China / ÁsiaTailândia | Amnistia Internacional pede mais atenção aos refugiados Hoje Macau - 29 Set 2017 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) pediu ontem ao Governo da Tailândia uma maior atenção aos refugiados, num momento em que mais de 480.000 membros da maioria muçulmana rohingya fugiram para o Bangladesh para escapar à violência no Myanmar. A directora de Assuntos Globais da AI, Audrey Gaughran, afirmou, em comunicado, que as autoridades tailandesas devem servir de exemplo na região com a adopção de políticas que protejam os refugiados, em vez de os expulsar ou impedir a sua entrada no país. “O Governo tailandês deve garantir a segurança daqueles que procuram amparo internacional na Tailândia”, disse Gaughran. “Ao mesmo tempo que se deve felicitar o Governo tailandês por acolher centenas de milhares de refugiados há décadas (…) é preciso substituir a retórica pela acção”, acrescentou. A Tailândia tem 102.000 refugiados birmaneses em nove campos instalados junto à fronteira com o Myanmar, segundo dados do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A AI pediu ao Conselho de Segurança, na quarta-feira, que avance com um embargo de armas e outras medidas para o país parar aquilo que apelidou de “limpeza étnica” contra a população civil rohingya no Myanmar. Cerca de 480.000 rohinyas fugiram para o Bangladesh desde o início da violência, em 25 de Agosto, no estado de Rakain (anteriormente Arakan) no oeste do país, segundo dados divulgados pela ONU. O Programa Alimentar Mundial garantiu a distribuição de alimentos para estes refugiados até Novembro. Outras vítimas Além dos rohingyas, também a minoria hindu em Rakain foi vítima de violência desde que os rebeldes do Exército de Salvação do Estado Rohingya (ARSA) atacaram 30 postos de controlo das forças de segurança, a 25 de Agosto. Segundo o exército birmanês, foram recolhidos 52 cadáveres e 192 pessoas foram dadas como desaparecidas, todos birmaneses da minoria hindu, em Rakian, onde os militares mantêm uma operação para anular os rebeldes. O Myanmar estreou em 2016 o primeiro governo democrático – após quase meio século de ditadura militar -, liderado pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que esteve mais de 15 anos em prisão domiciliária por exigir a democracia no país. Embora Suu Kyi, muito criticada pela “crise rohingya”, lidere a nação, as Forças Armadas mantêm as áreas da Defesa, Interior e Assuntos Fronteiriços, mais um quarto dos assentos nos parlamentos nacionais e regionais, entre outros privilégios que foram reservados na Constituição de 2008.