PolíticaHabitação | Lionel Leong admite novas medidas para ajuste de preço Sofia Margarida Mota - 2 Jul 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças admite que as medidas que têm sido tomadas para o ajuste de preços no sector imobiliário não são suficientes. De acordo com um comunicado oficial, “o preço da habitação ainda não atinge uma previsão de ajustamento, portanto as autoridades irão analisar outras medidas mais viáveis”. Para o efeito, o governante refere que é preciso prestar atenção à oferta de fracções, nomeadamente aquelas que se encontram sem aproveitamento. Neste sentido serão tidos em conta dados sobre habitações que nunca foram vendidas tendo em conta a sua quantidade, construção e prazo da obra. O secretário adianta ainda que pode vir a ser tomado como exemplo a política que está a ser seguida na região vizinha de Hong Kong relativa à taxa sobre propriedades devolutas para habitação nunca vendida “a fim de viabilizar a sua viabilidade em Macau. Medidas pedidas Recentemente têm sido vários os deputados que se têm manifestado contra o desaproveitamento de muitas fracções devido à espera de uma maior rentabilização por parte dos proprietários. O deputado Ho Ion Sang referiu, no passado mês de Abril, que existem no território cerca de 12,5 mil fracções vazias. Parte delas estão por utilizar porque os seus proprietários não as querem disponibilizar para arrendamento. Por outro lado, há casas que não são vendidas mas que se encontram “empatadas pelas imobiliárias de modo a controlar o mercado”, referiu Ho Ion Sang. O deputado sugeriu que fossem tomadas medidas idênticas às que Hong Kong está a seguir de modo a regulamentar o prazo de propriedades para venda. É de salientar neste aspecto que um estudo da consultora Mercer elegeu Hong Kong como a cidade mais cara do mundo, destronando Luanda que caiu para o sexto lugar, em grande parte devido ao aos preços praticados no mercado imobiliário da região vizinha. O pró-democrata Ng Kuok Cheong tem vindo a insistir na criação de um novo imposto sobre casas devolutas. De acordo com o deputado, “as pessoas queixaram-se da falta de sucesso da implementação do imposto de selo, que não resultou em qualquer pressão sobre os proprietários que possuem apartamentos vazios à espera que os preços aumentem para que os possam vender por valores mais altos”, referiu em interpelação escrita. Para combater este “desperdício”, Ng sublinhou que são necessárias mais medidas por parte do Executivo para combater a especulação imobiliária e sugeriu a criação de um imposto. No que respeita às políticas recentemente adoptadas para facilitar a aquisição de primeira habitação, Lionel Leong afirma que os resultados são satisfatórios. Com “o afrouxamento do rácio dos empréstimos hipotecários, apareceu um óbvio aumento da proporção de aquisição da primeira habitação, demonstrando que as referidas medidas contribuem, de forma activa nesta área”, aponta o comunicado.