Agências de viagens portuguesas ansiosas por voos directos para a China

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) considera que o início de voos directos entre a China e Portugal em Junho é “uma excelente notícia”, admitindo que há muito trabalho a fazer na adequação da oferta. “É com toda a certeza uma excelente notícia que nos deixa obviamente muito satisfeitos. E mais uma oportunidade para o turismo nacional que competirá às empresas explorar, como tenho a certeza o farão”, disse o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.
O responsável admitiu também que “há, certamente, muito a fazer para adequar a oferta às especificidades do mercado chinês”, acrescentando que “este é um trabalho que se impõe”, sabendo-se que se está “a falar do primeiro mercado emissor mundial” de turistas.
Na terça-feira, o Turismo de Portugal anunciou que a ligação aérea directa da China a Portugal arranca em Junho de 2017, com três a quatro frequências por semana, de acordo com o protocolo assinado entre este organismo e o grupo HNA (Beijing Capital Airline). A HNA, accionista da companhia aérea Azul, controlada pelo empresário David Neeleman – um dos donos da TAP -, obteve autorização para lançar uma rota para Portugal no início de Junho deste ano.
O desenvolvimento da negociação da ligação directa China – Portugal é uma parceria entre três entidades portuguesas – o Turismo de Portugal, a ANA Aeroportos e a Associação Turismo de Lisboa (ATL), referiu o organismo.
O Presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, considerou que “a assinatura do protocolo reforça o compromisso de ambos os países em avançar na cooperação para o crescimento dos fluxos turísticos da China para Portugal”. De acordo com o Turismo de Portugal, até Julho de 2016, e face ao mesmo período de 2015, o número de turistas chineses que visitaram Portugal cresceu 21,6%, tendo passado de 87.045 em 2015 para quase 106.000 em 2016.
A TAP deverá fazer um acordo de partilha de voos com o grupo HNA, que a partir de Junho terá a primeira ligação directa entre a China e Portugal, à semelhança do que faz com três dezenas de outras companhias.
A partilha de voos, designado ‘codeshare’, é um acordo de cooperação pelo qual uma companhia aérea transporta passageiros cujos bilhetes tenham sido emitidos por outra empresa, com o objectivo de disponibilizar aos passageiros mais destinos do que uma só companhia aérea poderia isoladamente.
Na prática, a TAP deverá vir a comercializar directamente voos para a China – nos aviões da HNA – e a companhia aérea chinesa também poderá vender voos da TAP, por exemplo, para o Brasil ou África.
No final de Setembro, David Neeleman anunciou que a TAP se preparava para lançar em cooperação com o grupo chinês HNA quatro voos directos semanais entre Lisboa e Pequim.
Nessa altura, o empresário brasileiro e norte-americano explicou que o grupo HNA só pretendia fazer dois voos semanais, mas que as conversações permitiram chegar aos quatro, revelando ter esperança que a frequência aumente no futuro. “Há 120 milhões de pessoas que viajam para fora da China todos os anos, nós só queremos 1% ou um pedaço de 1%, já seria muito bom para Portugal”, afirmou então David Neeleman.

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