Pyongyang | Pequim apela a Washington para que não adopte via militar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China instou ontem os Estados Unidos a não recorrer à via militar na crise norte-coreana e exortou todas as partes a resolver o conflito pacificamente, conforme as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

“A tarefa actual de todas as partes é implementar a resolução [do Conselho de Segurança], em vez de levantar questões extra”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, em conferência de imprensa.

Lu reagia às recentes advertências da embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, que afirmou que o Pentágono encarregar-se-á da crise, caso a Coreia do Norte prossiga com o seu programa nuclear.

“De vez em quando, algumas partes fazem ameaças entre si, e creio que, na verdade, isto não promove a solução do problema. Só prejudica”, disse.

O porta-voz apelou a todas as partes para que mantenham a calma e recordou que é preciso respeitar as resoluções adoptadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, porque reflectem a posição da comunidade internacional.

Simulações de risco

Na segunda-feira, quatro caças F-35B e dois bombardeiros estratégicos B-1B norte-americanos realizaram um simulacro de bombardeamento sobre a península coreana.

Em entrevista à CNN, Nikki Haley reconheceu que, apesar de o Governo norte-americano estar a “tentar qualquer outra possibilidade”, há “muitas opções militares sobre a mesa”.

“Queremos ser responsáveis e passar por todos os meios diplomáticos (…) mas se não funcionar, o general [James] Mattis encarregar-se-á de resolver”, afirmou Nikki, aludindo que o assunto pode ser transferido para o secretário da Defesa norte-americano.

O Conselho de Segurança aprovou novas sanções contra Pyongyang em resposta ao último ensaio nuclear, realizado no passado dia 3 de Setembro.

No entanto, no sábado, os 15 membros do Conselho recusaram impor mais sanções, depois de o regime de Kim Jong-un ter lançado um novo míssil de alcance médio, que sobrevoou o norte do Japão.

China e a Rússia defendem que a Coreia do Norte interrompa as suas provas nucleares e com misseis balísticos, a troco de os Estados Unidos e a Coreia do Sul suspenderem os seus exercícios militares na península coreana.

Pequim mostrou ainda apoio à postura de Seul, de continuar a enviar ajuda humanitária para o país vizinho, face ao crescente isolamento económico que este enfrenta.

“Todas as resoluções adoptadas sobre a Coreia do Norte não têm como intenção afectar negativamente o trabalho e necessidades humanitárias do país”, disse o porta-voz.

Lu Kang insistiu que a China continuará a oferecer o seu apoio para melhorar as relações e promover a reconciliação entre as partes envolvidas na crise.

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