Toi San | STDM vendeu prédio habitacional junto a obra pública

O edifício da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau localizado no bairro de Toi San, ao lado da obra de habitação pública, foi vendido a Simon Siu, da empresa Lek Heng Property. Os moradores não foram despejados, mas passaram a pagar renda

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]ivem em comunidade há décadas num só edifício de quatro andares. É assim no prédio que a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) possuía no bairro de Toi San e onde, desde os anos 60, vivem várias famílias. Segundo o que o HM conseguiu apurar, o edifício foi vendido a Simon Siu, empresário e proprietário da empresa Lek Heng Property.

Desde que começaram, no terreno ao lado, as obras para a construção de um edifício de habitação pública que o edifício tem vindo a sofrer com a existência de grandes fendas estruturais. Desconhecem-se as razões para a venda desta propriedade, e a STDM não respondeu às questões colocadas pelo HM.

Contudo, e de acordo com a garantia dada por Chan Tak Seng, da Aliança do Povo de Instituição de Macau, os moradores, que temiam o despejo, passaram a pagar renda ao novo proprietário, quando antes a STDM os isentava desse pagamento.

Numa reportagem realizada pelo HM em 2015, os 40 moradores do edifício temiam ser despejados pela empresa fundada por Stanley Ho, e que durante anos teve a concessão exclusiva do jogo no território. Estes chegaram a receber cartas da empresa a alertar para a possível situação de despejo, que nunca se concretizou.

“A STDM já não cobra renda aos inquilinos e acredito que isso é para nós sairmos à vontade. Mas ganho muito pouco e não tenho capacidade para arrendar uma casa lá fora”, contou um dos moradores.

Planta em análise

Em 2015 os problemas estruturais do edifício, agravados com as obras no terreno ao lado, foram notícia, tendo os representantes da Aliança do Povo de Instituição de Macau reunido com Li Canfeng, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT).

Neste momento, está sob consulta pública, para posterior análise do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), uma planta de condições urbanísticas sobre este edifício, mas a DSSOPT não quis dar mais esclarecimentos sobre este projecto.

“Quanto ao respectivo lote, a pedido do proprietário do terreno esta Direcção de Serviços realizou os trabalhos relativos à elaboração da sua planta de condições urbanísticas de acordo com a Lei do Planeamento Urbanístico e a mesma está-se a proceder ao procedimento de divulgação, exposição e consulta pública, não tendo actualmente mais informações complementares.”

26 Fev 2018

Toi San | Construção da habitação pública arranca ainda este ano

O Governo recebeu 11 propostas no âmbito do concurso público para a construção de habitação pública na zona de Toi San. O projecto foi alterado por causa da natureza do terreno. As obras arrancam no fim deste ano

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] projecto de habitação pública no Bairro de Toi San, localizado na zona norte, vai finalmente avançar. Segundo um comunicado emitido pelo Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), foram entregues 11 propostas de empresas candidatas ao concurso público para a construção do edifício.

As obras têm arranque previsto até ao final do ano, após um longo período de suspensão do projecto. O GDI explica que o plano de concepção do edifício teve de ser alterado devido à natureza do terreno onde vai ser construído.

“Na sequência de nova prospecção geotécnica e avaliação realizadas por uma terceira entidade em 2015, decidiu-se pela alteração do projecto, com a não construção da cave, de forma a avançar de novo com a empreitada de construção de habitação pública na Rua de Toi San”, lê-se no comunicado. O parque de estacionamento, que terá capacidade para 220 lugares, e que iria ser construído na zona da cave, será transferido para o pódio do prédio.

O futuro edifício de habitação pública em Toi San servirá, sobretudo, para providenciar “habitação social a idosos, equipamentos sociais e parque de estacionamento público”, aponta o comunicado. Com um total de 34 pisos, o edifício terá 510 apartamentos, sendo que 230 fracções terão a tipologia T1, enquanto as restantes serão construídas segundo um “modelo aberto”.

Prazos para cumprir

No comunicado, o GDI afirma querer cumprir o calendário de cerca de três anos para a finalização da empreitada, uma vez que as previsões iniciais apontavam para a inauguração do edifício em 2013.

“Foram estabelecidas metas obrigatórias de execução, com o objectivo de garantir o andamento dos trabalhos, sendo que o prazo máximo para conclusão do suporte periférico e melhoramento de solos é de 400 dias”, lê-se no comunicado.

Quanto aos prazos para a conclusão dos trabalhos de “betonagem das fundações por estacas até à laje do pavimento e da estrutura do pavimento até à estrutura da laje de cobertura são de 334 e 316 dias de trabalho”.

Após um longo período de espera, o Governo conseguiu cumprir o calendário a que se propôs para a abertura deste concurso público. Isto porque, no ano passado, numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Chan Meng Kam, o Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) garantiu que as obras começariam no final do terceiro trimestre deste ano.

1 Mai 2017

Toi San | Habitação pública construída a partir de Julho de 2017

O concurso para a construção da nova habitação pública em Toi San arranca no final deste ano e as obras começam a partir do terceiro trimestre de 2017. O prédio que deveria estar pronto em 2013 atrasou-se devido a problemas com o solo, que agora contam com especialistas para os resolver

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]A obras de habitação pública em Toi San deverão começar em 2017, depois de um concurso público novo ser lançado ainda este ano. A notícia é avançada pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estruturas (GDI), numa resposta a uma interpelação escrita de Chan Meng Kam.
A situação de Toi San já se arrasta há mais de cinco anos. A habitação pública deveria estar concluída em 2013, mas o projecto original incluía três andares subterrâneos, algo que criou impacto nos edifícios antigos vizinhos. Face a diversas questões dos deputados sobre os atrasos, o GDI respondia já no ano passado que se deviam a problemas inesperados com o solo, mas também com conflitos com a própria construtora do projecto, que poderiam chegar até a tribunal.
Agora, o GDI anuncia novos desenvolvimentos, que passam também pela alteração do projecto, que já começou em Janeiro deste ano, devido a medidas de segurança.
“Actualmente estão a ser promovidos, de acordo com o calendário, os diversos trabalhos destinados ao lançamento de um novo concurso público, previsto para o final de 2016. Os trabalhos de execução da empreitada estão previstos para o terceiro trimestre de 2017”, refere o Gabinete, numa resposta assinada por Tomás Hoi, coordenador substituto.
A zona da Rua Central de Toi San, estreita e com grande aglomerado de casas, fez o GDI desistir da construção de cave no edifício que vai nascer. E vai também obrigar a que sejam feitos trabalhos de “preparação geotécnica”, que contam com especialistas da área.
“Dadas as circunstâncias [do projecto] e da sua periferia, o empreendimento deve ser executado de forma técnica, pragmática e prudente, razão pela qual [o edifício] não terá cave. Além disso, antes de iniciar a execução da obra, vai incumbir-se uma entidade independente para proceder à recolha e análise de dados geológicos do terreno e da sua periferia”, frisa o GDI, explicando que o objectivo é melhorar o planeamento dos trabalhos da próxima fase e também minimizar ao máximo o impacto sobre os edifícios em redor do prédio que vai nascer. O solo vai ser preparado antes sequer das fundações serem inseridas.

Custos e mercado

No mesmo documento, Tomás Hoi indica ainda que o mercado que actualmente existe no local vai ser transferido, algo que está a ser coordenado com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), mas sobre o qual o responsável não se alargou nos detalhes.
No início deste ano, o Governo anunciou a concessão da alteração do projecto de habitação pública de Toi San à JPC Consultadoria de Arquitectura Limitada. O serviço custou ao Governo 8,89 milhões de patacas, que serão pagos até 2019. Os últimos dados do Instituto de Habitação apontavam para atrasos com cerca de outras oito obras de habitação pública além da de Toi San, onde se incluía Mong Há e Fai Chi Kei.

3 Ago 2016

Toi San | Fendas na estrutura de prédio cada vez maiores

As rachas do edifício Peng Meng, localizado na Rua Central de Toi San, estão cada vez maiores e nem a STDM, proprietária, ou o Governo apresentam soluções. A Aliança do Povo da Instituição de Macau exige maior comunicação

[dropcap style’circle’]O[/dropcap] jornal Ou Mun noticia na sua edição de ontem o estado de degradação a que chegou um prédio da Rua Central de Toi San, propriedade da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) e onde residem 40 pessoas. As fendas começaram a surgir com as obras para a habitação pública do terreno ao lado, entretanto suspensas, mas não têm parado de crescer, aponta o diário chinês.
A película de protecção colocada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) já saiu do lugar, tendo sido deslocados diversos cabos de electricidade. Um dos moradores, de apelido Cheang, contou ao Ou Mun que muitas vezes caem pedaços de cimento nos corredores. Mas até ao momento nem a STDM nem o Governo intervieram.
“A STDM já não cobra renda aos inquilinos e acredito que isso é para nós sairmos à vontade. Mas ganho muito pouco e não tenho capacidade para arrendar uma casa lá fora”, relata o morador.
Em Abril do ano passado, o HM visitou o edifício e pôde constatar o elevado grau de degradação do prédio. Ao falar com moradores, foi-nos dito que temiam ser expulsos pela STDM, para que a empresa pudesse desenvolver um empreendimento naquele lugar. Contudo, até ao momento, não voltaram a receber novas cartas.
A possibilidade de um despejo foi denunciada pelos moradores à Aliança do Povo de Instituição de Macau. Um ano depois, Chan Tak Seng, presidente, confirma uma pior situação no edifício Peng Meng e diz que a explicação da DSSOPT não convence. “Não pode dizer que as rachas são um problema estrutural do edifício”, disse ao HM.
A última visita que a associação fez ao edifício foi o ano passado, com a deputada Song Pek Kei, numa altura em que a Escola de Nossa Senhora de Fátima foi reconstruída. Os moradores sentiram o chão a tremer com as obras e sentiram medo. “Consegue-se colocar um tijolo dentro das rachas, por isso podemos imaginar o nível dos danos. Com as chuvas e o passar do tempo, acho que existe um certo perigo”, disse Chan Tak Seng.

Urgente resolver

Para o responsável, o Governo deve apresentar uma medida preventiva para o edifício, sendo que não deve demorar mais tempo com estudos feitos por especialistas. “A análise pode estar longe da realidade, porque podem ocorrer danos ou mortes se não se resolver o problema de forma activa. Não devemos ter uma atitude como o tratamento que foi dado no caso do Sin Fong Garden.”
Chan Tak Seng pede ainda que o Executivo comunique mais com a STDM para encontrar uma solução, mas não deve permitir que sejam apenas os moradores a falar com a empresa. “A resposta deles deve ser apenas que deixam sair as pessoas do edifício, mas isso não ajuda. O ângulo do Governo deve ser sempre proteger os interesses públicos.”
O HM tentou consultar a STDM para saber a situação e os planos para o edifício, mas não obteve uma resposta até ao fecho da edição.

21 Ago 2015