Secretas | “Ataque acústico” levam EUA a retirar funcionários da China

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s Estados Unidos retiraram vários funcionários governamentais de Cantão, sul da China, depois de testes médicos terem revelado sintomas semelhantes aos causados pelos “ataques acústicos” em Cuba, no ano passado, informou o Departamento de Estado.

A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, revelou que “várias pessoas” foram levadas para os EUA, para além de uma outra que anteriormente registou sintomas semelhantes. Os funcionários foram retirados juntamente com as famílias depois de um segundo caso de um funcionário do consulado em Cantão ter sentido dor de cabeça, sonolência e náuseas, levando Washington a enviar uma equipa médica para realizar análises.

A China reafirmou ontem que “não encontrou causas ou pistas” sobre possíveis ataques a diplomatas dos EUA no país. “Há pouco, num outro caso de um diplomata norte-americano, a China realizou investigações e informou os EUA de que não encontramos sequer pistas” de que se trata de um ataque deliberado, afirmou ontem a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, em conferência de imprensa.

Alerta sonoro

No primeiro caso, ocorrido no mês passado, um alerta de saúde emitido pela embaixada norte-americana em Pequim revelava que “um funcionário do Governo dos EUA reportou recentemente sensações subtis e vagas, mas anormais, de ruído e pressão”. Hua disse que o segundo alegado caso não foi sequer oficialmente notificado à diplomacia chinesa. “Se há realmente algum problema, esperamos que os EUA possam comunicá-lo directamente, para que a China adopte uma atitude responsável e investigue”, acrescentou.

O Departamento de Estado comparou estes casos com os ocorridos, no ano passado, com 24 diplomatas norte-americanos e respectivos familiares estacionados em Cuba, que experimentaram misteriosos “ataques acústicos”, que provocaram sintomas como perda auditiva, náuseas, tonturas, dor facial, dor abdominal, problemas cognitivos e danos cerebrais.

No caso de Cuba, a imprensa norte-americana escreveu mais tarde que o FBI não conseguiu determinar a causa dos sintomas, apesar das acusações de Washington.

Funcionários do Departamento de Estado insistiram, no entanto, que as pistas apontavam todas para um ataque coordenado.

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