FIMM| Músicas ibéricas e austríacas em destaque este fim-de-semana

A 32ª edição do Festival Internacional de Música de Macau oferece uma ementa de sonoridades europeias. Os lusos Sangre Ibérico trazem amanhã a mistura de sonoridades tradicionais de Portugal e Espanha à Casa do Mandarim. Sábado é dia da música clássica, com um concerto da Orquestra de Macau e da Orquestra Filarmónica de Xangai

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om o fim-de-semana à porta, regressam os concertos da 32ª edição do Festival Internacional de Música de Macau marcados pelos sons quentes ibéricos e pela sumptuosidade clássica vinda da Áustria. Amanhã às 20h, as melodias dos portugueses Sangre Ibérico tomam conta da Casa do Mandarim. A banda que nasceu de um fenómeno televisivo, depois de participarem no programa Portugal e Espanha Got Talent, ganharou visibilidade que os colocou na rota dos palcos dedicados às “músicas do mundo”.

Resultado da soma das influências do flamenco e do fado, o projecto musical vive do trio constituído por André Amaro na voz e guitarra, Paulo Maia na guitarra flamenca e Alexandre Pereira na voz, percussão e cajón flamenco. Da união dos sons dos dois países vizinhos, os Sangre Ibérico pegaram no fado e na música tradicional portuguesa e emprestaram-lhe um pouco do fogo das rumbas flamencas.

O facto das melodias da banda terem um pé em Espanha e outro em Portugal não é de estranhar uma vez que os três elementos dos Sangre Ibérico são oriundos da Aldeia do Bispo, Sabugal e Guarda, ou seja, os músicos sempre tiveram a fronteira num horizonte próximo.

A banda traz a Macau o seu único registo, um disco homónimo, que inclui temas como “Voa”, o single de apresentação do álbum e reinterpretações de “Meu Fado, Meu”, que pertence ao repertório de Mariza, o clássico do folclore português “Valentim”, que foi interpretado por Amália Rodrigues e “Cavalgada” de Roberto Carlos.

Apontados como uma das revelações dos últimos anos da música portuguesa, os Sangre Ibérico assinaram com uma das maiores editoras discográficas do mundo, a Sony Music.

Quem quiser ver os Sangre Ibérico ao vivo terá de desembolsar 150 patacas.

De Viena a Macau

Uma parceria sinfónica sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau no próximo sábado, às 20h. Lu Jia, director musical da Orquestra de Macau, junta-se à Orquestra Filarmónica de Xangai para apresentar a Sinfonia n.o 8 em Dó Menor, a obra-prima de Anton Bruckner.

Com uma forte inspiração espiritual e filosófica, a composição que o público de Macau terá a oportunidade de ver interpretada ao vivo foi a mais longa escrita pelo compositor austríaco. “A versão de 1890 da 8.ª sinfonia de Bruckner, reconhecida pelo próprio compositor, é mais compacta na sua estrutura musical. A orquestração é mais equilibrada e o tom de contraste entre as secções de cordas e sopros é mais apropriado, tornando a sonoridade geral mais emocionante. Apresentamos esta versão para proporcionar ao público do Festival Internacional de Música de Macau uma agradável experiência musical”, adianta Lu Jia, Director Musical da Orquestra de Macau.

Os bilhetes para o concerto custam entre 150 e 250 patacas.

Outro dos destaques culturais deste fim-de-semana são os concertos do Quarteto Hagen de Salzburgo, marcados para as 20h de sábado e domingo no Teatro Dom Pedro V. Fundados em 1981, o conjunto é formado por três irmãos. A Lukas, Veronika e Clemens Hagen, violino, viola e violoncelo respectivamente, junta-se o alemão Rainer Schmidt, também no violino.

O Quarteto Hagen oferece ao público de Macau duas noites de interpretações de obras de Haydn, Schubert, Webern e Beethoven. Os bilhetes custam entre 250 e 300 patacas.

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