta feita após passe de Bernardo Silva, mas o remate saiu à figura de Donnarumma, que passou pelos maiores calafrios nos últimos 15 minutos do primeiro tempo.

Bernardo Silva ficou a centímetros do golo quando este já estava por terra e foi um defesa italiano a cortar em cima da linha de golo, e, aos 32 minutos, foi o ex-benfiquista Cristante, num corte pouco ortodoxo, a enviar a bola à trave da baliza italiana.

Já à beira do intervalo, pediu-se penálti por obstrução a Pizzi e, até ao final do primeiro tempo, houve ainda tempo para mais um lance de perigo da equipa orientada por Fernando Santos, com William Carvalho a rematar de pé esquerdo de fora da área e a fazer a bola passar junto ao poste direito da baliza da ‘squadra azzurra’.

A segunda parte arrancou com o golo de Portugal: logo aos 48 minutos, Bruma recuperou uma bola a meio campo, disparou para a baliza e já na área assistiu André Silva, que recebeu e rematou de pé esquerdo, pondo fim a seis jogos de jejum na seleção.

Portugal entrou a todo o gás e, sem réplica da Itália, o 2-0 podia ter surgido poucos minutos volvidos, com Bernardo Silva a ‘oferecer’ a Donnarumma a defesa da noite, num remate que ia entrar no ângulo.

Aos 68 minutos, o jogador do Manchester City preferiu a assistência e deixou Pizzi em boa posição para marcar, mas Donnarumma levou a melhor, detendo o remate cruzado do médio.

Nos últimos 15 minutos, e já depois de Fernando Santos fazer entrar Renato Sanches para o lugar de Pizzi e Gelson Martins para o lugar de Bruma, a Itália procurou o empate com maior determinação e nos lances de bola parada criou perigo junto da baliza de Rui Patrício, com Zaza e Caldara a disporem das melhores ocasiões.

Com esta vitória, Portugal soma os primeiros três pontos na Liga das Nações e lidera o Grupo 3 da Liga A da nova competição de seleções da UEFA, que integra, para além da Itália, a seleção da Polónia.

11 Set 2018

US Open | Serena Williams multada em 17.000 dólares

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] tenista norte-americana Serena Williams foi multada em 17.000 dólares, depois de ter recebido três advertências do árbitro português Carlos Ramos na final do US Open, frente à japonesa Naomi Osaka.

A informação foi divulgada hoje pela organização do torneio norte-americano, quarto e último Grand Slam de 2018, no relatório de sanções aplicadas às tenistas que infringiram as regras, o que no caso de Williams passou por chamar “ladrão” a Carlos Ramos.

A norte-americana recebeu três advertências do árbitro português: por ‘coaching’ (receber instruções do treinador), por ter partido uma raqueta, que deu origem a um ponto de penalidade, e abuso de linguagem, do qual resultou num jogo de penalidade.

Osaka venceu o encontro em dois ‘sets’, pelos parciais de 6-2 e 6-4, conquistando, aos 20 anos, o primeiro título do Grand Slam frente a veterana Williams, de 36 anos, que se tinha imposto em Nova Iorque (1999, 2002, 2008, 2012, 2013 e 2014).

WTA pede igual tratamento para homens e mulheres no ténis

Entretanto, a Associação de Ténis Feminino (WTA) pediu igual tratamento para todos os competidores e treinadores dos circuitos de ambos os sexos, após o incidente na final do Open dos Estados Unidos.

“A WTA acredita que não deve haver diferença nos padrões de tolerância proporcionados às emoções expressas por homens e mulheres e estamos comprometidos em trabalhar com o desporto para garantir que não haja discriminação. Não acreditamos que isso tenha sido feito sábado à noite”, disse Steve Simon, diretor-geral do organismo.

Na final com Naomi Osaka, a norte-americana Serena Williams foi punida com três violações de conduta pelo árbitro português Carlos Ramos, num jogo vencido pela jovem nipónica por esclarecedores 6-2 e 6-4.

Serena Williams agrediu verbalmente o árbitro, chamando-o de “mentiroso e ladrão”, por este a punir por ter recebido instruções da bancada – o treinador de Serena confirmou que o fez, embora diga que a sua pupila não o ouviu – e acusou-o de “sexismo”.

A Pro Tour feminina solidarizou-se também. O campeão masculino, o sérvio Novak Djokovic, igualmente castigado no passado pelo juiz luso, entende que o castigo não deveria ter sido tão duro.

“Podia ter sido diferente, mas não mudou o rumo da partida”. Na minha opinião talvez tenha sido desnecessário. Todos temos as nossas emoções, principalmente quanto lutamos por um título do Grand Slam”, disse.

Ainda assim, o terceiro jogador do ranking discorda que haja tratamento diferente dos árbitros para homens e mulheres. “Não vejo as coisas da mesma forma do senhor (Steve) Simon. Realmente não. Acho que homens e mulheres são tratados desta ou daquela forma dependendo da situação. É difícil generalizar as coisas, realmente. Acho que não é necessário haver este debate”, concluiu.

10 Set 2018

Djokovic sobe ao terceiro lugar no ‘ranking’ ATP e João Sousa reentra no top 50

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tenista sérvio Novak Djokovic, vencedor do US Open, no domingo, subiu ao terceiro lugar do ‘ranking’ mundial, classificação em que o português João Sousa progrediu 19 lugares, sendo agora 49.º.

Se a Djokovic valeu o título no quarto ‘major’ da temporada para se situar nos três primeiros, atrás de Rafael Nadal e Roger Federer, Sousa regressa ao top-50, depois de ter sido o primeiro tenista português a atingir os oitavos de final de um Grand Slam.

O português, que tem como melhor registo na hierarquia mundial um 28.º lugar, em maio de 2016, foi eliminado na competição nova-iorquina por Djokovic, 6-3, 6-4, 6-3.

No domingo, na final, o tenista sérvio bateu o argentino Juan Martín Del Potro, por 6-3, 7-6(4) e 6-3, garantindo pela terceira vez na sua história um triunfo em Flushing Meadows e a 14.ª vitória num torneio do Grand Slam.

Djokovic, que chegou em 2018 a sair dos 20 primeiros da classificação, devido a lesão, igualou Pete Sampras no número de ‘majors’ 14, tendo apenas diante de si Roger Federer (20) e Rafael Nadal (17).

Na classificação ATP, hoje divulgada, destaque igualmente para a subida do japonês Kei Nishikori, semifinalista vencido em Nova Iorque, do 19.º para o 12.º lugar.

Em femininos, o quarto e último torneio do Grand Slam da época permitiu a entrada no top-10 da campeã, Naomi Osaka, a primeira japonesa a vencer um ‘major’, depois de bater na final a norte-americana Serena Williams.

Osaka ocupa agora o sétimo lugar, enquanto Serena Williams, que ainda recupera no ‘ranking’ depois de ter sido mãe no último ano, subiu dez posições e é 16.ª classificada.

Na liderança continua a romena Simona Halep, seguida pela dinamarquesa Caroline Wozniacki, e agora pela alemã Angelique Kerber, com a norte-americana Sloane Stephens a cair para o nono lugar.

10 Set 2018

Corrupção e violência dominam terceiro debate de candidatos à presidência do Brasil

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] violência e a corrupção, bem como um apelo unânime ao fim do ódio político, marcaram o terceiro debate televisivo entre seis dos candidatos à presidência do Brasil, no domingo à noite.

Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (Partido Democrático Trabalhista, PDT), Geraldo Alckmin (Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB), Guilherme Boulos (Partido Socialismo e Liberdade, PSOL), Henrique Meirelles (Movimento Democrático Brasileiro, MDB) e Marina Silva (Rede) foram os candidatos presentes neste debate, que não contou com um representante do Partido dos Trabalhadores (PT).

O PT ainda não indicou um candidato à Presidência da República, depois do Tribunal Superior Eleitoral ter barrado a candidatura do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva às eleições presidenciais, marcadas para 07 de outubro, com a segunda volta a realizar-se três semanas depois, no dia 28.

Também Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), manteve-se ausente por estar hospitalizado desde quinta-feira, depois de ter sido esfaqueado numa ação de campanha em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais.

Todos os candidatos presentes lamentaram o ataque ao político e pediram a pacificação da sociedade brasileira no primeira parte do debate, divido em blocos compostos por perguntas, respostas e comentários dos participantes.

No primeiro bloco, quase todos os candidatos abordaram propostas dos adversários, indicou o jornal Estadão, à exceção de Guilherme Boulos, que enfrentou diretamente Meirelles, ex-ministro da Economia. “O compromisso da minha candidatura é enfrentar privilégios. O senhor vai enfrentar privilégios da sua turma?”, questionou Boulos.

No segundo bloco, os temas em destaque foram a corrupção que abala o país, a Operação Lava Jato e a condenação do ex-Presidente Lula. O terceiro bloco trouxe ao debate o aumento dos salários no sistema judicial e os problemas de saneamento básico do país.

Já no quarto bloco, os candidatos responderam a perguntas de internautas, onde as desigualdades salariais entre homens e mulheres e a crise no sistema dos Correios estiveram em destaque.

Marina Silva lembrou o ataque a Bolsonaro e apostou numa campanha de paz, em que defendeu a união do Brasil e a necessidade de preservar a cultura indígena no país. A candidata sublinhou ainda importância da educação, chamando a “atenção principalmente do eleitorado feminino”, de acordo com uma análise do Estadão.

Já Álvaro Dias destacou a corrupção e as falhas do sistema. “Hoje, é o ano novo da comunidade judaica e lembro que esse é o País das crenças e das religiosidades. Somos muitos Brasis dentro de um grande Brasil e devemos nos respeitar. O ódio cega a inteligência. A raiva e a inteligência alimentam a violência (…) O Brasil precisa abrir o olho”, afirmou.

Alckmin sublinhou a necessidade de pacificação e união, que relacionou com as questões da educação e da segurança. “Os brasileiros já têm problemas demais. Não podemos ter um próximo Presidente para ter mais problemas. O Brasil já errou. Já erramos e vimos as consequências. Estamos preparados para fazer um grande esforço em torno da reforma tributária, da mudança política, da reforma do Estado para que o País se encontre”, declarou.

Ciro Gomes apresentou-se como a mudança, e destacou o desemprego e a violência contra a mulher. “O Brasil não pode se manter com 13 milhões de desempregados” disse o candidato do PDT. Gomes acrescentou que os eleitores “devem observar mais para decidir o voto”.

Meirelles disse concorrer à presidência pelo desejo de melhorar a vida dos brasileiros, e defendeu que tirou o país da maior recessão da história, enquanto ministro da Economia de Temer. “É só me chamar que trarei as respostas”, sublinhou.

Já Boulos frisou a “invisibilidade dos pobres”, ao mesmo tempo que afirmou ser o único candidato capaz de restaurar a solidariedade, por não ter “o rabo preso”.

O debate, já considerado “morno” pelos partidos, teve um grande destaque na rede social Twitter, na qual os internautas foram questionados sobre o impacto da ausência de Jair Bolsonaro. De acordo com uma sondagem da plataforma Ideia Big Data, a maioria das respostas indicou que a ausência do candidato não teve nenhum impacto. O debate foi promovido pela TV Gazeta, jornal O Estado de São Paulo e rádio Jovem Pan.

10 Set 2018

Bolinha | Benfica, Monte Carlo e Ka I sorteados no Grupo B

Após um ano de interrupção, a competição mais popular de futebol de sete de Macau está de volta com as equipas retornarem ao D. Bosco já no dia 19 de Setembro. Um regresso amargo que trouxe consigo a desistência do Lam Pak, clube com grande tradição na Bolinha

[dropcap style=’circle’]B[/dropcap]enfica de Macau, Monte Carlo e Ka I ficaram sorteadas no Grupo B da Bolinha, que é constituído por seis formações. O sorteio da competição de futebol de sete jogadores foi realizado, na sexta-feira à tarde, no Estádio de Macau, e colocou ainda no grupo: Nightwalker, Lung Lok e Polícia B. Já no grupo A, que tem sete formações, ficaram as equipas de Sporting de Macau, Cheng Fung, Polícia A, Kin Wa, Cheng Wa, Sub-23 e ainda Chiba. A competição arranca a 19 deste mês e decorre, como tradicionalmente acontece, no Campo D. Bosco.

Para as águias, à semelhança dos anos anteriores, o objectivo passa essencialmente por fortalecer o espírito de equipa, a pensar no futebol de onze, sem investimento a pensar na vitória. Mesmo assim, Duarte Alves, dirigente do clube, afirmou, ao HM, que a equipa tem condições para ser considerada uma das favoritas.

“Calhou-nos o grupo com menos jogos, mas acho que não há benefícios por isso. Vamos enfrentar a Bolinha com a mesma ideologia dos últimos anos, ou seja utilizar a competição para apostar no espírito de grupo, apostando nos jogadores do futebol de 11”, disse o responsável.

“Não montámos uma equipa de propósito para sermos campeões. Mas com esta mentalidade de apostar no espírito de grupo já conseguimos dois títulos na Bolinha. Por isso, julgo que poderemos ser vistos como favoritos, pelo menos no que diz respeito ao apuramento para próxima fase”, acrescentou Duarte Alves.

À imagem do que sucedeu no torneio de futebol de sete que substituiu a Bolinha na temporada passada, o Benfica vai apostar em jogadores-treinadores. Cuco e Filipe Duarte poderão assim voltar a ser os técnicos da equipa. “Temos jogadores que em termos de idade estão na recta final da carreira e que estão interessados em lançar-se como treinadores. São atletas que têm trabalhado para obter as licenças de treinador da AFC [Confederação Asiática de Futebol], são da família e vamos continuar a dar-lhes estas oportunidades”, explicou.

Para o Sporting de Macau, o sorteio ditou dois grupos equilibrados, apesar das incógnitas, ou seja, as equipas que só actuam no futebol de sete. Também por esta razão, o objectivo passa pela manutenção da 1.ª Divisão, apesar da passagem à próxima fase não estar excluída dos horizontes.

“São grupos equilibrados. Mas há sempre uma incógnita nesta competição, porque há equipas que só participam na Bolinha, não tem relevância fora do futebol de sete, como o Kin Wa ou o Ching Wa, por exemplo. São equipas que não conseguimos observar ao longo do ano para saber o seu valor real”, disse José Reis, director do Sporting de Macau, ao HM.

“Para esta competição o nosso objectivo principal é a manutenção na 1.ª Divisão. Mesmo assim, a passagem à próxima fase tem de estar sempre na mente de um clube como o Sporting”, considerou.

Lam Pak de fora

A Bolinha está oficialmente de regresso a 19 de Setembro, uma quarta-feira, depois de um época de suspensão, devido aos efeitos da passagem do Tufão Hato. Os dois jogos diários decorrem entre terça e sexta-feira, no Campo Dom Bosco. Contudo, o regresso de uma das competições mais populares de Macau fica marcada pela desistência do Lam Pak, equipa com grande tradição no futebol local, principalmente na década de 90.

“A ausência do Lam Pak é lamentável. Desconhecendo a causa da desistência, obviamente que o futebol local fica mais fraco sem um dos históricos clubes na primeira divisão da bolinha”, afirmou José Reis. “Esperamos que o Lam Pak regresse rapidamente à liga principal do campeonato de sete”, desejou.

Também Duarte Alves lamentou a ausência da equipa da Bolinha: “Fiquei surpreendido porque o Lam Pak já está há vários anos envolvidos na competição e é um nome importante, com boas prestações”, admitiu o dirigente das águias. “É uma desistência que implica a ausência também da 1.ª Divisão na próxima época, e isso é uma perda para o futebol de sete de Macau”, acrescentou.

10 Set 2018

Japão | Shinzo Abe visita região afectada por sismo que fez 42 mortos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, deslocou-se ontem à ilha de Hokkaido, atingida na quinta-feira por um sismo que fez 42 mortos, de acordo com um novo balanço. Abe visitou a cidade de Sapporo, onde o sismo, com uma magnitude de 6,6, deixou ruas com grandes buracos e casas destruídas, tendo também visitado Atsuma, uma pequena localidade rural gravemente afectada.

Após a deslocação, Abe regressou a Tóquio para um conselho de ministros extraordinário que deve desbloquear 4,2 milhões de euros para ajuda à região afectada.
Segundo os ‘media’ japoneses, incluindo a televisão NHK, foi anunciado um novo balanço que dá conta de 42 mortos. As autoridades locais indicaram, no entanto, que há 39 mortos e um desaparecido. Em Atsuma, as operações para encontrar eventuais sobreviventes continuam.

Logo após o sismo, que provocou estragos numa central térmica, cerca de três milhões de casas ficaram sem electricidade, mas a energia foi restabelecida quase na sua totalidade, embora as autoridades locais tenham pedido aos habitantes para limitarem o consumo, uma vez que o fornecimento continuava instável.

Este sismo foi a última de uma série de catástrofes naturais a atingir o Japão nos últimos meses. Em finais de Julho, a região ocidental do país foi afectada pela passagem do tufão mais forte dos últimos 25 anos, semanas depois de fortes chuvas provocarem inundações e deslizamentos de terras que fizeram cerca de 200 mortos.

10 Set 2018

Filipinas | Sismo de 6,1 na escala de Richter abala Davao Ocidental

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m sismo de magnitude 6,1 na escala de Richter foi registado no sábado no sul das Filipinas sem que, até ao momento, se tenha conhecimento de vítimas ou danos materiais. O Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a actividade sísmica em todo o mundo, informou que o movimento ocorrido cerca das 07h16 GMT e o epicentro situou-se a cerca de nove quilómetros da localidade de Manay e a 1.300 a sul da capital filipina. O sismo, localizado na província de Davao Ocidental, registou-se a 10 quilómetros de profundidade. As Filipinas encontram-se localizadas no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, uma zona de grande actividade sísmica e vulcânica que é sacudida por cerca de 7.000 sismos por ano, a maioria dos quais moderados. Terramotos de magnitude superior a 5 registam-se de forma esporádica no sul de Mindanao, Batanes e na região oriental de Bicol.

10 Set 2018

Coreia do Norte | Desfile militar deixou de lado mísseis de longo alcance

 

A Coreia do Norte realizou ontem um desfile militar para assinalar o 70º aniversário da fundação do país, mas não apresentou mísseis balísticos intercontinentais, que estiveram na origem de várias sanções internacionais

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]oldados, artilharia e tanques integraram o desfile perante o líder norte-coreano Kim Jong-un no centro de Pyongyang, a capital do país, numa cerimónia em que apenas foram expostos mísseis de curto alcance, segundo a agência de notícias France-Presse.
O desfile militar, que durou cerca de uma hora e meia, foi o primeiro desde que Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinaram em Junho uma declaração conjunta em Singapura, prometendo trabalhar para a desnuclearização do regime de Pyongyang.

Kim não se dirigiu à multidão, numa cerimónia em que marcaram presença o chefe do parlamento chinês e delegações ao mais alto de países que mantêm relações diplomáticas próximas do regime norte-coreano. O líder do parlamento da Coreia do Norte, Kim Yong-nam, deu o tom a uma retórica relativamente mais suave para o que foi sendo habitual em eventos anteriores, com um discurso de abertura que enfatizou os objectivos económicos do regime, em detrimento do seu poderio nuclear.

Os aliados

Os presidentes da China e da Rússia, Xi Jingping e Vladimir Putin, enviaram mensagens de felicitações ao líder norte-coreano Kim Jong-un, informou agência estatal de notícias KCNA.

Xi destacou a “política inabalável” do seu país para melhorar as relações com a Coreia do Norte, pode ler-se na mensagem publicada pela KCNA.

“O Partido [Comunista] e o Governo chinês dão a máxima prioridade às relações de amizade e cooperação entre a China e a República Popular Democrática da Coreia, e à sua política firme para defender, construir e desenvolver com sucesso relações bilaterais”, referiu o Presidente chinês. Já Vladimir Putin sublinhou na mensagem enviada a Kim a importância de aprofundar os laços e promover a paz na região.

O presidente russo disse estar convencido de que “o diálogo bilateral e a cooperação construtiva em várias áreas serão melhorados graças aos esforços conjuntos”, o que contribuirá para fortalecer a estabilidade e a segurança na península coreana e no nordeste da Ásia.

10 Set 2018

Os disponíveis

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão há emprego onde um tipo não se depare com esta casta particular de trabalhadores. À primeira vista, parecem estar lá para descomplicar situações: oferecem-se para colmatar a ausência de um colega adoentado, para executar uma tarefa para a qual não têm competências, para entrar mais cedo ou sair mais tarde. A devoção que manifestam ancora-se no medo que têm de ser prescindíveis ou numa auto-estima comatosa que necessita de palmadinhas nas costas para arrebitar. Às vezes, em ambas. Não sabem dizer que não. Acatam ordens como se estas se tratassem de dogmas. Estão lá para o que der e vier. Literalmente.

Por todos os trabalhos que passei, os disponíveis sempre foram aqueles que mais prejudicaram as condições laborais deles e dos seus colegas. Metendo medo ou ego à frente de horários e regras, acabam por criar para o empregador uma zona cinzenta, contígua à definida pelo contrato, onde a exploração legalizada encontra forma de continuar a ordenha dos famélicos sem o prurido decorrente de ter que assumir a sua ilegitimidade e avareza: afinal, se o Silva se ofereceu, nenhum mal advirá ao mundo de pedirmos a outro para fazer o mesmo.

“Sim, é verdade que o horário é até às 19H, mas há que fazer a caixa, limpar e arrumar e fechar a loja, pelo que é natural que saia às 20H. O Silva, ontem, ficou até às 21H para atender uma família de japoneses que entraram em cima da hora e não perder essas vendas.”

“De facto, devíamos ter os turnos escalonados com mais antecipação, mas há muitos imprevistos e o Silva na semana passada até se ofereceu para fazer dois turnos de seguida porque um colega faltou.”

“É claro que tem hora de almoço, mas era preferível comerem na recepção, onde podem continuar a atender clientes, do que num restaurante ou assim. O Silva come sempre cá e em quinze minutos apenas.”

Quando um Silva abdica de respeitar uma regra, sofrem todos os outros apelidos. Uma relação entre patrão e trabalhador é semelhante a uma relação entre adulto e criança: basta falhar uma vez para tornar infrutífera uma insistência coerente de anos. O Silva, por via da sua disponibilidade infinita, mete em causa não somente aqueles que o rodeiam como toda uma história de conquistas laborais que o precedem. Para o Silva, há dias em que vai trabalhar no Séc. XXI na Europa, dias em que vai trabalhar na China, dias em que vai trabalhar nos finais do Séc. XIX. A sua peculiar disposição para disponibilidade indevida acaba por lhe conferir, aos olhos do empregador, uma dupla patine: para além da sua generosidade laboral, é ainda pouco apreciado pelos calões que o rodeiam. Os calões, diga-se, são aqueles que tentam cumprir as regras e os horários.

“Por mim, o Silva pode trabalhar até às seis da manhã, se quiser, e aviar todos os japoneses de Tóquio numa noite. Nem eu sou o Silva nem o Silva é modelo para qualquer empresa”.

“O Silva, se quiser, pode nem ir a casa. Eu tenho uma vida, uma família, outros afazeres e ocupações. Preciso de definição no que diz respeito a horários e turnos.”

“Se a questão se coloca dessa forma, nem há conversa. O Silva podia vir trabalhar de soro na veia para não ter que perder tempo a comer. Eu tenho uma hora de almoço e nessa hora vou fazer o que quiser. O que inclui não querer estar no local onde passo as restantes sete.”

Se de cada vez que um Silva se apressa a militar no esclavagismo houvesse um patrão que o proibisse ou um Ferreira que lhe mostrasse o lado obscuro da disponibilidade gratuita, talvez os restantes apelidos deste mundo não tivessem que emular este empreendedorismo de amochado para justificarem os seus postos de trabalho. Arranjem uma namorada ao Silva, um hobby, um gato bebé que tenha de ser alimentado de hora a hora. Arranjem-lhe uma vida.

10 Set 2018