Sound & Image | Festival revela programa dedicado aos documentários

São 13 as curtas documentais que vão preencher as tardes dos próximos dias 7 e 8 no Teatro D. Pedro V e que integram mais uma parte do programa da 9ª edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau

 

[dropcap]D[/dropcap]e 4 a 9 de Dezembro, o Festival Internacional de Curtas-Metragens – Sound & Image Challenge – traz ao Teatro Dom Pedro V 34 ficções, 13 documentários, 25 animações e 10 videoclips. A apresentação dos filmes documentais do programa desta edição do festival de curtas divide-se em três sessões nos próximos dias 7 e 8.

A primeira sessão de projecções é dedicada aos temas biográficos, na sexta-feira pelas 14h e abre com o filme, “A piece for two hands” da Lituânia. Realizado por Akvilė Žilionytė, o documentário desdobra-se em 23 fragmentos da memória narrados por um homem e uma mulher conversando entre si e com eles mesmos.

“Lembro-me da primeira vez que beijei alguém cujos lábios eram tão grandes quanto os meus. A sensação foi tão intensa, como encontrar alguém que tivesse lido todos os meus livros favoritos” , dizem.

Segue-se “Fighting Two Wars: The story of Thalia Jane Ainsley” do americano Aaron Curtis. O filme foca-se na história de um veterano de guerra Thalia Jane Ainsley que opta por se transformar numa mulher.

“Midas” é a curta russa de Victoria Babkina e traz ao ecrã a temática da fama e das suas vantagens e maldições. O documentário trata a história do produtor musical Rostov-on-Don que ao conhecer um jovem rapper afro-russo num gueto lhe promete fama e sucesso.

A película iraquiana “Raven” de Shukri Mahmod Raven encerra a sessão. O argumento relata a história do pintor Yizidean que, em 2014, escapou ao ISIS refugiando-se em Duhok. O filme revela as constantes ameaças da organização terrorista ao artista e os ataques que destroem a coexistência pacífica entre diferentes religiões e crenças.

Longe de tudo

A segunda sessão dedicada ao filme documental tem início no mesmo dia às 15h30 e é dedicada à temática da emigração.

As projecções começam com uma película local. “Good bye again, Macau” de Cheang Chi Leong explora as áreas menos conhecidas do território vistas e interpretadas pelo realizador.

Macau continua a ser o palco do filme seguinte com a curta portuguesa “Long Paths” de António José de Lemos Ferreira que traz o realizador de regresso ao território anos depois de aqui ter vivido. O que encontra? A surpresa causada pelas transformações brutais que Macau sofreu. O filme inclui ainda imagens inéditas guardadas durante sessenta anos.

A história de uma jovem imigrante polaca, que se muda, após o divórcio, para Greenpoint onde conhece diferentes gerações de polacos e as suas histórias longe de casa é o argumento de “Past States” realizado por Olga Blumczyńska.

Do argentino Martín Miguel Pereira vai ser exibido “What wouldn’t I give for the memory” que trata a história de um grupo de mineiros expulso da sua aldeia depois do fecho das minas. Mas é ali que permanecem as suas memórias e antepassados.

Aos desafortunados

Os documentários continuam no sábado, dia 8 de Dezembro às 14h no Teatro D. Pedro V.
Anderson é um brasileiro de meia idade com paralisia cerebral e a figura central deste documentário homónimo dedicado ao futebol. O protagonista aceitou participar no filme com uma condição: que não se tratasse de um drama.

“La Cumbre” de Dana Romanoff revela a dura realidade da vida de um amputado num mundo em desenvolvimento numa película feita em parceria com o Projecto Range of Motion e que conta a histópria do alpinista Chad Jukes.

Segue-se “The Fight” de Violeta Ayala. Uma co-produção da Austrália e da Bolívia que traz à tela o drama das pessoas portadoras de deficiência naquele país latino americano. Um grupo de deficientes que se sente descriminado organiza uma excursão e após percorrerem 380 quilómetros pelas montanhas em cadeiras de rodas, para conseguirem falar com o presidente do país Evo Morales, são impedidos de o fazer por se confrontarem com uma carga policial que os atinge com gás lacrimogéneo e canhões de água.

O luta é outra em “The Good Fight” de Ben Holman que narra a história de Alan Duarte. Duarte, depois de ter perdido nove familiares devido à violência armada das favelas brasileiras, resolve criar um clube de boxe para envolver a comunidade e dar um futuro melhor ao filho.

Os documentários terminam com a exibição de mais um filme local: de “The Last Ride” de Vong Kuan Chak que traz a história de A Mo, um amante de escaladas que se cansou de as fazer e resolve organizar uma última aventura nas montanhas com amigos.

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