China / ÁsiaDireitos humanos | Mulher de advogado impedida de deixar bairro onde vive Hoje Macau - 1 Jun 2018 A mulher de um advogado chinês dedicado a causas ligadas a direitos humanos afirmou ontem que está a ser impedida de sair do seu bairro. O incidente parece configurar mais um aparente caso de intimidação sobre quem entra em conflito com o Partido Comunista [dropcap style≠’circle’]X[/dropcap]u Yan escreveu na rede social Twitter que quando sai de casa é perseguida pela polícia, que a impende de apanhar um táxi, ao dizer aos taxistas para não a levarem. “Eu perguntei: porque me estão a restringir?”, escreveu Xu, afirmando que a polícia respondeu não saber ou desconhecer quem autorizou aquelas medidas ou por quanto tempo serão impostas. O marido de Xu, Yu Wensheng, foi detido pela polícia em Janeiro passado, quando levava o filho de 13 anos para a escola, e está acusado de “incitar à subversão contra o poder do Estado”. Aquela acusação é frequentemente usada pelas autoridades chinesas contra activistas e advogados de defesa dos direitos humanos. Durante uma visita a Pequim, na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, encontrou-se com Xu e Li Wenzhu, a mulher de outro advogado detido, Wang Quanzhang. Toques autocráticos A detenção de Yu insere-se na campanha repressiva contra activistas pelos direitos civis, lançada pelas autoridades em Julho de 2015. Yu foi detido um dia depois de ter difundido uma carta na Internet na qual apelou a reformas constitucionais e eleições presidenciais livres. A polícia chinesa frequentemente detém ou intimida familiares de acusados de crimes contra o Estado. O caso mais conhecido é o de Liu Xia, a viúva do prémio Nobel da paz e dissidente chinês, Liu Xiaobo, que morreu de cancro no fígado, no Verão passado, quando cumpria uma pena de prisão de onze anos. No início deste mês, a Alemanha manifestou-se disponível para receber Liu Xia, depois de uma mensagem sua dar conta que está disposta a morrer em casa, em protesto, caso as autoridades chinesas a mantenham sob prisão domiciliária.