Aniversário | Futebol Clube da Flora celebra 50 anos e junta grupo de amigos

[dropcap style=’circle’] E [/dropcap] m 1965 um grupo de amigos macaenses juntou-se e conquistou o Campeonato Bolinha de juniores. O feito foi repetido no ano seguinte, só com vitórias, e o nascimento do Futebol Clube da Flora foi mesmo oficializado a 1 de Junho de 1968. Amanhã a instituição junta-se para celebrar as Bodas de Ouro.

Fundado oficialmente em 1968, o Futebol Clube da Flora cumpre amanhã o 50.º aniversário, com um amigável no Campo D. Bosco e um momento para uma foto de família do clube. No entanto, as origens da instituição remontam a 1965, quando um grupo de jovens macaenses que viviam no Edifício da Flora – habitação para funcionários públicos – e nas zonas adjacentes se juntaram para participar no Campeonato de Bolinha na categoria de juniores.

“Estive sempre muito longe de imaginar que o clube ia fazer 50 anos. Confesso que a data até me estava a passar despercebida. Foi o meu sobrinho que como está a tentar inscrever o clube na Bolinha me pediu para ver os estatutos do clube no Boletim Oficial. Foi nessa altura que reparámos na data”, afirmou, ontem, Francisco Manhão, um dos fundadores, ao HM.

“Oficialmente são 50 anos, mas na verdade são 53 anos. No início era um clube de pessoas que viviam no edifício da Flora, no gaveto da Avenida de Sidónio Pais e naquela zona. Juntávamo-nos para jogar à bola, como grupo de amigos e estudantes que éramos. Dávamo-nos todos bem e um dia decidimos criar a equipa da Flora. Foi por acaso”, recorda Francisco José Manhão. “Depois ganhámos animação e mais tarde registámos o clube”, acrescentou.

 

Bi-campeonato da Bolinha

Essa animação ficou a dever-se aos resultados da equipa constituída pelos já falecidos Joaquim Dillon de Jesus, Alexandre Assis da Silva e também Daniel Albino Ferreira, César Augusto Pereira, Pedro da Rosa de Sousa, Júlio Noronha de Assunção e António Guerreiro, além de Francisco José Manhão. Entre 1965 e 1966, a equipa alcançou o bi-campeonato da Bolinha no escalão de juniores.

“Em 1965 participámos pela primeira vez e ganhámos. Depois voltámos a conquistar a Bolinha em 1966. Foi um momento em que ficámos orgulhosos”, confessou Manhão, ao HM. “Disputámos dez jogos, cinco na fase regular e cinco nas eliminatórias, e ganhámos todos. Marcámos 75 golos e sofremos 8 golos. Foi uma marca que nos deixou um bocado orgulhosos”, reconhece.

Com treinos no D. Bosco, a equipa era orientada por Manuel Matias da Silva: “Infelizmente já partiu. Foi um treinador muito importante para nós. Na altura, treinávamos muito cedo, porque ele tinha de trabalhar às nove. Então treinávamos logo às 7h da manhã no D. Bosco e ele depois ia a tempo para o trabalho”, aponta.

 

Domingos complicados

Com o avançar dos anos, a formação começou a jogar no escalão de seniores e alargou a participação ao Futebol de 11. A primeira participação no principal escalão valeu à equipa um terceiro lugar. Já no futebol de onze a estreia resultou num 4.º lugar.

Mesmo assim, Manhão admite que um dos principais desafios passava pelo facto dos jogadores gostarem de sair nas noite de sábado, mesmo quando havia jogo no domingo: “Os jogos aos domingos eram os mais complicados porque ao sábado íamos para a paródia… É a vida. Íamos ouvir música, beber e outras coisas. Nessa altura tínhamos essa desvantagem. Mas não foi mau porque mesmo assim ficamos em quarto nos seniores”, considerou o membro fundador do clube, em tom divertido.

Finalmente, em 1969 a equipa ficou praticamente parada devido ao facto dos atletas precisarem de cumprir o serviço militar. Mesmo assim, ao longo dos anos o clube foi participando em competições de forma intercalada. Essas participações esporádicas valeram mesmo um título da 2.ª Divisão da Bolinha, no finais dos anos 70 e inícios dos anos 80, numa equipa que contava além de Francisco Manhão com Jaime Madeira, Jeremias Madeira, Humberto Évora, Mário Évora, Mário Alberto, Rui Izidro ou Aleixo Nunes. Domingos Tang Borges era o treinador.

Por outro lado, a instituição foi expandindo as participações a outras competições como o hóquei em campo, hóquei em patins ou, mais recentemente, o voleibol. As últimas duas modalidades ainda estão activas e este ano o Futebol Clube da Flora ganhou o título de Macau de hóquei patins no escalão que integra os sub-14 até aos sub-19. Nesta altura, também tem a possibilidade de alcançar o título de hóquei patins no escalão até aos sub-14.

 

Festa no D. Bosco

Vários membros do clube voltaram a reunir-se ontem para assinar, numa conferência de imprensa, o aniversário. Mas as principais festividades estão agendadas para a sexta-feira, com uma foto de família e amigável no D. Bosco e, mais tarde, um jantar.

Apesar disso, os membros costumam encontrar-se de forma regular. “Ainda nos encontramos com regularidade e, de vez em quando, almoçamos aqui na APOMAC”, contou Manhão.

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