Notas Sobre o Método do Pincel «Bifa Ji»

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] pintor divino (ou inspirado) não faz nenhum esforço mas alcança as formas espontaneamente ao seguir as transformações da natureza. O pintor maravilhoso penetra com o seu pensamento a natureza de tudo no céu e na terra; e assim as coisas escorrem do seu pincel de acordo com a verdade do motivo. O pintor original (ou espantoso) desenha vastas linhas que não estão de acordo com a verdade do motivo; as coisas que ele faz são estranhas e fantásticas e bastante desajustadas. Este é o resultado de trabalhar com o pincel sem pensar. O pintor hábil esculpe e reúne pedaços de beleza que, cada um, parece estar de acordo com os grandes princípios. Ele força o desenho e trabalha de uma maneira extremamente exagerada. Deve ser dito que a realidade não é suficiente para ele, de tal modo faz alarde de tantos floreados. 20151023140418_001-cópia
Há quatro aspectos no trabalho do pincel, são os chamados; músculos, carne, ossos e espírito. As pinceladas curtas e cortadas são chamadas músculos; as pinceladas que sobem e descem e compõem a realidade são designadas de carne; as que são firmes e directas do princípio ao fim, são chamadas de ossos, enquanto as linhas que são invencíveis (nunca se partem) podem ser chamadas de espírito vital. Daqui pode deduzir-se que a tinta é um assunto fundamental; se se perde o corpo da tinta (i. e. se o tom é demasiado leve), o espírito é derrotado, os músculos morrem e não há carne. Quando as linhas são cortadas, não há músculos, apenas uma aparência descuidada e nada de ossos.

de Jing Hao

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