China / ÁsiaPequim não “cruza os braços” perante ameaças comerciais dos EUA Hoje Macau - 5 Mar 2018 [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China “não ficará de braços cruzados” perante as ameaças dos Estados Unidos em matéria comercial, advertiu um alto responsável chinês, após declarações cada vez mais insistentes do Presidente norte-americano, Donald Trump “A China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos, mas se os Estados Unidos adoptarem medidas que prejudiquem os interesses chineses, a China não ficará de braços cruzados e tomará as medidas que se impõem”, declarou à imprensa o porta-voz da Assembleia Nacional Popular (ANP), Zhang Yesui, na véspera da abertura da sessão plenária anual do parlamento chinês. Trump fez subir ainda mais o tom das suas afirmações sobre uma guerra comercial na Sexta-feira, ao ameaçar os parceiros comerciais dos Estados Unidos de “taxas recíprocas” sobre as suas importações, depois de ter visado no dia anterior as do alumínio e do aço. O inquilino da Casa Branca já tinha escrito na rede social Twitter que as guerras comerciais eram “boas e fáceis de ganhar”. Inquirido sobre essas ameaças, o porta-voz chinês, ele mesmo antigo embaixador nos Estados Unidos, defendeu uma maior abertura dos mercados dos dois países. No Sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, considerou “sem fundamento” as sanções norte-americanas contra as exportações de aço de outros países adoptadas em nome da segurança nacional. “Não é só a China que pensa que isto não é razoável. Muitos países europeus e o Canadá disseram todos que não podiam aceitá-lo”, disse Wang, citado pela imprensa chinesa. Investimento estrangeiro Pequim vai elaborar uma nova lei para “promover e proteger o investimento estrangeiro no país”, com o objectivo de fomentar a abertura da sua economia, anunciou o porta-voz da Assembleia Nacional Popular. Zhang Yesui, porta-voz do órgão legislativo máximo do país, que inicia hoje o seu plenário anual, explicou que se reunificarão as três leis que actualmente existem para regular o investimento estrangeiro na China e será criada uma nova lei para alcançar quatro objectivos. O primeiro objectivo será o “desenvolvimento, benefício mútuo, estratégia e comércio de alta qualidade, bem como a liberalização e a facilitação do investimento”, indicou o responsável. Será prestada a mesma atenção ao investimento da China no exterior que ao estrangeiro no país e será facilitado o acesso ao mercado, precisou Zhang. “Criar um ambiente transparente, estável e previsível para o investimento estrangeiro e proteger os seus direitos e interesses legítimos” é o terceiro objectivo mencionado pelo porta-voz, numa conferência de imprensa no Grande Palácio do Povo, em Pequim. Por último, a China oferecerá um “tratamento justo” às empresas internacionais, com igualdade de condições em relação às companhias domésticas. Destaque: No Sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, considerou “sem fundamento” as sanções norte-americanas contra as exportações de aço de outros países adoptadas em nome da segurança nacional.