h | Artes, Letras e IdeiasPoesia de Georg Trakl António de Castro Caeiro - 9 Out 2017 A jovem criada[1] Dedicado a Ludwig von Ficker 1 Amiúde, junto ao poço, ao entardecer, Vemo-la, enfeitiçada, de pé, a Tirar água, ao entardecer. Baldes a subir e a descer. Nas faias, esvoaçam gralhas, E ela parece-se com uma sombra. Os seu cabelos amarelos esvoaçam E no pátio chiam os ratos. E fascinada pelo declínio, Baixa as pálpebras inflamadas. Erva seca em declínio Cai a seus pés. Die junge Magd Ludwig von Ficker zugeeignet 1 Oft am Brunnen, wenn es dämmert, Sieht man sie verzaubert stehen Wasser schöpfen, wenn es dämmert. Eimer auf und nieder gehen. In den Buchen Dohlen flattern Und sie gleichet einem Schatten. Ihre gelben Haare flattern Und im Hofe schrein die Ratten. Und umschmeichelt von Verfalle Senkt sie die entzundenen Lider. Dürres Gras neigt im Verfalle Sich zu ihren Füssen nieder. [1] TRAKL, GEORG. (2008). Das dichterische Werk: Auf Grund der historisch-kritischen Ausgabe. Editores: Walther Killy e Hans Szklenar. Munique. Deutscher Taschenbuch Verlag. A jovem criada 2 Silenciosamente, trabalha no quarto E o pátio há muito que está deserto. No sabugueiro, à frente do quarto, Um melro canta o seu lamento. Prateada a sua imagem, no espelho, olha estranhamente para ela, no lusco-fusco, E a imagem entardece pálida no espelho, E estremece perante a pureza da rapariga. Como num sonho, canta um criado na escuridão, E ela olha-o fixamente, abalada pela dor. Uma vermelhidão goteja através da escuridão. De repente, o vento sul sacode o portão. Die junge Magd 2 Stille schafft sie in der Kammer Und der Hof liegt längst verödet. Im Hollunder vor der Kammer Kläglich eine Amsel flötet. Silbern schaut ihr Bild im Spiegel Fremd sie an im Zwielichtscheine Und verdämmert fahl im Spiegel Und ihr graut vor seiner Reine. Traumhaft singt ein Knecht im Dunkel Und sie starrt von Schmerz geschüttelt. Röte träufelt durch das Dunkel. Jäh am Tor der Südwind rüttelt.