Xi pede unidade no Tibete após Dalai Lama anunciar que vai nomear sucessor

O Presidente chinês pediu unidade em Lhasa, capital do Tibete, onde se assinalou o 60.º aniversário da criação desta região autónoma, seis anos após o Dalai Lama exilar-se na Índia, na sequência de uma revolta falhada.

A invulgar visita de Xi Jinping ao Tibete é marcada por simbolismo político, ao ocorrer após o 14.º Dalai Lama ter reafirmado que só a Fundação Gaden Phodrang, por ele fundada, tem autoridade para reconhecer a futura reencarnação do líder espiritual.

Pequim, por seu lado, insiste que o sucessor do Dalai Lama “deve ser procurado no interior da China e receber a aprovação do Governo central”. Xi exortou na quarta-feira as autoridades da região a construírem um Tibete “unido, próspero, civilizado, harmonioso e belo”, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

Sem mencionar directamente o Dalai Lama, Xi acrescentou que “a estabilidade deve ser garantida” e “o budismo tibetano deve ser orientado na sua adaptação à sociedade socialista”, sublinhando “a importância de manter a liderança do Partido Comunista Chinês [PCC]” na região.

Entretanto, o principal conselheiro político da China, Wang Huning, sublinhou ontem, numa cerimónia comemorativa, com a presença de Xi, que o Tibete entrou no “melhor período de desenvolvimento”.

O responsável sublinhou os “importantes projectos e políticas nacionais que transformaram a região”, conduzindo a “uma melhoria dos padrões de vida e a um Tibete socialista vibrante e moderno”. “Isto demonstra plenamente a forte liderança do PCC e as importantes vantagens políticas do nosso sistema socialista”, acrescentou.

De visita

Xi chegou ao Tibete na quarta-feira, na segunda visita como chefe de Estado, para participar nos eventos comemorativos. Imagens transmitidas hoje pela emissora estatal CCTV mostravam dezenas de pessoas na praça do Palácio de Potala a erguer uma gigante bandeira chinesa, bem como a insígnia do PCC e retratos de Xi.

A primeira visita de Xi Jinping ao Tibete como Presidente ocorreu em 2021, por ocasião do 70.º aniversário da chamada “libertação pacífica” de Pequim, quando, após a entrada das tropas comunistas, foi assinado o Acordo dos 17 pontos, selando a incorporação da região na República Popular da China.

O aniversário que agora se celebra comemora a criação da região autónoma do Tibete, em 1965. A chegada de Xi coincide com uma visita, esta semana, do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a Nova Deli, onde as duas partes se comprometeram a melhorar as relações após os confrontos fronteiriços de 2020.

22 Ago 2025

MAM | Obras de Lok Cheong em exposição no Tibete

Chama-se “Laços com o Coração do Tibete” e é uma mostra apresentada no Tibete com um total de 100 obras da autoria de Lok Cheong, fornecidas pelo Museu de Arte de Macau. Trata-se de uma “exposição que dá continuidade ao elo artístico entre o Tibete e Macau”

 

O Museu de Arte do Tibete acolhe, até ao dia 12 de Outubro, uma exposição com uma centena de obras do artista Lok Cheong fornecidas pelo Museu de Arte de Macau (MAM). Trata-se de um evento que se realiza em parceria com diversas entidades oficiais, como é o caso do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, o Instituto Cultural (IC) ou ainda a Federação dos Círculos Literários e Artísticos da Região Autónoma do Tibete, entre outras.

A mostra em questão intitula-se “Laços com o Coração do Tibete: Comemoração do 60.º Aniversário do Estabelecimento da Região Autónoma do Tibete – Exposição de Trabalhos de Lok Cheong no Tibete” e abriu ao público no último dia 13 deste mês, sendo a prova da existência “dos 30 anos de amizade artística entre as duas regiões”.

Segundo uma nota do IC, a exposição apresenta cerca de 100 obras-primas criadas ao longo de mais de meio século por Lok Cheong, nascido em 1923 e falecido em 2006, complementadas por mais de 70 esboços, materiais de arquivo, fotografias e outros materiais históricos “de valor inestimável”.

De acordo com o IC, grande parte destes itens pertencem à colecção do MAM, sendo que os restantes fazem parte dos espólios da família do artista e do Museu de Arte do Tibete.

Retratos em 1994

A exposição está organizada em três temas, como “Amor à Pátria”, “Captando o Carácter de Macau” e “Retratos”, oferecendo-se ao público “uma visão sistemática do desenvolvimento artístico de Lok Cheong”.

Podem ver-se trabalhos dentro da “temática tibetana”, como é o caso de “O Misterioso Palácio Potala” e “Uma Vereda Escondida, Shigatse”, descritas pelo IC como tendo “vibrantes explosões de cor, num tributo às paisagens sagradas do Tibete”.

Por sua vez, as aguarelas “Testemunhas da História (Árvores com Ramos Entrelaçados no Templo Kun Iam Tong)” e “Biblioteca do Pavilhão Octogonal” captam “a essência do cenário de Macau ao longo dos últimos cinquenta anos em pinceladas dinâmicas”.

Além disso, obras como “Técnicos Partindo para Servir a Pátria” e “Oferta de Arroz pela Pátria” demonstram “o sentido tributo do artista ao patriotismo dos seus compatriotas”. Apresentam-se ainda, nesta exposição e pela primeira vez, os manuscritos da viagem de Lok Cheong ao Tibete, em 1994, sendo acompanhados por documentos raros que relatam a sua exploração cultural do coração da Pátria e do Tibete.

As pinturas de Lok Cheong com temas do Tibete tornaram-se “um testemunho eterno da amizade entre as duas regiões”. Em 1991, o artista participou na “Exposição de Pinturas do Planalto Nevado”, realizada em Guangzhou, iniciando o intercâmbio artístico entre Macau e o Tibete. Posteriormente, Lok Cheong continuou, com o seu pincel, a construir uma ponte de amizade entre o Tibete e Macau, tendo organizado várias visitas de artistas de Macau ao Tibete e promovido a criação da primeira escola primária no âmbito do Projecto Esperança, em Nagqu. “O seu espírito pioneiro continua a liderar a integração cultural entre as duas regiões”, descreve-se.

Tendo em conta que este ano se assinalam os 60 anos do estabelecimento da Região Autónoma do Tibete, realiza-se esta mostra com obras que carregam “sentimentos étnicos profundos no Tibete” e que honram “os esforços pioneiros de Lok Cheong na promoção do intercâmbio cultural entre Macau e o Tibete”.

22 Ago 2025

Tibete | Avaliação de danos após sismo de 5,5 na escala de Richter

Um terramoto de 5,5 graus na escala de Richter sacudiu ontem a região chinesa do Tibete, onde as autoridades ainda estão a recolher informações sobre possíveis danos e deslizamentos de terras, informaram os meios de comunicação locais.

O tremor foi registado às 5:11 locais no condado de Lazi da cidade de Xigaze, com o epicentro a uma profundidade de dez quilómetros, segundo o Centro de Redes Sismológicas da China.

Equipas de bombeiros e de salvamento do condado afectado já se deslocaram para a zona do epicentro, onde o tremor foi fortemente sentido, segundo agências locais, citadas pela agência noticiosa oficial Xinhua. As mesmas fontes acrescentaram que estão a recolher informações sobre possíveis deslizamentos de terras e feridos.

O Tibete e outras zonas do oeste da China são frequentemente palco de sismos, devido à proximidade do ponto de fricção da placa tectónica asiático-indiana, porém, em razão da baixa densidade populacional da região, os sismos ocorrem frequentemente em zonas pouco povoadas.

Ainda assim, no passado dia 07 de Janeiro, um terramoto de magnitude 6,8 na região tibetana, com epicentro no condado de Tingri, perto do campo base norte do Evereste, matou 126 pessoas, feriu mais de 200 e provocou o desmoronamento de centenas de casas e infraestruturas.

13 Mai 2025

Tibete | Operações de resgate prosseguem após terramoto

As equipas de salvamento continuaram ontem à procura de sobreviventes na região gelada e de grande altitude do Tibete abalada por um forte terramoto na terça-feira, que matou pelo menos 126 pessoas e arrasou milhares de casas.

Tendas, colchas e outros artigos de socorro foram entregues às pessoas cujas casas passaram a estar inabitáveis ou em risco de ruir. As temperaturas caíram muito abaixo de zero durante a noite, numa área com uma altitude média de cerca de 4.200 metros.

O terramoto, que deixou 126 mortos e 188 feridos, segundo as autoridades chinesas, atingiu a cidade de Xigaze, sede tradicional do Panchen Lama, a segunda figura mais importante do budismo tibetano. Não se sabe se Panchen Lama se encontrava no seu mosteiro de Tashi Lhunpo na altura do terramoto ou quais os danos sofridos pela cidade. A distância do epicentro do terramoto a Xigaze, que se estende por uma planície de grande altitude, foi de cerca de 25 quilómetros.

Mais de 500 réplicas foram registadas após o terramoto, que, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, teve uma magnitude de 7,1. O centro sísmico da China registou uma magnitude de 6,8.

O terramoto ocorreu a cerca de 75 quilómetros do Monte Evereste e da fronteira com o Nepal, onde o abalo fez com que as pessoas saíssem a correr das suas casas na capital. Mais de 3.600 casas ruíram, de acordo com um levantamento preliminar, e 30.000 residentes foram realojados, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

9 Jan 2025

Tibete | Chefe do Executivo promete o apoio necessário após tragédia

Sam Hou Fai demonstrou total confiança nas “instruções essenciais” de Xi Jinping e na capacidade do Governo Central para liderar as operações de salvamento e reconstrução. O sismo da madrugada de terça-feira causou, pelo menos, 126 mortos na Região Autónoma do Tibete

 

O Chefe do Executivo enviou uma mensagem às autoridades do Tibete a prometer todo o “apoio necessário” para ajudar nas operações de salvamento e reconstrução, após a região ter sido abalada por um sismo de 6,8 graus na escala de Richter que causou, pelo menos, 126 mortos, além de ter deixado um rasto de destruição.

“Ocorreu esta madrugada (7 de Janeiro) um forte sismo no condado de Dingri da cidade de Xigaze, na Região Autónoma do Tibete, causando mortos, feridos e o colapso de casas nas áreas mais afligidas. Gostaria de expressar, em nome do governo da Região Administrativa Especial de Macau e de todos os residentes da RAEM, as mais profundas condolências aos compatriotas que sofrem com esta tragédia”, pode ler-se na mensagem de Sam Hou Fai. “Nós estamos de luto convosco pelas vítimas e preocupamo-nos com todos os compatriotas afectados”, foi acrescentado.

De acordo com o Gabinete de Comunicação Social, a mensagem foi enviada ao secretário do Comité Regional do Partido Comunista da China na Região Autónoma do Tibete, Wang Junzheng e ao presidente do Governo Popular da Região Autónoma do Tibete, Karma Tsedan.

Sam Hou Fai destacou também que a população de Macau está atenta e solidária, e que vai colaborar “proactivamente em todas as operações de resgate”. “Os compatriotas de Macau estão atentos à situação na região e disponíveis para enfrentar este desastre natural em conjunto com os compatriotas do Interior da China. Estamos prontos para fornecer todo o apoio necessário e colaborar proactivamente em todas as operações de resgate”, prometeu.

Recuperação rápida

O líder do Governo deixou igualmente desejos que a vida na região possa regressar à normalidade, o mais depressa possível. “Desejo que as operações de resgate decorram com sucesso, a vida do povo na zona atingida retome à normalidade o mais breve possível, e assim possam passar o Inverno de forma segura e tranquila”, escreveu.

Sam Hou Fai refere também que Xi Jinping mencionou o incidente, e que as suas “instruções essenciais” devem ser seguidas. “O secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) e Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, atribuiu grande importância ao recente sismo e emitiu instruções essenciais”, pode ler-se.

Sam destacou ainda a constituição de uma equipa de resgate e reconstrução liderada por Zhang Guoqing, que foi nomeada por Li Qiang, membro do Comité Permanente do Politburo do Comité Central do PCC e o primeiro-ministro. “A Região Autónoma do Tibete empenha todos os meios possíveis nas operações de resgate e salvamento. Acreditamos que sob a liderança do Governo Central e a união de esforços dos governantes e dos residentes da área afectada, as dificuldades serão superadas”, frisou.

9 Jan 2025

Tibete | Número de mortos em sismo aumenta de 95 para 126

As autoridades elevaram para 126 o número de vítimas mortais do forte terramoto que atingiu hoje a região autónoma do Tibete, no sudoeste da China, segundo um novo balanço anunciado pela agência oficial chinesa.

“Um total de 126 mortos e 188 feridos foi confirmado às 19:00 [11:00 em Lisboa] de terça-feira”, anunciou a Xinhua. O anterior balanço do sismo, cuja magnitude foi avaliada pelas autoridades chinesas em 6,8 na escala de Richter, era de 95 mortos.

O sismo ocorreu no condado de Dingri, a cerca de 75 quilómetros a nordeste do Monte Evereste, a uma profundidade de dez quilómetros abaixo da superfície por volta das 09:00 locais (01:00 na hora de Lisboa) e provocou cerca de 50 réplicas e afetou também o Bangladesh, o Nepal, o Butão e a Índia.

Milhares de casas foram danificadas devido à sua proximidade do epicentro do terramoto, o que levou as autoridades regionais a lançar esforços de busca e salvamento para tentar encontrar sobreviventes entre os desaparecidos.

Para o efeito, foram mobilizados efetivos do exército e dezenas de elementos do pessoal de emergência, segundo a imprensa chinesa. As réplicas, segundo as autoridades, tiveram até agora uma magnitude máxima de 4,4.

A situação levou o Presidente da China, Xi Jinping, a ordenar o lançamento de “todos os esforços possíveis para efetuar trabalhos de busca e salvamento” da população. Apelou ao tratamento dos feridos, à minimização do número de vítimas, à prevenção de catástrofes secundárias e à deslocação das pessoas afetadas.

“Devemos reforçar a monitorização do terramoto e o alerta precoce, atribuir atempadamente materiais de salvamento de emergência, reparar as infraestruturas danificadas o mais rapidamente possível, organizar as condições básicas de vida das pessoas e garantir um inverno seguro e quente”, afirmou.

Entretanto, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou à “aceleração da verificação” das vítimas e dos danos, uma vez que a área atingida pelo terramoto se situa numa região de elevada altitude e baixa temperatura.

“Estamos no inverno e temos de fazer tudo o que for possível para garantir a subsistência básica e o aquecimento das pessoas na zona sinistrada”, acrescentou. O governador de Dingri, Tashi Dundup, afirmou que foi organizada uma retirada segura da população para evitar o impacto das réplicas.

A zona do epicentro é onde as placas da Índia e da Eurásia chocam e causam elevações nas montanhas dos Himalaias suficientemente fortes para alterar a altura de alguns dos picos mais altos do mundo. Segundo o Centro de Redes de Terramotos da China, a altitude média na área em torno do epicentro é de cerca de 4.200 metros.

A televisão estatal CCTV revelou que há algumas comunidades dentro de um raio de cinco quilómetros do epicentro, que está a 380 quilómetros de Lhasa, a capital do Tibete, e a cerca de 23 quilómetros da segunda maior cidade da região, Shigatse, conhecida como Xigaze em chinês.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que avalia os sismos a nível mundial, disse ter registado um abalo de magnitude 7,1 na escala de Richter na zona dos Himalaias. De acordo com o USGS, o epicentro do sismo ocorreu numa zona desértica do Tibete, a 93 quilómetros da cidade de Lobuche, no nordeste do vizinho Nepal.

No século passado, registaram-se 10 sismos de pelo menos 6 graus de magnitude na zona onde ocorreu o terramoto hoje, de acordo com o USGS. O sismo foi sentido também na capital do Nepal, Katmandu, a mais de 200 quilómetros do epicentro, mas sem registo até ao momento de danos significativos ou feridos.

8 Jan 2025

Sismo no Tibete | Cruz Vermelha de Macau envia 200 mil RMB

A cidade sagrada de Xizang, no Tibete, foi atingida ontem por um sismo de magnitude 7.1 e uma profundidade de dez quilómetros, gerando pelo menos 95 mortos, 130 feridos e mais de 1000 casas danificadas.

Segundo a imprensa chinesa, a Cruz Vermelha de Macau fez um donativo de 200 mil renminbis para apoiar a recuperação da região, enviando condolências às famílias dos falecidos. Já a Cruz Vermelha da China, enviou também uma resposta de emergência com 4.600 materiais de socorro diversos e uma equipa de salvamento. Cerca de 1.500 bombeiros e equipas de salvamento foram destacados para procurar pessoas nos escombros, informou o Ministério da Gestão de Emergências da China.

O terramoto, cuja magnitude foi avaliada em 6,8 na escala de Richter, teve como epicentro o condado de Dingri, a cerca de 75 quilómetros a nordeste do Monte Evereste, e foi registado às 09:05 locais.

A zona do epicentro é onde as placas da Índia e da Eurásia chocam e causam elevações nas montanhas dos Himalaias suficientemente fortes para alterar a altura de alguns dos picos mais altos do mundo. Segundo o Centro de Redes de Terramotos da China, a altitude média na área em torno do epicentro é de cerca de 4.200 metros.

A televisão estatal CCTV revelou que há algumas comunidades dentro de um raio de cinco quilómetros do epicentro, que está a 380 quilómetros de Lhasa, a capital do Tibete, e a cerca de 23 quilómetros da segunda maior cidade da região, Shigatse, conhecida como Xigaze em chinês.

Um balanço inicial apontava para nove mortos e o desabamento de “muitos edifícios perto do epicentro”. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que avalia os sismos a nível mundial, disse ter registado um abalo de magnitude 7,1 na escala de Richter na zona dos Himalaias.

De acordo com o USGS, o epicentro do sismo ocorreu numa zona desértica do Tibete, a 93 quilómetros da cidade de Lobuche, no nordeste do vizinho Nepal. No século passado, registaram-se 10 sismos de pelo menos 6 graus de magnitude na zona onde ocorreu o terramoto hoje, de acordo com o USGS.

O sismo foi sentido também na capital do Nepal, Katmandu, a mais de 200 quilómetros do epicentro, mas sem registo até ao momento de danos significativos ou feridos.

8 Jan 2025

Tibete | Descobertas mais de 20 milhões de toneladas de cobre

As autoridades da China anunciaram ontem a recente descoberta de 20 milhões de toneladas de cobre no planalto tibetano, o que pode tornar a região numa fonte crucial daquele minério.

Quatro grandes bases de recursos de cobre, identificadas como Yulong, Duolong, Julong-Jiama e Xiongcun-Zhuno, foram identificadas pelo Ministério dos Recursos Naturais e pelo Gabinete Geológico da China no planalto, conhecido como “tecto do mundo” e localizado no extremo oeste do país.

Citados pela televisão estatal chinesa CCTV, os peritos do ministério afirmaram que a quantidade potencial total de cobre na área pode atingir 150 milhões de toneladas, posicionando a região como um futuro centro global de recursos de cobre.

Boas energias

Tang Juxing, membro da Academia Chinesa de Engenharia, sublinhou a importância estratégica do cobre como um metal chave no desenvolvimento e utilização de energia verde. “A procura por cobre é crucial para tecnologias como a energia solar e a energia eólica ‘onshore’ e ‘offshore’, bem como para o fabrico de veículos eléctricos”, explicou o especialista.

Tang sublinhou ainda que o aumento das reservas chinesas deste recurso reforça a cadeia de abastecimento e assegura a sustentabilidade do sector do cobre no país asiático. As autoridades anunciaram que vão continuar a intensificar os esforços de exploração através da utilização de tecnologias avançadas e de projectos estratégicos.

O planalto Qinghai-Tibete, também conhecido como “Terceiro Polo e 30 vezes maior do que Portugal continental, tem vindo a adquirir uma importância económica crescente, devido às suas vastas reservas minerais e recursos energéticos. No ano passado, a China aprovou uma lei para a protecção ambiental do planalto, o maior do mundo, em que certas actividades de construção e exploração mineira serão limitadas e, em alguns casos, proibidas.

A água congelada armazenada no planalto alimenta rios como o Ganges, o Indo, o Mekong, o Yangtze e o Amarelo e fornece a centenas de milhões de pessoas no continente asiático recursos hídricos para irrigação, consumo e energia.

7 Jan 2025

Tibete | Pequim manifesta-se contra lei dos EUA

A China manifestou no sábado forte oposição à Lei de Resolução da Disputa Tibete-China, aprovada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, e advertiu para possíveis represálias.

A legislação norte-americana, promulgada na sexta-feira por Biden, procura pressionar Pequim a retomar as negociações com os líderes tibetanos e foi classificada pelo gigante asiático como uma grave interferência em assuntos internos.

O Comité de Negócios Estrangeiros da Assembleia Nacional Popular condenou veementemente a lei, reafirmando a posição firme da China de que o Tibete é uma região inalienável sob a sua soberania. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China declarou, por sua vez, que a lei norte-americana “fere seriamente os interesses da China” e envia “um sinal errado às forças separatistas do Tibete”.

“Os EUA não devem adoptar a lei”, sublinhou o ministério chinês, acrescentando que se o país norte-americano continuar “pelo caminho errado”, a China tomará “medidas contundentes” para defender firmemente a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento.

15 Jul 2024

Fórum de cooperação Trans-Himalaias realizado no Tibete

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês incitou os vizinhos dos Himalaias a respeitarem a “integridade territorial” num fórum perto da fronteira com a Índia.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, incentivou os países dos Himalaias a reforçarem a sua cooperação em matéria de ambiente e a respeitarem a “integridade territorial”, ao receber diplomatas perto da fronteira com a Índia. Wang Yi fez estes comentários ontem, quinta-feira, durante um fórum internacional sobre a cooperação regional trans-himalaia, na região autónoma chinesa do Tibete. O evento contou com a presença de funcionários de mais de uma dúzia de países, incluindo vários que partilham uma fronteira com a China.

Mas a Índia esteve notoriamente ausente. A cidade anfitriã do fórum, Nyingchi, fica a 160 km da área disputada de Arunachal Pradesh, onde Nova Deli e Pequim têm reivindicações concorrentes. Não se sabe se a Índia foi convidada, mas não participou igualmente em fóruns anteriores em 2018 e 2019.

Apelos ao respeito mútuo

Durante o seu discurso de abertura do fórum, Wang apelou aos países da região para respeitarem o território uns dos outros para garantir a estabilidade, a prosperidade e o desenvolvimento sustentável. “Devemos aderir ao respeito e à confiança mútuos e salvaguardar conjuntamente a unidade regional e a confiança mútua”, afirmou.

“Devemos respeitar a soberania e a integridade territorial uns dos outros, não interferir nos assuntos internos uns dos outros, apoiar-nos mutuamente em questões que envolvam os interesses fundamentais uns dos outros, insistir na resolução de diferenças através do diálogo e da consulta e trabalhar em conjunto para construir uma grande família de unidade em torno dos Himalaias”, reforçou o MNE chinês.

Wang apelou igualmente ao reforço da cooperação em matéria de desenvolvimento ecológico, citando os resultados alcançados no passado, incluindo os acordos ambientais com a Índia, o Paquistão, o Sri Lanka e o Nepal, bem como um memorando de entendimento sobre a cooperação ecológica com o primeiro-ministro nepalês, Pushpa Kamal Dahal, durante a sua visita à China na semana passada, e prometeu que a China formaria profissionais para o Centro de Investigação sobre a Biodiversidade do Sudeste Asiático em Myanmar e para um centro de cooperação para a prevenção e o controlo da desertificação na Mongólia.

Itália não sabe se fica

Entre os participantes no fórum contam-se o Paquistão, o Nepal, o Sri Lanka, Myanmar e a Mongólia, países que aderiram à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e que se encontram entre os principais beneficiários do plano, que este ano assinala o seu décimo aniversário.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros em exercício do Afeganistão, Mawlawi Amir Khan Mutaqi, também esteve presente, marcando a segunda vez que um responsável dos Talibãs participa numa reunião regional, após a reunião de Moscovo, realizada na Rússia na semana passada. De acordo com os meios de comunicação social afegãos, Mutaqi deveria encontrar-se com Wang à margem do fórum para debater a agenda de desenvolvimento do seu país.

Segundo a China News, outros países membros da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, como o Chile, Quénia e Itália, também enviaram representantes ao fórum. Roma continua indecisa sobre se vai abandonar a iniciativa, uma vez que o memorando de entendimento que assinou com Pequim em 2018 expira em Março.

6 Out 2023

APN | Delegados de Macau querem menos burocracia para empresas do Tibete 

Um total de 20 empresas oriundas do Tibete são esperadas na próxima edição da Feira Internacional de Macau, em Outubro. Alguns delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional esperam que sejam facilitados os procedimentos de entrada e saída do território e que haja mais ligações empresariais entre a RAEM e o Tibete

 
[dropcap]O[/dropcap] jornal Ou Mun noticiou ontem que alguns delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) reuniram com membros do comité permanente da APN da região autónoma do Tibete. Si Ka Lon, não só delegado de Macau à APN, mas também deputado à Assembleia Legislativa (AL), disse que cerca de 20 empresas do Tibete são esperadas na próxima edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa). Neste contexto, o deputado alertou para o facto de persistir muita burocracia no que diz respeito aos trâmites de entrada e saída de Macau para pessoas oriundas do Tibete, esperando uma maior facilidade a este nível.
Representantes de empresas referiram que os procedimentos para requerer a entrada e saída de Macau são complicados, uma vez que apenas 30 por cento dos documentos apresentados levaram mais de 20 dias a ser aprovados pelas autoridades. Portanto, Si Ka Lon deseja uma menor burocracia e uma maior facilidade na entrada de empresas, noticiou o Ou Mun.
Além disso, Si Ka Lon espera que Tibete e Macau possam aprofundar a cooperação a nível económico através de mais convites a empresas tibetanas para que participem em exposições no território. O responsável defende também que as autoridades do Tibete possam considerar a possibilidade de realizar mais actividades de promoção de turismo, cultura e investimento na zona da Grande Baía.
Lok Po, delegado de Macau à APN e director do jornal Ou Mun, disse esperar que o Governo do Tibete possa facilitar as condições de acesso das empresas tibetanas ao mercado de Macau, uma vez que isso pode levar a um reforço de ligações entre os dois territórios e a uma maior promoção do Tibete como destino. Além disso, Lok Po acredita tratar-se de um método correcto para mostrar o apoio ao princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Kou Hoi In quer mais turismo

O delegado à APN e presidente da AL, Kou Hoi In, lembrou no encontro que lugares do Tibete como a capital, Lhasa, e Linzhi têm poucos visitantes, tendo sugerido a realização de um planeamento geral para evitar a destruição do ambiente ecológico do Tibete.
Já a advogada Paula Ling, lembrou a dificuldade dos estrangeiros na obtenção de um visto de entrada no Tibete. “Como o Governo tibetano enfatiza a estabilidade social, espero que concedam mais facilidades para que os estrangeiros viajem para o local”, frisou.
Chui Sai Peng, deputado à AL, sugeriu que as autoridades do Tibete deveriam controlar o planeamento de resorts turísticos de grande escala, para não ultrapassar a capacidade de acolhimento da região e para que não haja efeitos negativos a nível ambiental. Chui Sai Peng deseja ainda que as empresas de Macau e do Tibete na área das indústrias criativas aumentem a sua comunicação.
Lai Sai Kei, director da escola Keang Peng, disse estar preocupado com a questão da educação tibetana, uma vez que, na sua óptica, o desenvolvimento de um território está intimamente relacionado com a educação. Lai Sai Kei citou dados estatísticos deste ano que mostram uma taxa de matrícula nas universidades do Tibete de 39 por cento, mais baixa face ao resto do país.
Nesse sentido, o responsável defende que a curto prazo devem ser incentivados mais estudantes tibetanos a frequentar os seus estudos em cidades do Interior da China ou até mesmo em Macau.

11 Set 2019

APN | Delegados de Macau querem menos burocracia para empresas do Tibete 

Um total de 20 empresas oriundas do Tibete são esperadas na próxima edição da Feira Internacional de Macau, em Outubro. Alguns delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional esperam que sejam facilitados os procedimentos de entrada e saída do território e que haja mais ligações empresariais entre a RAEM e o Tibete

 

[dropcap]O[/dropcap] jornal Ou Mun noticiou ontem que alguns delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) reuniram com membros do comité permanente da APN da região autónoma do Tibete. Si Ka Lon, não só delegado de Macau à APN, mas também deputado à Assembleia Legislativa (AL), disse que cerca de 20 empresas do Tibete são esperadas na próxima edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa). Neste contexto, o deputado alertou para o facto de persistir muita burocracia no que diz respeito aos trâmites de entrada e saída de Macau para pessoas oriundas do Tibete, esperando uma maior facilidade a este nível.

Representantes de empresas referiram que os procedimentos para requerer a entrada e saída de Macau são complicados, uma vez que apenas 30 por cento dos documentos apresentados levaram mais de 20 dias a ser aprovados pelas autoridades. Portanto, Si Ka Lon deseja uma menor burocracia e uma maior facilidade na entrada de empresas, noticiou o Ou Mun.

Além disso, Si Ka Lon espera que Tibete e Macau possam aprofundar a cooperação a nível económico através de mais convites a empresas tibetanas para que participem em exposições no território. O responsável defende também que as autoridades do Tibete possam considerar a possibilidade de realizar mais actividades de promoção de turismo, cultura e investimento na zona da Grande Baía.

Lok Po, delegado de Macau à APN e director do jornal Ou Mun, disse esperar que o Governo do Tibete possa facilitar as condições de acesso das empresas tibetanas ao mercado de Macau, uma vez que isso pode levar a um reforço de ligações entre os dois territórios e a uma maior promoção do Tibete como destino. Além disso, Lok Po acredita tratar-se de um método correcto para mostrar o apoio ao princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Kou Hoi In quer mais turismo

O delegado à APN e presidente da AL, Kou Hoi In, lembrou no encontro que lugares do Tibete como a capital, Lhasa, e Linzhi têm poucos visitantes, tendo sugerido a realização de um planeamento geral para evitar a destruição do ambiente ecológico do Tibete.

Já a advogada Paula Ling, lembrou a dificuldade dos estrangeiros na obtenção de um visto de entrada no Tibete. “Como o Governo tibetano enfatiza a estabilidade social, espero que concedam mais facilidades para que os estrangeiros viajem para o local”, frisou.

Chui Sai Peng, deputado à AL, sugeriu que as autoridades do Tibete deveriam controlar o planeamento de resorts turísticos de grande escala, para não ultrapassar a capacidade de acolhimento da região e para que não haja efeitos negativos a nível ambiental. Chui Sai Peng deseja ainda que as empresas de Macau e do Tibete na área das indústrias criativas aumentem a sua comunicação.

Lai Sai Kei, director da escola Keang Peng, disse estar preocupado com a questão da educação tibetana, uma vez que, na sua óptica, o desenvolvimento de um território está intimamente relacionado com a educação. Lai Sai Kei citou dados estatísticos deste ano que mostram uma taxa de matrícula nas universidades do Tibete de 39 por cento, mais baixa face ao resto do país.

Nesse sentido, o responsável defende que a curto prazo devem ser incentivados mais estudantes tibetanos a frequentar os seus estudos em cidades do Interior da China ou até mesmo em Macau.

11 Set 2019

Assembleia da República portuguesa preocupada com liberdades no Tibete

[dropcap]O[/dropcap] parlamento português aprovou ontem um voto em que manifesta a sua preocupação pelo respeito das liberdades no Tibete e pede empenho à China na protecção dos direitos humanos.

Partido Socialista (PS), Partido Social Democrata (PSD), Bloco de Esquerda (BE) e CDS-PP votaram a favor do texto, que recebeu os votos contrários do Partido Comunista Português e do PAN – Partido Animais Natureza, registando-se a abstenção do Partido Ecologista os Verdes e de três deputados centristas (Telmo Correia, Ana Rita Bessa e João Almeida).

No voto, apresentado pela bancada do PS, manifesta-se “preocupação pela subsistência de situações em que não são asseguradas as liberdades fundamentais no território do Tibete”.

Por outro lado, apela-se “às autoridades da República Popular da China que assegurem, em diálogo com a sociedade civil e na linha dos padrões internacionais de protecção dos direitos humanos de que é signatária, no quadro da Organização das Nações Unidas, a sua plena efectivação”.

No voto, reconhece-se que, “apesar de várias iniciativas de diálogo e concertação”, continuam a existir “motivos para preocupação sobre a situação no território do Tibete”.

“Em particular, no que concerne à necessidade de garantir plenamente a identidade cultural dos tibetanos, a liberdade de expressão e religião, o exercício da liberdade religiosa e o acesso de viajantes estrangeiros ao território”, afirma-se no texto.

30 Mar 2019

Pequim enfatiza progresso do Tibete e critica antigos dirigentes

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas responsáveis pelo Tibete, umas das regiões da China mais vulneráveis ao separatismo, elogiaram ontem o desenvolvimento do território, e acusaram a antiga classe dominante de manter o povo tibetano sob servidão feudal.

Quando se celebram 60 anos desde uma frustrada rebelião contra o domínio de Pequim, o vice-governador do Tibete Norbu Dondrup enfatizou o progresso na economia, saúde e educação desde 1959, e criticou o autoproclamado governo no exílio, estabelecido pelo líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama.

Dondrup falava à margem da apresentação de um documento difundido pelo Conselho de Estado chinês, que acusa a antiga classe dominante do Tibete de manter o povo tibetano sob “servidão feudal através de uma teocracia”.

“Milhões de servos foram submetidos à exploração e opressão cruéis, até à reforma democrática de 1959”, lê-se no documento, intitulado “Reforma democrática no Tibete – Sessenta anos depois”.

“O controlo das mentes através da religião” era uma forma de supressão, considera o documento.

O Dalai Lama, 83 anos, vive exilado na vizinha Índia, na sequência da frustrada rebelião de 1959.
Dondrup negou que a cultura tradicional e a religião do Tibete estejam a ser reprimidas, mas disse que a China actuaria contra a “interferência estrangeira”.

O vice-governador negou ainda a existência de qualquer apoio significativo para que o Tibete seja uma entidade política independente. “A questão da independência tibetana não existe”, realçou.

28 Mar 2019

“Doença da altitude” justifica proibição de visitas ao Tibete

Num mês em que se assinalam aniversários de rebeliões contra o domínio chinês, Pequim restringiu ainda mais as visitas de estrangeiros à região

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário do Partido Comunista Chinês no Tibete justificou a interdição do acesso de estrangeiros àquela região dos Himalaias, durante o mês de Março, com a possibilidade de os “visitantes sofrerem de doença da altitude”.

Citado pela imprensa local, o líder comunista no Tibete, Wu Yingjie, disse que as restrições são necessárias para “garantir a segurança” dos turistas.

Segundo confirmou a agência Lusa, as agências de viagens estão a recusar turistas estrangeiros em visitas ao Tibete, durante este mês, quando se celebra um par de aniversários sensíveis que questionam a legitimidade da soberania chinesa na região.

“Após considerarmos as condições geográficas e climáticas específicas [do Tibete], adoptámos uma série de regulamentações para as visitas de estrangeiros, de acordo com a lei”, disse.

No dia 10 de Março celebra-se o 60.º aniversário desde uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, que terminou com o exílio na vizinha Índia do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”.

E no dia 14 de Março de 2008, a capital da região autónoma do Tibete, Lhasa, foi palco de violentos ataques contra a presença chinesa, que resultaram em 18 mortos, segundo dados do Governo chinês. Um número desconhecido de tibetanos foi morto pelas tropas chinesas na sequência daquele incidente.

Além do visto chinês, os estrangeiros precisam de uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades normalmente justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de proteção ambiental”.

Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia, e Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista.

 

Diferendo secular

A China considera que a região é desde há séculos parte do território chinês.

Mas seguidores do Dalai Lama, o líder espiritual dos tibetanos, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.

O secretário do PCC negou ainda que a população de cerca 3,3 milhões tibetanos apoie o Dalai Lama.

“O Dalai Lama não trouxe nada de bom para o povo tibetano. Embora no estrangeiro ele tenha algum apoio, os tibetanos estão muito gratos pela prosperidade que o Partido Comunista trouxe”, disse.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo, desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês.

8 Mar 2019

Tibete | Visitas de estrangeiros interditas durante aniversários sensíveis

A China está a proibir o acesso de estrangeiros ao Tibete, durante o mês de Março, quando se celebra um par de aniversários sensíveis que questionam a legitimidade da soberania chinesa naquela região dos Himalaias

 

[dropcap]S[/dropcap]egundo confirmou a Lusa, as agências de viagens estão a recusar turistas estrangeiros em visitas ao Tibete, durante o próximo mês.

Em 10 de Março celebra-se o 60.º aniversário desde uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, que terminou com o exílio na vizinha Índia do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”.

Em 14 de Março de 2008, a capital da região autónoma do Tibete, Lhasa, foi palco de violentos ataques contra a presença chinesa, que resultaram em 18 mortos, segundo dados do Governo chinês. Um número desconhecido de tibetanos foi morto pelas tropas chinesas na sequência daquele incidente.

Além do visto chinês, os estrangeiros precisam da uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de proteção ambiental”.

No ano passado, o número de turistas que visitou a região registou um crescimento homólogo de 31,5 por cento, para 33,68 milhões de pessoas, mas apenas 270.000 dos visitantes foram estrangeiros, segundo dados oficiais.

Controlo e zen

A região é mantida sob rigoroso controlo pelo Governo central e as autoridades locais, enquanto Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista.

Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia.

Pequim considera que a região é desde há séculos parte do território chinês. Mas seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo, desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês. Mas apesar do apertado controlo, o Tibete é um destino cada vez mais popular para os turistas que procuram aventura de montanha e monumentos únicos da cultura budista tibetana.

21 Fev 2019

China vai facilitar acesso de turistas estrangeiros ao Tibete

[dropcap]A[/dropcap] China vai facilitar o acesso dos turistas estrangeiros ao Tibete, visando aumentar em 50% as visitas à Região Autónoma, enquanto o acesso por diplomatas e correspondentes continuará a ser limitado, informou a televisão estatal CCTV.

As autoridades pretendem reduzir para metade o tempo que demora a emissão da autorização necessária para turistas estrangeiros entrarem na região, um processo que demora, actualmente, pelo menos 15 dias, revelou o presidente do governo regional, Qi Zhala, citado pela CCTV.

Além do visto chinês, os estrangeiros precisam da uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de protecção ambiental”.

No ano passado, o número de turistas que visitou a região registou um crescimento homólogo de 31,5%, para 33,68 milhões de pessoas, mas apenas 270.000 dos visitantes foram estrangeiros, segundo dados oficiais.

Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica, mas é há várias décadas palco de protestos e revoltas contra o domínio chinês, desde a sua ocupação por tropas da República Popular, em 1951.

A região é mantida sob rigoroso controlo pelo Governo central e as autoridades locais, enquanto Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista. Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia.

O plano para facilitar o acesso à região surge depois de, em Dezembro passado, o senado dos Estados Unidos aprovar a Lei de Acesso Recíproco do Tibete (“Reciprocal Access to Tibet Act”).

A normativa, que deverá ser aprovada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, prevê a proibição de entrada nos EUA de funcionários chineses que impeçam funcionários, jornalistas e outros cidadãos norte-americanos de viajarem livremente no Tibete.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo desde fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês. Pequim considera que a região é desde há séculos parte do território chinês.

O líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa em 1959.

Seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.

14 Jan 2019

Activistas portugueses querem Tibete na agenda da visita de Xi Jinping

[dropcap]O[/dropcap] Grupo de Apoio ao Tibete quer colocar a questão tibetana na agenda da visita do Presidente Xi Jinping a Portugal, apelando às autoridades para que declarem publicamente preocupação com a situação naquela região administrada pela China.

Nesse sentido, o grupo, que integra uma rede mundial de activismo a favor do Tibete, enviou cartas ao Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa), presidente da Assembleia da República (Eduardo Ferro Rodrigues) e primeiro-ministro (António Costa), pedindo-lhes atenção para o que consideram “a deterioração dos mais básicos direitos humanos e das liberdades culturais e religiosas do povo tibetano”.

Alexandra Correia, coordenadora do Grupo de Apoio ao Tibete em Portugal, explicou, em declarações à agência Lusa, que a ideia é que seja “emitida uma declaração pública de preocupação” e que “ao longo da conversa com o Presidente da China seja abordada também a questão do Tibete”.

Na carta, os activistas indicam também quais os temas que gostariam de ver abordados, apontando falhas à China na concretização de compromissos.

“Há algo que está a falhar por parte da China desde 2013. Na altura asseguraram que iriam permitir visitas [diplomáticas e de organizações internacionais] e isso nunca aconteceu”, disse.

Alexandra Correia não tem, contudo, grande expectativa de que as autoridades portuguesas venham a falar do Tibete publicamente durante a visita de Xi Jinping.

“É a primeira visita que este Presidente chinês faz ao nosso país. Não podíamos não fazer nada, mas sei que o nosso país, infelizmente, está mais absorvido e controlado política e economicamente pelas autoridades chinesas”, afirmou.

A activista explicou que, durante a permanência de Xi Jinping em Lisboa, não haverá qualquer protesto organizado porque, durante a última visita de um Presidente chinês, o grupo pediu autorização para fazer “uma manifestação pacífica” junto aos Jerónimos e foi enviado para a Torre de Belém.

Ainda assim, Alexandra Correia apelou a todos os simpatizantes da causa para ações espontâneas nos actos públicos da visita.

“Desde 2011, infelizmente, o apoio à causa esmoreceu porque os portugueses tiveram de se preocupar com questões que lhe diziam respeito em primeiro lugar”, lamentou.

A coordenadora do Grupo de Apoio ao Tibete em Portugal considerou que a situação dos chineses e tibetanos se “deteriorou” com presidência de Xi Jinping, com o reforço da repressão.

“É como se tivesse tornado uma espécie de super-ditador, um super-imperador da China. Há uma certa nostalgia, um querer regressar ao passado, quando a China era o grande Império do Meio. Tem utilizado meios extremamente repressivos, utilizando tecnologia muito avançada e inteligência artificial para fazer uma vigilância em massa no Tibete”, adiantou.

O cada vez maior controlo dos movimentos dos tibetanos não impediu, segundo Alexandra Correia, que as pessoas se continuem a manifestar “da pior forma possível, através da imolação”.

“Ainda no início de Novembro se imolou um jovem de 23 anos” em nome de um Tibete com liberdade, disse, adiantando que, desde 2009, houve pelo menos 150 imolações.

Apesar do retrato traçado por Alexandra Correia, a causa tibetana parece cada vez mais afastada do espaço mediático, a que não será alheio, segundo a activista, o facto de a China estar a ganhar cada vez mais influência sobre as economias de alguns países.

“É totalmente visível, especialmente com esta iniciativa ‘Belt and Road’. Sabemos que há movimentos de apoio aos tibetanos e a outras etnias que se manifestam contra, mas infelizmente os interesses económicos falam mais forte”, considerou.

Para Alexandra Correia, apesar de muitos países europeus como a França ou a Alemanha se terem manifestado contra esta iniciativa chinesa, países “mais pobres e com menos poder político” como Portugal, Espanha e a Grécia “vão neste comboio”.

Território maioritariamente budista, o Tibete é governado como uma província autónoma da China, que reivindica séculos de soberania sobre a região dos Himalaias, mas os tibetanos mantêm-se fiéis ao líder espiritual no exílio, Dalai Lama, que defende que o Tibete independente foi colonizado.

Organizações internacionais vêm denunciando repetidamente violações de direitos humanos na região.

Desde 2015, o Tibete foi listado pelo Freedom House, grupo de direitos internacionais, como o segundo pior lugar do mundo em termos de liberdades políticas e direitos civis, a seguir à Síria.

4 Dez 2018

Tibetano auto-imolou-se pelo fogo em apelo ao regresso de Dalai Lama

[dropcap]U[/dropcap]m tibetano auto-imolou-se pelo fogo esta semana, num apelo ao regresso do líder espiritual dos tibetanos, Dalai Lama, que vive exilado na Índia na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, o homem, de 23 anos, chamado Dorbe, auto-imolou-se no domingo, no condado de Ngaba, uma região habitada por tibetanos, na província de Sichuan, sudoeste da China. O grupo revelou que Dorbe gritou longa vida a Dalai Lama antes de se auto-imolar.

Mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês, indicou a International Campaign for Tibete, num comunicado.

Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951.

Por outro lado, Pequim considera que a região é, desde há séculos, parte do território chinês. O líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa em 1959.

Seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete. As auto-imolações tornaram-se raras nos últimos anos e a sua verificação é quase impossível, já que a região está fechada à imprensa estrangeira.

11 Nov 2018

Cerca de seis mil pessoas retiradas após deslizamento de terra no Tibete

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]erca de 6.000 pessoas foram retiradas de suas casas após um deslizamento de terra no Tibete que bloqueou o fluxo de um dos principais rios da região, revelaram hoje os serviços de emergência da China.

Um lago de barreira foi formado em Yarlung Tsangpo, a nascente do rio Brahmaputra, na Índia, após o desmoronamento de um penhasco no vale através do qual o rio corre, informou a agência local de resposta a emergências, num relatório divulgado pelos media estatais.

Não foram registadas vítimas até agora e o serviço de emergências disse que a China tem mantido a Índia atualizada sobre o bloqueio, que poderia afetar os níveis de água nas regiões mais baixas.

O deslizamento de terra ocorreu perto de uma aldeia no condado de Menling e a água no lago subiu para uma altura de 40 metros, informaram os serviços.

Com seus picos e glaciares imponentes, o Tibete é a fonte de inúmeros rios asiáticos, aumentando a influência estratégica da China sobre seus vizinhos do sul.

O rápido aumento das temperaturas fez com que estes glaciares derretessem a um ritmo crescente, lançando uma sombra sobre os recursos hídricos futuros para a China e outras nações asiáticas.

18 Out 2018

Tibete | Líder chinês apela ao aumento dos “esforços contra o separatismo”

 

Um alto quadro do regime chinês apelou ao “aumento dos esforços contra o separatismo” no Tibete, num sinal de que Pequim irá manter o controlo apertado numa das mais voláteis regiões da China

 

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]itado ontem pela imprensa estatal chinesa, Wang Yang, membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a cúpula do poder na China, sublinha a importância de vigiar as instituições budistas tibetanas, instando à “prontidão e precaução para os perigos em tempos seguros”. Wang afirmou que as figuras religiosas devem ser “corajosas para combater todos os elementos separatistas”, visando preservar a unidade nacional e estabilidade social, durante uma visita à capital tibetana, Lhasa, no domingo.
Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que a região foi durante muito tempo independente, até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951. Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, desde há séculos, parte do território chinês.

Ateísmo evangélico

Desde 2008, quando vários protestos contra o Governo chinês abalaram a região, as autoridades chinesas têm reforçado as políticas repressivas, visando reduzir a influência do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, e que vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959.
Wang é um dos principais responsáveis pela política de Pequim para a religião. Os seus comentários de domingo reflectem também o apelo do Governo chinês, oficialmente ateísta, para que as religiões no país sejam “achinesadas”, o que inclui a remoção de símbolos religiosos exteriores e uma mais rigorosa adesão às directrizes do Partido Comunista. Entre as medidas mais recentes, foi exigido aos estudantes da região que assinassem um acordo em como “não participariam em qualquer tipo de actividade religiosa”, durante as férias de Verão.

28 Ago 2018

Li Keqiang | Tibete deve seguir estratégia de desenvolvimento de Pequim

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] primeiro-ministro chinês afirmou esperar que o Tibete “siga as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir desenvolvimento e prosperidade”
Li Keqiang falava durante uma visita à região autónoma do Tibete, no sudoeste do país, entre quarta e sexta-feira passadas, mas só agora divulgada pela Xinhua. O primeiro-ministro chinês deslocou-se à capital do Tibete, Lassa, bem como ao rio Yarlung Tsangpo, e às localidades de Nyingchi e Shannan, destacou a agência.
Em Lassa, o chefe do Governo chinês manifestou confiança que o Tibete “siga as estratégias e políticas do Partido Comunista da China para conseguir desenvolvimento e prosperidade, salvaguardar a unidade nacional e fortalecer a solidariedade entre etnias”, sublinhou a Xinhua.
Li visitou o famoso palácio Potala, residência tradicional dos dalai-lamas na capital da região, onde garantiu que o Governo apoiará a protecção do património cultural. Organizações de defesa dos direitos humanos no exílio acusam Pequim de reprimir a religião e a cultura tibetanas.
Outro ponto da visita à capital tibetana foi o mosteiro Jokhang, um dos mais sagrados do Tibete, afectado este ano por um incêndio.

Torre aquática
Em Nyingchi, Li Keqiang esteve em contacto com várias comunidades alvo de programas governamentais de alívio da pobreza, reuniu-se com residentes e líderes da zona e sublinhou a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida dos tibetanos.
No rio Yarlung Tsangpo, o primeiro-ministro conheceu iniciativas de conservação dos recursos hídricos e do ecossistema local e afirmou que o planalto tibetano é “a torre aquática da China e da Ásia”, pelo que a conservação deve ser reforçada para garantir o desenvolvimento sustentável de todo o país.
A região do Tibete está fechada à imprensa estrangeira desde as revoltas em Lassa e em outras cidades da província em 2008, nas quais se registaram pelo menos 20 mortos.
Nesta década, os principais focos de protestos ocorreram em mosteiros tibetanos no oeste da China e já fora da região autónoma do Tibete, nos quais mais de uma centena de monges ou apoiantes da causa tibetana se tentaram imolar pelo fogo para denunciar a polícia repressiva de Pequim.

30 Jul 2018

Activismo | Tribunal chinês condena tibetano a cinco anos de prisão

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou um activista, que promove a língua tibetana, a cinco anos de prisão, por incitar ao separatismo, depois de ter aparecido num documentário produzido pelo jornal norte-americano The New York Times (NYT).

O advogado de Tashi Wangchuk, Liang Xiaojun, contou à agência noticiosa Associated Press que o cliente deverá apelar da sentença, decretada por um juiz na cidade de Yushu, província de Qinghai.

Tashi, de 32 anos, foi detido em 2016, dois meses depois de o jornal norte-americano ter publicado o vídeo e o respectivo artigo, e foi a julgamento em Janeiro passado, tendo alegado a sua inocência.

Os procuradores apresentaram evidências unicamente com base num vídeo de nove minutos do NYT, de 2015, que conta como Tashi processou funcionários locais por impedirem o ensino da cultura e língua tibetana. A versão ‘online’ do NYT está bloqueada na China.

No documentário, Tashi, que é apresentado como um comerciante, referiu a “pressão e o medo” sentidos pelos tibetanos, e como está preocupado com a possível destruição da cultura, através da contínua erosão da língua local.

Com apenas cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que o território foi durante muito tempo independente, até à ocupação pelas tropas chinesas em 1951. Por outro lado, Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, há séculos, parte do território chinês.

A região é quase totalmente inacessível à imprensa estrangeira, mas organizações de defesa dos direitos humanos têm dado conta de uma crescente repressão, ao mesmo tempo que decorre uma campanha de promoção do mandarim na educação e no mercado de trabalho.

23 Mai 2018

Tibete | Macron propõe ser mediador entre China e Dalai Lama

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente francês, Emmanuel Macron, propôs ontem agir como mediador entre o Dalai Lama e a China para solucionar a crise do Tibete. “Se a França puder ser útil para resolver a situação entre o Dalai Lama e o seu povo e a China, eu farei o meu melhor”, afirmou Macron, durante uma conversa com estudantes na Universidade George Washington, na capital federal norte-americana.

“Pressinto os primeiros sinais de que o Presidente [chinês] quer agir, espero”, prosseguiu. O chefe de Estado francês afastou, contudo, a ideia de um encontro em França com o líder espiritual dos tibetanos. “Se me reunir com ele, isso criará uma crise com a China”, observou, embora recordando que se encontrou com o Dalai Lama durante a campanha eleitoral em França. Recebê-lo em Paris “sem condições prévias, só para enviar um sinal, penso que seria inútil e contraproducente”, sustentou.

27 Abr 2018