Media | Discutido em Macau futuro do sector no quadro da política externa chinesa

O projecto “Uma faixa, uma rota”, foi o mote para a “Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento da Indústria dos ‘Media'” que decorreu no território. A investigadora Fernanda Ilhéu entende que a iniciativa foi útil no sentido de combater as desigualdades e estabelecer uma nova dinâmica de globalização

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] comunicação visual, o ‘live streaming’ e a inovação tecnológica são alguns dos temas centrais de uma conferência organizada em Macau sobre o futuro dos ‘media’. O evento decorreu na segunda-feira e contou com a participação de 29 países.

Dedicada este ano à iniciativa “Uma faixa, uma rota”, a terceira edição da “Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento da Indústria dos ‘Media'” juntou 200 académicos e profissionais com o objectivo de fortalecer a comunicação entre os órgãos de comunicação chineses e estrangeiros.

Na cerimónia de abertura, a investigadora portuguesa Fernanda Ilhéu afirmou que a iniciativa “Uma faixa, uma rota” propõe uma nova dinâmica de globalização com potencial para criar “um mundo mais desenvolvido e menos desigual”.

“É uma iniciativa harmoniosa e inclusiva que defende a tolerância entre civilizações, respeita caminhos e modelos de desenvolvimento de diferentes países e apoia diálogos entre diferentes povos”, disse a coordenadora do ChinaLogus – Business Knowledge & Relationship, que apoia empresas e instituições portuguesas a entrar no mercado chinês.

A iniciativa de infra-estruturas, que Pequim apresentou ao mundo em 2013, tem como objectivo refazer o mapa económico e político mundial, ao mesmo tempo que procura reformular o modelo de desenvolvimento eurocêntrico convencional.

Rota abrangente

Para Fernanda Ilhéu, esta iniciativa “a longo prazo” não reflecte apenas questões comerciais, mas estende-se a muitas outras que desafiam o paradigma global e podem ajudar a “evitar uma terceira guerra mundial”.

O conflito armado impede-se “promovendo a diversidade e o diálogo” e aqui reside o papel dos órgãos de comunicação, sublinhou a investigadora. No caso da China e de Portugal, por exemplo, é importante que se avance para órgãos de comunicação bilingues que promovam a proximidade entre os povos.

Patrocinada pela Xinhua (agência de notícias da China), a Macao Daily News e a Fundação de Macau, a conferência foi co-organizada pelo Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau e pela Associação de Chineses Ultramarinos Retornados de Macau.

Na cerimónia de abertura estiverem presentes, entre outros, o Chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, e o director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, Zheng Xiaosong.

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