Coreias | Pequim denuncia “papel destrutivo” de “alguns países”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China, principal aliado diplomático da Coreia do Norte, denunciou ontem o “papel destrutivo” de “alguns países”, que sabotam os esforços das negociações para resolver a questão na península coreana, referindo-se aos apelos por mais sanções.

“É lamentável que alguns países ignorem consecutivamente os apelos ao diálogo e apenas falem em mais sanções, enquanto a China e outros estão a promover um diálogo pacífico”, disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“Face ao deteriorar da situação, [estes países] evitam as suas responsabilidades, e as suas acções e discursos constituem um papel destrutivo e não construtivo”, afirmou Hua, em conferência de imprensa.

A porta-voz da diplomacia chinesa lembrou que a crise nuclear na Coreia do Norte “não se trata de um filme ou de um jogo de computador, mas de uma situação real, com impactos para a paz na região”.

“Trata-se de um problema grave e importante”, afirmou Hua Chunying, apelando às várias partes para que adoptem uma “atitude responsável”.

O Conselho de Segurança da ONU, do qual a China é membro permanente, condenou na terça-feira o último lançamento de um míssil norte-coreano, que sobrevoou o Japão.

O grupo composto por 15 países não referiu, no entanto, a possibilidade de reforçar as sanções contra o regime de Kim Jong-un.

No entanto, o Japão disse já esperar que o Conselho de Segurança aprove uma nova “resolução forte” contra o país.

O Reino Unido apelou também a novas sanções internacionais, incluindo que China e Rússia repatriem à Coreia do Norte os trabalhadores norte-coreanos nos seus territórios, uma fonte de receitas significativa para o Governo de Pyongyang.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira que a solução para a Coreia do Norte não passa por negociações.

Acções e diálogos

A sétima ronda de sanções internacionais, adoptada no início de Agosto pelo Conselho de Segurança da ONU, visa reduzir em mil milhões de dólares as receitas do país com as exportações de carvão, ferro, minério de ferro e pesca, um valor equivalente a um terço do conjunto das exportações.

Segundo fontes diplomáticas, as Nações Unidas estudam outras sanções, nomeadamente no sector do petróleo – a China é o principal fornecedor de crude do país.

O gigante asiático continua, no entanto, a defender uma “solução pacífica” e a retoma das “Conversações a Seis” (as duas Coreias, Estados Unidos, China, Rússia e Japão), interrompidas desde 2009.

Pequim defende também a suspensão dos testes atómicos e com misseis de Pyongyang, em troca do fim dos exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul na península coreana.

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