Turtle Giant actuam no festival Indie Lisboa

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] banda local Turtle Giant será protagonista do evento “Macau by Night”, que integra a edição deste ano do festival de cinema Indie Lisboa. O concerto do grupo composto por António Vale da Conceição, Beto Ritchie e Fred Ritchie acontece no próximo dia 4 de Maio na Casa Independente, em Lisboa.

“Vamos fazer um concerto com as músicas do nosso último álbum”, disse ao HM Beto Ritchie. “Estamos bastante apertados em termos de tempo para preparar uma coisa mais comprida”, acrescentou o músico, que falou também na possibilidade de realização de um concerto no Porto.

Tocar em Lisboa vai ser uma experiência inédita. “É gratificante, porque antes da entrada do António na banda, em 2012, eu e o meu irmão começámos o projecto em Barcelona, onde morámos um ano. Chegámos a fazer concertos em Vigo e na Corunha, em Espanha. Chegámos muito perto da fronteira com Portugal, mas nunca tocámos lá”, notou Beto Ritchie.

“Estamos muito felizes por finalmente tocarmos em Portugal. Também nunca tocámos no Brasil, são esses dois lugares que faltam. Já fomos ao Canadá, China, Taiwan, Tailândia, faltam essas duas casas nossas”, acrescentou o músico.

Intitulado “Many Mansions I”, o último álbum dos Turtle Giant foi lançado em 2015 e desde então que os concertos têm sido esporádicos, devido ao facto de Fred Ritchie se encontrar a viver em Los Angeles.

O facto de um dos elementos da banda não viver em Macau faz com que os Turtle Giant estejam num momento de pausa. “Tocamos o que conseguimos fazer. Em Dezembro conseguimos organizar cá um concerto [no âmbito do festival This is My City], o meu irmão veio, mas estamos assim até organizarmos uma tournée nos Estados Unidos. Aí fica mais fácil, porque o meu irmão está morando lá há algum tempo. De momento, estamos muito em standby, fazemos concertos quando há oportunidade e fazemos gravações em separado, os três.”

Beto Ritchie adianta que a preparação do próximo disco já está em marcha, sendo que os fãs poderão esperar o segundo volume de “Many Mansions”. “Já estamos a trabalhar no próximo disco e acho que, para o próximo ano, vamos conseguir lançá-lo. É provável que façamos a segunda parte do ‘Many Mansions’, mas ainda é um pouco cedo para avançar algo mais, ainda não decidimos nada”, disse Beto Ritchie.

27 Abr 2017

Turtle Giant – “Golden Summer”

“Golden Summer”

She’s a cold and silent lover
Walks beneath the summer rain
Lives between the sad and lonely
Breathes the fire to feel no pain
Gone away!
Happy day

Through the fields of Golden Summer
Where the fog has gazed the war
Had to bury me from crying
All that’s left has gone ashore
Gone way!
Happy day

Your heart, together and apart
You life is all that shines above
Your blues has filled my empty shoes
Your God, have you forgot?

Turtle Giant

FRED RITCHIE, ANTÓNIO CONCEIÇÃO e BETO RITCHIE

26 Abr 2017

Turtle Giant gravaram “Many Mansions I” com o único cravo do Teatro D.Pedro V

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Many Mansions I” e é, em termos de sonoridade, o álbum dos Turtle Giant “mais variado” que já fizeram. Quem o diz são Beto Richie e António Conceição, dois dos três membros da banda, que falam ao HM sobre o recente disco. O terceiro elemento, Fred Richie, está neste momentos pelos EUA a trabalhar no sector da música.
Lançado oficialmente em meados de Novembro, “Many Mansions I” traz faixas fresquinhas e boas saídas da mente do trio, com direito à cedência do Teatro D. Pedro V para a gravação das músicas. Inteiramente feito dentro daquelas quatro paredes, contou com a sonoridade única de um cravo – instrumento musical de teclas semelhante ao piano, mas com uma sonoridade completamente diferente. O nome do novo álbum explica exactamente o que este é: um aglomerar de histórias das “várias casas” musicais por onde a banda vai passando e de onde vai bebendo.
“Cada música é uma história. Um bocado como o nome do álbum, temos muitas ‘casas’ que gostamos de visitar, ou seja, muitos estilos que gostamos de tocar”, explica António Conceição, também conhecido como Kico.

Para português ouvir

Das 12 faixas já disponíveis online em websites como o iTunes ou o Spotify, duas delas são cantadas em Língua Portuguesa, como bem manda a origem dos músicos.
“A Luck tem uma segunda parte cantada em Português e foi o Kico que escreveu”, confessou Beto.
Vida de músico
O lançamento do álbum estava previsto para o Verão de 2014 e, mais tarde, para Outubro do mesmo ano. No entanto, celeumas e entraves com produtoras e agentes dificultaram o processo, arrastando-o até à saída oficial.
Ainda assim, várias das músicas contidas em “Many Mansions I” eram já conhecidas do público, uma vez que foram parar a websites de pirataria online. “Por um lado, é bom vermos as nossas músicas nestes websites, porque se lá estão significa que há quem queira, mas também nos obrigou a alterar os planos para o lançamento”, admite Beto.
O lançamento partiu somente da banda, que colocou o CD online, deixando assim de “se preocupar tanto com o trabalho das agências” discográficas.
“[As agências] nunca nos satisfizeram e desde 2013 que começaram a ficar aquém, em relação aos timings de lançamento e decisões que tomavam. Isso levou-nos a tomar as rédeas do projecto”, esclareceu Kico, que é não só guitarrista, mas também vocalista.
A masterização das músicas aconteceu em Londres, mas a produção das letras e gravação das faixas teve lugar por cá, na terra dos três músicos, e em Hong Kong. De entre as 12 faixas, foram “Nathaniel 3401”, “Golden Summer” e “Business Suit Morning Struggle” que mais gozo deram gravar.

Tempo sem dinheiro

“Quando temos um emprego a tempo inteiro, temos mais dinheiro, mas não temos tempo. E quando estamos desempregados, temos tempo mas não há dinheiro”, afirma Beto, quando questionado acerca da forma como se faz um álbum.
A conversa foi, inevitavelmente, parar à temática badalada da promoção das indústrias culturais e criativas. Que papel tem o Governo local na publicitação de uma banda local? A opinião é unânime: além da cedência do Teatro, nenhum. Há, certamente, vários subsídios disponíveis para quem pretenda mostrar o seu talento em Macau, mas a esmagadora maioria é “restritiva”.
Isso mesmo explicam os dois músicos, que além de terem sempre agido sem a ajuda do Executivo, criticam a falta de abertura ou iniciativa. Tanto do Governo, como de associações locais. Como exemplo, os Turtle Giant contam que se candidataram uma vez, em 2012, a um destes programas, mas foram rejeitados por não cumprirem os requisitos. Um deles era que todas as músicas submetidas fossem totalmente originais e algumas delas já conhecidas do público.
O próximo passo dos Turtle Giant será lançar “Many Mansions I” em formato físico em vinil e em disco ainda este ano e a isso segue-se uma eventual digressão. Por onde, ainda não se sabe, mas certamente por lugares onde o talento dos Turtle Giant é reconhecido. O colectivo já passou por uma série de rádios universitárias norte-americanas e outros quantos festivais em cidades dos EUA, no Canadá e em Inglaterra. “Many Mansions I” pode ser adquirido por 9,99 dólares norte-americanos na loja da iTunes, via website oficial da banda.

8 Jan 2016